O Universo Estendido DC chegou ao fim com Aquaman 2: O Reino Perdido, lançado no finalzinho de 2023. Após um início promissor no auge da ‘Era dos Super-Heróis’ nos cinemas, esse universo compartilhado começou a se perder diante da falta de liderança do estúdio e da ausência de convicção no projeto.
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O problema é que nem só de bombas viveu o falecido DCEU. É impossível só fazer porcaria quando se contrata alguns dos melhores nomes do mercado para trabalhar em um projeto que durou uma década. E são esses filmes que vão deixar saudade nos fãs e criar aquela sensação de que talvez fosse possível tê-lo salvado. Por isso, o CinePOP vai elencar os cinco melhores filmes nesta matéria. Confira!
5. O Homem de Aço (2013)
O primeiro capítulo do DCEU nos cinemas foi bem controverso na época de seu lançamento. Utilizando metáforas cristãs à exaustão para descrever o herói, o diretor Zack Snyder tentou transformar a origem do Superman (Henry Cavill) em um tipo de épico bíblico de super-heróis. E por mais polêmica que seja essa abordagem, é curioso ver como funcionou bem em muitos momentos. O uso de planos que engrandecem a figura de um Superman errante deu um ar épico ao longa, assim como as provações pelas quais o Homem de Aço teve de passar antes de assumir o tradicional traje azul, vermelho e amarelo. O problema desse filme foi mais no ato final, no qual o diretor perdeu um pouco da linha e corrompeu de forma complicada fatores morais intrínsecos ao personagem.
Sem contar a lógica dos Power Rangers de “destruir a cidade para salvar a cidade”. Sério, pelo estado que ficou Metropolis depois do Super “salvá-la”, era melhor ter entregado a chave da cidade pro Zod logo. Ah, vale a pena ressaltar também o trabalho maravilhoso que Hans Zimmer fez na trilha sonora desse filme. Trabalhar com o Superman exige um carinho especial na tratativa sonora, já que ele está eternamente atrelado ao tema do filme de 1978, mas ainda assim Zimmer conseguiu ser respeitoso com o passado do herói e criou scores que combinaram e descreveram as sensações dessa nova abordagem do kryptoniano.
4. Aquaman (2018)
Dirigido por James Wan, o Midas de Hollywood, Aquaman conseguiu algo que nenhum outro longa da DC alcançou nesses dez anos de Universo Estendido DC: arrecadou mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias do mundo todo. Ambientado depois dos eventos do filme da Liga da Justiça, essa aventura anfíbia mudou completamente o tom dos filmes da DC nos cinemas ao esquecer o filtro escuro e a necessidade de introduzir elementos para serem desenvolvidos em filmes de outros heróis. Ou seja, ao focar mais em sua própria trama em vez de tentar desenvolver o DCEU, Wan conseguiu fazer com que o público se importasse com a história de origem de um dos heróis mais zoados do primeiro escalão da DC.
Apostando no carisma de Jason Momoa para conduzir a trama, o longa também ganhou pontos por trazer uma visual subaquático deslumbrante e por explorar a riqueza desse mundo com muitas cores e iluminações diferentes, proporcionando momentos “com cara de histórias em quadrinhos”, como a batalha dos protagonistas contra o Arraia Negra na Itália, o embate com as criaturas do poço ou a pancadaria final, que apresenta mais animais marinhos que todas as temporadas juntas de Bob Esponja. É um filme despretensioso, divertido e que consegue elevar a moral de um herói que andava meio em baixa por conta das inúmeras piadas que as séries de Cultura Pop faziam com seus poderes.
3. Mulher-Maravilha (2017)
Também conhecido como o primeiro filme inquestionável do Universo Estendido DC, Mulher-Maravilha foi trabalhado como uma prequel, o que deu muito certo. Partindo de uma das incontáveis pontas soltas que BVS deixou, Diana teve sua história de origem desenvolvida com base em uma foto antiga. O trabalho de Patty Jenkins foi muito apaixonado nesse filme, até pelo peso que ele trouxe. Então, foi um longa que honrou o legado da super-heroína, explorando pontos fascinantes do passado dela, mas também conseguiu fazer com que ela assumisse um posto que normalmente era do Superman: o símbolo de esperança.
Como o Clark ainda vinha sendo trabalhado como um herói errante, Diana surgiu com seu otimismo, coragem e persistência para mostrar ao mundo dos homens que eles não deveriam se entregar aos vilões, porque ela estava ali para ajudá-los e isso os motivou a seguir na luta. A cena mais emblemática do filme é justamente isso, um sopro de esperança. Diante da fronteira tomada pelos inimigos, Diana pegou seu escudo e atravessou a Terra de Ninguém, enfrentando sozinha o exército inimigo. Vendo aquilo, os outros soldados se inspiraram e avançaram junto a ela. De arrepiar.
Além disso, os personagens de apoio foram todos muito carismáticos, e a direção não perdeu tempo tentando sexualizar a Mulher-Maravilha. Na verdade, esse filme é tão bom que só não está na primeira colocação dessa lista por conta de um pequeno deslize no clímax da trama, mas não é nada que atrapalhe o espetáculo.
2. Shazam! (2019)
Shazam! é um dos filmes mais sinceros que a DC já fez. Dirigido por David F. Sandberg, que vinha do mundo dos filmes de terror, esse longa foi a adaptação mais fiel já feita na história do Universo DC. Quem já leu as histórias de origem do personagem, seja na versão clássica ou nos Novos 52, com certeza conseguiu identificar cenas, ambientações e até mesmo falas tiradas diretamente das páginas dos quadrinhos. Mas não é por isso que esse filme chegou tão longe no nosso ranking. Ele está aqui porque conseguiu trazer elementos próprios que fizeram dele muito mais que uma adaptação exemplar.
É um filme com coração, com alma, sobre um menino órfão que encontra quem ele realmente é em sua nova família. Sem contar que trazer um herói cujos poderes são baseados em magia para a perspectiva de uma criança querendo ser grande é uma premissa maravilhosamente perfeita para um herói de quadrinhos nas telonas. Junte a isso um elenco que compreende bem as motivações de seus personagens e o resultado foi uma aventura espetacular sobre família, heroísmo e amadurecimento.
1. O Esquadrão Suicida (2021)
Depois do fracasso colossal que foi o primeiro Esquadrão, James Gunn assumiu o roteiro e a direção dessa sequência para provar o efeito que um bom diretor pode ter em um filme. Contando a história de forma sádica, matando personagens a torto e a direito, Gunn não se baseou exatamente em um arco das HQs para escrever esse roteiro repleto de violência, humor e interações humanas sinceras entre os piores vilões do mundo.
Parte importante para esse filme funcionar foi ter roteiro, direção e elenco entendendo que os personagens são a escória da humanidade, mas que até mesmo essa gente poderia ter sentimentos e objetivos. Assim, partindo dessa ótica, o grupo foi visto como um monte de bandidos descartáveis sendo mandados para uma ilha da América Latina para resolver as burradas imperialistas dos EUA, mesmo que isso significasse não voltarem vivos. Adotando uma estética que remete instantaneamente aos quadrinhos, fosse pelas cores, diálogos dinâmicos ou até mesmo pelas passagens de capítulos, O Esquadrão Suicida contou ainda com uma trilha sonora maravilhosa e um desenvolvimento de personagens maior que o de praticamente todos os outros filmes da casa.
Todos os filmes citados estão disponíveis no HBO Max.