Britney Spears fez sua impactante estreia no mundo da música em 1999 com o lançamento do lendário ‘…Baby One More Time’, revolucionando o cenário teen para sempre e ascendendo ao patamar da eterna princesa do pop.
Dando vida a nove álbuns e a dezenas de sucessos atemporais que a eternizaram no cenário mainstream, Spears completa quarenta anos amanhã, 02 de dezembro – e nada melhor que celebrar sua carreira com algumas matérias especiais e com a recém-conquistada liberdade de uma dura tutela que a privou de fazer o que bem quisesse com a própria vida.
Depois de viajarmos por sua discografia completa, nossa próxima matéria contempla um ranking do pior ao melhor álbum da performer.
Confira abaixo e conte para nós qual o seu favorito:
9. BRITNEY JEAN (2013)
Nota: 4.0
“Tudo explode em demasia cansativa – em outras palavras, a falta de uma edição mais sólida deixa que gêneros diferentes lutem entre si para ver qual carrega a maior potência. “Now That I Found You”, apesar de uma nostalgia imbatível de alguns anos, a suavidade das primeiras estrofes e a própria identidade imprimida por Spears não combina em nenhum momento (aliás, poderíamos nos deliciar apenas com o refrão instrumental, nos esquecendo de qualquer outro elemento que aparece na faixa); “It Should Be Easy”, “Tik Tik Boom” e “Body Ache” formam o trio das criações que, caso tivessem abraçado o camp como prometeram, seriam ótimas – mas nenhuma delas sabe em que direção seguir. “Don’t Cry” e “Brightest Morning Star” também seriam melhor aproveitadas se apostassem fichas na vulnerabilidade da cantora. E, por fim, temos a inexplicável existência do dueto “Chillin’ With You”” – Thiago Nolla.
Não deixe de assistir:
8. FEMME FATALE (2012)
Nota: 6.0
“À medida que várias das músicas nos chamam a atenção e nos guiam por essa nova jornada da princesa do pop, outras falham em cumprir com o que pretendem e parecem nem mesmo saber de que maneira fazer isso. O principal obstáculo que enfrentam é a edição e a incapacidade de perceberam o próprio exagero – e aqui cito as distorções desnecessárias de “He About to Lose Me” ou o flerte equivocado do house com “Big Fat Bass” (uma inexplicável conjunção de Britney com will.i.am, do grupo Black Eyed Peas). Outras recorrem a um empírico desbravamento que poderia ser mais bem resguardado, como a sutileza urgente de “Gasoline” ou o saudoso pop-rock da subestimada “Don’t Keep Me Waiting”, que merecia um espaço de maior destaque no disco. “Selfish” é outra das tracks que foi erroneamente deixada de lado, visto que é uma das melhores entradas de ‘Femme Fatale’, seja pela familiaridade de sua progressão, seja pelas mensagens subliminares que se escondem em seus versos.” – T.N.
7. CIRCUS (2009)
Nota: 7.0
“‘Circus’ pode não ser a entrada mais competente da carreira de Britney Spears, mas, no final das contas, isso não importa: como mencionado no começo desta crítica, o saldo positivo é o que convida o público a se divertir numa narcótica aventura, com músicas que endossam a importância da performer na indústria e que nos fazem querer sair das cadeiras e se jogar na pista de dança.” – T.N.
6. GLORY (2016)
Nota: 7.0
“[…] ao tirarmos um tempo para prestar nas narrativas que se desenrolam e no cuidado primoroso da construção fonográfica, percebemos que ‘Glory’ é grandioso dentro das mensagens que pretende evocar, guiado por uma simplicidade apaixonante que não se desespera em qualquer momento e que revela um lado mais íntimo e pessoal de Spears (algo que não víamos desde o justificável discurso enraivecido e cínico de ‘Blackout’, que se consagrou como uma resposta pungente ao narcisismo midiático dos paparazzi). De fato, é aqui que a artista demonstra uma confiança invejável e um amadurecimento que remonta aos tempos de ‘In The Zone’, mantendo-se fiel a uma sensualidade envolvente e a uma ambiguidade lírica que nos faz clamar por mais.” – T.N.
5. BRITNEY (2001)
Nota: 8.0
“Impactada pela ascensão do R&B e hip-hop, que voltara ao cenário mainstream nos anos 1990 por grupos como En Vogue, TLC e Destiny’s Child, Spears percebeu que tinha todos os elementos em mãos para desconstruir o que as pessoas pensavam sobre ela: além da track supracitada, temos a densa exuberância de “Overprotected”, escrita e produzida por Martin e Rami, em que ela volta a endereçar a problemática da fama e como ela conseguiu se livrar das amarras restritivas daqueles à sua volta, declarando que “preciso de tempo, amor e diversão… Preciso de mim”. Apesar de não nutrir com quaisquer similaridades à “Stronger”, nota-se um dialogismo com a faixa de ‘Oops!… I Did It Again’ através de uma temática que também dá as caras em “Lonely” (“por que você está ferrando com a minha cabeça?”)” – T.N.
4. IN THE ZONE (2003)
Nota: 8.0
“Felizmente, os deslizes são pontuais e não conseguem ofuscar a beleza de músicas que beiram a perfeição, senão a atingem. Falar da frenética “Toxic” e da tocante balada “Everytime” é cair na redundância do que representam para a arte da performer, visto que são duas de suas marcas registradas. Talvez o melhor seja destinar mais atenção às iterações não muito comentadas ou que foram desperdiçadas pela negligência da produtora responsável pelo álbum. A extravagância proposital de “(I Got That) Boom Boom”, que traz os vocais dos gêmeos Ying Yang, incorpora elementos orientais à predominância explosiva da contracultura do hip hop e do UK garage; “Early Mornin’” presta homenagem ao clássico ‘Erotica’, tanto na sinestesia instrumental quanto no conteúdo lírico; e “The Hook Up” promove uma mudança total de estilo e abre espaço para a fusão aplaudível do dance e do reggae.” – T.N.
3. OOPS!… I DID IT AGAIN (2000)
Nota: 9.0
“Britney não nos deixa descansar nas pistas de dança e expande o microcosmos que arquitetou com tanta cautela – algo que abre uma camada ainda mais envolvente com as canções que concluem a jornada: “Can’t Make You Love Me”, uma subestimada ode ao Europop oitentista que merecia ter sido transformada em single promocional; a etérea construção em hip-hop “When Your Eyes Say It”, definindo um gênero que estaria muito mais em voga nos anos seguintes; e “Dear Diary”, resgatando o classicismo das fábulas encantadas de amor, cuja modesta produção é pincelada suavemente pelo piano e pelos violinos e fecha com chave de ouro o disco.” – T.N.
2. …BABY ONE MORE TIME (1999)
Noya: 9.0
“A artista sabe muito bem como brincar com a nostalgia sem cair no exagero mimético e cuidando para colocar sua identidade única e refrescante a um momento crucial do cenário criativo. Em contraposição às baladas mencionadas no parágrafo acima, encontramos a ode à disco music de “Deep In My Heart”, as mensagens evocativas de “Thinkin’ About You” e a momentânea regressão de “I’ll Never Stop Loving You”. Apesar da temática repetitiva, que não passa muito longe da obviedade dos relacionamentos (decepções, sonhos e amor verdadeiro), o resultado é muito maior que nossas expectativas e reitera o motivo desse álbum ser tão importante e marcante – e que jeito melhor de terminá-lo com o electro-dance oitentista de “Autumn Goodbye”?” – T.N.
1. BLACKOUT (2007)
Nota: 9.0
“O álbum funciona em sua completude de diversos modos: a visão mercadológica e comercial está ali, dialogando com sua repaginação modernizada e refrescante a um pop prestes a mergulhar na era digital. Ao mesmo tempo, há também um experimentalismo claro, partindo do hibridismo de inúmeros estilos que casam e criam uma harmonia quase perfeita. É claro que os baixos existem, incluindo na participação de Pharrell Williams em “Why Should I Be Sad”, construindo um parênteses fragmentado em comparação ao restante da sólida base. Mas os ápices são mais frequentes, senão pelos vocais em autotune de Britney, por tudo que suas investidas representam – afinal, é sua primeira participação como produtora executiva, conferindo-lhe mais autonomia em fazer o que quiser.” – T.N.