Emerald Fennel será mais uma a integrar a seleta e premiada lista
A recente confirmação de que Emerald Fennel ficará responsável por roteirizar, além de potencialmente dirigir, o vindouro filme da feiticeira Zatanna, mexeu com a ansiedade dos fãs. A cineasta está atualmente em alta na indústria cinematográfica, seu filme Promising Young Woman (Bela Vingança) esteve presente em todas as indicações das grandes premiações e concorre ao Oscar de Melhor Filme em 2021. Não só sua direção como também a qualidade do roteiro assinado também por Emerald tem sido constantemente lembrada.
Porém, ela não é a primeira grande cineasta a sair da sua zona de conforto e se aventurar no imprevisível mundo das adaptações de quadrinhos. Dito isso, vamos lembrar cinco nomes bem pesados do cinema que já participaram da produção de filmes de herói.
5) Mario Puzo
O nome do autor pode não soar conhecido para um público jovem mas acredite, se houvesse internet nos anos 70 a notícia de que Puzo escreveria o roteiro do primeiro filme do Superman a levaria para o espaço e geraria um hype impensável. O autor ítalo-americano é mais conhecido por um livro de pouca importância chamado O Poderoso Chefão e que em 1972 ganhou uma adaptação para cinema em um filme também não muito lembrado. Não só isso, mas Puzo igualmente assinou o roteiro do primeiro filme, além de elaborar uma história inédita para as Parte II e III.
Dito isso, quando o projeto de Superman: O Filme ainda estava em suas fases iniciais ele inevitavelmente sofreu com a descrença de muitos por se tratar de uma adaptação de quadrinhos e pela referência desse tipo de obra até então ser o longa do Batman de 1966. Contratar Mario Puzo, além de todos os outros nomes que participaram na frente e por trás das câmeras, foi essencial para que o projeto ganhasse credibilidade. Fora que o escritor conseguiu se adaptar muito à temática de ficção científica\fantasia que é inerente ao personagem, provando que ele não era limitado apenas ao universo dos gângsters.
4) Chloé Zhao
Esse é muito mais uma aposta do que propriamente uma afirmação mas veja bem; a diretoras encontra-se atualmente com um filme sendo produzidos a Marvel: Os Eternos. A verdade é que no início da produção desta matéria, este item também traria a talentosa Ava DuVernay, que estava programada para dirigir Os Novos Deuses para a DC, longa que teria temática similar ao da rival Marvel. Porém, recentemente foi reportado que o estúdio resolveu puxar o plugue e cancelar a produção. Uma pena. Voltando a falar de Os Eternos, o projeto tem a ambição evidente de apresentar para o público um grupo de divindades que é característico do universo da editora e a cineasta é representante da nova leva de diretoras que está surgindo em Hollywood.
Chloé vem ganhando muita popularidade com seu contemplativo Nomadland, filme que conquistou os principais prêmios do cinema norte-americanos em 2021 e vai como favorito para o Oscar. O filme aborda a vida de comunidades móveis que cruzam o país em busca de qualquer oportunidade de trabalho que surja. Seja como for, são duas cineastas com muito potencial e que estavam comandando produções muito similares.
3) Guillermo del Toro
Lembra quando, no final dos anos 90, a Marvel era verdadeiramente mais conhecida por seus quadrinhos e até pelas animações do que pelos filmes? Adaptações de personagens oriundos da casa das ideias até então costumavam nunca funcionar e eram muito mais lembrados como exemplos de como não se produzir um filme do que uma cartilha para se seguir à risca para obter sucesso.
Isso até 1998 quando a New Line veio com o primeiro filme do Blade estrelado por Wesley Snipes. A abordagem violenta e com bastante foco em cenas sanguinolentas do primeiro filme levou a uma sequência em 2002 dirigida por Guillermo del Toro. Muito antes de ganhar o Oscar de Melhor Diretor e Filme, à época del Toro foi uma aposta de que, no mínimo, ele conseguiria preservar o tom sombrio do filme anterior. Acabou que o cineasta mexicano amplificou o que já havia sido trabalhado e se consolidou no mercado de blockbusters dos Estados Unidos.
2) Ang Lee
Sem dúvidas o início dos anos 2000 foi único para o gênero; ainda que as adaptações de quadrinhos não tivessem alcançado o ápice dos sucessos de bilheteria, esse foi um período de experimentos muito interessantes quando se ainda tentava entender como transpor aquela mídia para o cinema. Logo, não é inesperado falar que um dos mais interessantes desses testes foi Hulk, dirigido por Ang Lee.
O diretor taiwanês é um nome extremamente pesado e importante no cinema; antes de adaptar o Gigante Esmeralda ele já havia recebido o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2001 com O Tigre e o Dragão e após se aventurar nos quadrinhos ele seria o primeiro cineasta asiático a vencer o Oscar de Melhor Diretor com O Segredo de Brokeback Mountain e A Vida de Pi. Mesmo que Hulk por si só não tenha vencido nada ainda é marcante pelas transições em formato de quadrinho que o diretor apresentou e também como uma espécie de estudo de personagem do Bruce Banner.
1) Christopher Nolan
Sim, você viu essa chegando e não havia como não ser. Antes de se tornar um dos grandes nomes de Hollywood (do tipo raro que tem passe livre e verba à vontade para fazer o que quiser) Nolan era tido como uma promessa interessante no início dos anos 2000 por apresentar suspenses não só instigantes mas que traziam estilos de direção totalmente fora da caixinha; Amnésia, que se desenvolve de trás para frente, é um exemplo.
Em meados dos anos 2000, Nolan tinha a pretensão de produzir uma biografia do famoso Howard Hughes, porém Martin Scorsese veio primeiro e lançou O Aviador. Nas palavras do próprio Christopher “ele voltou suas atenções para outro excêntrico milionário” e em 2005 lançou Batman Begins com a proposta de uma inédita abordagem realista ao mito do Homem Morcego. Tamanho foi o sucesso da obra que gerou mais duas continuações. O impacto de Nolan nos filmes de quadrinhos em geral também é inegável, mostrando que esses personagens poderiam sim dialogar com cenários mais reais e basicamente moldando o modo de fazer cinema da DC Comics até os dias atuais.