Ainda que ‘Transformers’ seja uma franquia cinematográfica adorada pelo público, alguns capítulos passam longe de agradar a todos – e esse foi o caso de ‘Transformers: A Vingança dos Derrotados’, lançado em 2009.
Apesar de ter arrecadado mais de US$836,5 milhões, o longa amargou apenas 20% de aprovação no Rotten Tomatoes, sendo considerado por inúmeros especialistas uma das entradas mais fracas da saga.
Agora, em entrevista à Empire (via The Direct), o produtor Lorenzo di Bonaventura revelou qual foi o principal problema do longa-metragem: uma combinação entre a greve de roteiristas que acometeu Hollywood em 2008 e a decisão da Paramount Pictures em lançar um filme do universo a cada dois anos, impedindo que a história não fosse desenvolvida como precisava.
“Isso realmente nos ferrou. E já aconteceu comigo algumas vezes. O problema é que você não consegue evoluir seu roteiro”, ele conta. “Na época, a Paramount acreditava fortemente que as sequências deveriam ser lançadas a cada dois, três anos no máximo”.
Bonaventura continua, dizendo que, apesar de não poder trabalhar com os roteiristas, o estúdio decidiu “seguir em frente”, explicando que as greves não “afetam as maiores ideias ou os visuais”, mas sim as “relações emocionais” entre os personagens:
“Eles [Paramount] não tinham muitos outros recursos naquela época, então a decisão foi seguir em frente. Acho que uma greve não afeta as ideias maiores ou os visuais. O que é difícil são as caracterizações, as relações emocionais. É aí que é preciso escrever muito”.
Durante a mesma entrevista, o produtor contou que, quando apresentou a ideia de uma adaptação em live-action aos executivos da companhia, encontrou uma forte resistência – além de ter ouvido de um dos representantes que era “velho demais para ter assistido” à animação original.
“Quando eu abordei a Hasbro sobre os direitos, eles disseram: ‘você é velho demais para ter assistido'”, ele disse. “Mas eu tive amigos que tinham irmãos e irmãs mais novas que assistiam [à série] de forma ávida”.
Bonaventura revelou também que tanto ele quanto Steven Spielberg estavam tendo conseguir os direitos para o filme, afirmando que a Paramount, na verdade, “recusou o projeto [pelo menos] cinco vezes” antes de, por fim, dar sinal verde para a adaptação:
“E, ao mesmo tempo, Steven estava tentando conseguir os direitos – e [ele] entendeu isso do ponto de vista de um jogo. Ele realmente sentiu o fascínio por algo que pode transformar. O que foi interessante sobre o processo foi que a Paramount recusou o projeto [pelo menos] cinco vezes. Mas continuei voltando. Eu entendi o quão capazes os efeitos visuais eram de criar algo surpreendente. E quando vimos a prévia do nosso primeiro filme, sabíamos que teríamos uma sequência”.