domingo , 24 novembro , 2024

Recap ‘Chucky’ | Segundo episódio freia o frenesi inicial e traz vários núcleos

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Depois de um primeiro episódio frenético, o segundo capítulo da temporada 2 de Chucky deu uma pisada no freio para estabelecer os núcleos e personagens que vão marcar essa nova aventura do boneco assassino.

Mas antes de falar desses novos núcleos, o assunto será o protagonista do show, o próprio Chucky.



Quando anunciaram uma série do brinquedo assassino favorito de todos, a expectativa era de que o show mostrasse o bonequinho do capeta matando pelo menos uma pessoa por semana e de formas cada vez mais criativas e sanguinolentas.

Isso funcionou muito bem na primeira temporada, que trouxe mortes bem criativas e até mesmo bem dirigidas, como a da babá dos Wheeler, logo em um dos primeiros episódios. No entanto, esse segundo episódio trouxe um pouco de desconfiança.

Após a morte surpreendente do primeiro episódio dessa temporada atual, que pegou a muitos de surpresa, mesmo sem ser explícita, esse segundo capítulo trouxe uma abordagem mais decepcionante para o homicida. Ele mata uma freira dando um susto nela, o que rende uma piada bem divertida, mas só. Isso porque com a existência de um exército de Chuckys por aí, o chefão do grupo decidiu enviar para o reformatório uma “Chucky Espião”, cuja função não era exatamente matar alguém, mas observar os garotos e passar informações sobre eles.

Essa pegada mais observadora rende alguns momentos realmente engraçados, como o Chucky posando para as mais diversas e profanas selfies no ambiente religioso. Ao fim do capítulo, os meninos conseguem capturar o boneco e prendê-lo para uma sessão de tortura. Mas cá entre nós, a graça do Chucky são as mortes mais absurdas que uma criatura de plástico de 1.20m pode causar.

Ainda sobre o Chucky, a série prepara um outro núcleo, que já havia sido introduzido brevemente no primeiro episódio, mas que ganha uma nova perspectiva aqui: o da Tiffany. Vivendo numa casa rosa e com dias cada vez mais decadentes sob o corpo da atriz Jennifer Tilly, a Tiffany mantém a Nica (Fiona Dourif) em cativeiro.

O jeitão psicótico-inocente insuportável da Tiffany funciona como um contraponto perfeito para o comportamento sacana do Chucky, que está revoltado com a ex-noiva. Então, a série traz uma coisa impensável até os últimos filmes: Chucky se alia a Nica, que também nutre um ódio mortal pelo boneco assassino que a condenou a uma vida na cadeira de rodas e direcionou sua vida para os sanatórios. Porém, como foi a Tiffany quem cortou seus braços e pernas, e é a boneca quem a está mantendo em cativeiro, ela aceitou uma parceria com o Chucky via ritual vodu, para que ele a controle em momentos-chave, permitindo que ela escape e se vingue da Tiff. O famoso dois coelhos numa cajadada só. O problema é que, como mostrou esse episódio, a Tiffany segue como uma assassina eficiente e agora, muito provavelmente, terá o apoio dos filhos, Glen e Glenda.

Ou seja, até o segundo episódio, a série já abriu o front para uma guerra de três núcleos se enfrentando. Os meninos, Tiffany e os filhos, e a Nica, que deve escapar e se virar contra o Chucky. É de se esperar que esses três se confrontem antes de partirem para tentar acabar com o boneco, mas nada é garantido. Isso sem contar a polícia, que deve colar na história após a morte do detetive.

Outro núcleo importante da história é o dos meninos. Jake, Devon e Lexy seguem no internato religioso, que parecia trazer esses elementos religiosos para aumentar o cenário opressor, mas acaba que essa iconografia fica em segundo plano diante dos próprios “fantasmas” do trio principal. A começar por Jake, que vive tomado pela culpa da morte de seus familiares e do irmãozinho adotivo. Então, a série traz Devon Sawa, que interpretou o pai alcoólatra e o tio gêmeo de Jake na primeira temporada, para interpretar o Padre Bryce. Todas as figuras paternas do garoto foram extremamente opressoras e agora assumem o papel máximo de opressão ao dar seu rosto para o diretor controlador do internato.

O Devon segue meio apagado, mas a série acaba compensando o drama com a Lexy, que arrumou um inimigo humano dentro do internato, além de seu próprio inimigo nessa temporada: o vício em drogas. Tomara que a série explore melhor isso daqui para frente, em vez de só mostrar a garota escondendo os narcóticos para usar sempre que puder. A abstinência leva as pessoas a fazerem coisas terríveis, e sob efeito da ameaça de um boneco sobrenatural, a Lexy pode se complicar de verdade.

Mas, como dito na introdução, esse segundo episódio deu uma freada no ritmo da série. Com a introdução de tantos núcleos diferentes, os cerca de 48 minutos de episódio pareceram bem maiores do que realmente foram. Em dado momento, parecia que esse segundo capítulo já superava uma hora de duração. Essa falta de equilíbrio entre os núcleos pode comprometer o andamento da temporada se não for trabalhado com cuidado.

Os novos episódios da segunda temporada de Chucky estreiam toda quarta no Star+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Quando anunciaram uma série do brinquedo assassino favorito de todos, a expectativa era de que o show mostrasse o bonequinho do capeta matando pelo menos uma pessoa por semana e de formas cada vez mais criativas e sanguinolentas.

Isso funcionou muito bem na primeira temporada, que trouxe mortes bem criativas e até mesmo bem dirigidas, como a da babá dos Wheeler, logo em um dos primeiros episódios. No entanto, esse segundo episódio trouxe um pouco de desconfiança.

Após a morte surpreendente do primeiro episódio dessa temporada atual, que pegou a muitos de surpresa, mesmo sem ser explícita, esse segundo capítulo trouxe uma abordagem mais decepcionante para o homicida. Ele mata uma freira dando um susto nela, o que rende uma piada bem divertida, mas só. Isso porque com a existência de um exército de Chuckys por aí, o chefão do grupo decidiu enviar para o reformatório uma “Chucky Espião”, cuja função não era exatamente matar alguém, mas observar os garotos e passar informações sobre eles.

Essa pegada mais observadora rende alguns momentos realmente engraçados, como o Chucky posando para as mais diversas e profanas selfies no ambiente religioso. Ao fim do capítulo, os meninos conseguem capturar o boneco e prendê-lo para uma sessão de tortura. Mas cá entre nós, a graça do Chucky são as mortes mais absurdas que uma criatura de plástico de 1.20m pode causar.

Ainda sobre o Chucky, a série prepara um outro núcleo, que já havia sido introduzido brevemente no primeiro episódio, mas que ganha uma nova perspectiva aqui: o da Tiffany. Vivendo numa casa rosa e com dias cada vez mais decadentes sob o corpo da atriz Jennifer Tilly, a Tiffany mantém a Nica (Fiona Dourif) em cativeiro.

O jeitão psicótico-inocente insuportável da Tiffany funciona como um contraponto perfeito para o comportamento sacana do Chucky, que está revoltado com a ex-noiva. Então, a série traz uma coisa impensável até os últimos filmes: Chucky se alia a Nica, que também nutre um ódio mortal pelo boneco assassino que a condenou a uma vida na cadeira de rodas e direcionou sua vida para os sanatórios. Porém, como foi a Tiffany quem cortou seus braços e pernas, e é a boneca quem a está mantendo em cativeiro, ela aceitou uma parceria com o Chucky via ritual vodu, para que ele a controle em momentos-chave, permitindo que ela escape e se vingue da Tiff. O famoso dois coelhos numa cajadada só. O problema é que, como mostrou esse episódio, a Tiffany segue como uma assassina eficiente e agora, muito provavelmente, terá o apoio dos filhos, Glen e Glenda.

Ou seja, até o segundo episódio, a série já abriu o front para uma guerra de três núcleos se enfrentando. Os meninos, Tiffany e os filhos, e a Nica, que deve escapar e se virar contra o Chucky. É de se esperar que esses três se confrontem antes de partirem para tentar acabar com o boneco, mas nada é garantido. Isso sem contar a polícia, que deve colar na história após a morte do detetive.

Outro núcleo importante da história é o dos meninos. Jake, Devon e Lexy seguem no internato religioso, que parecia trazer esses elementos religiosos para aumentar o cenário opressor, mas acaba que essa iconografia fica em segundo plano diante dos próprios “fantasmas” do trio principal. A começar por Jake, que vive tomado pela culpa da morte de seus familiares e do irmãozinho adotivo. Então, a série traz Devon Sawa, que interpretou o pai alcoólatra e o tio gêmeo de Jake na primeira temporada, para interpretar o Padre Bryce. Todas as figuras paternas do garoto foram extremamente opressoras e agora assumem o papel máximo de opressão ao dar seu rosto para o diretor controlador do internato.

O Devon segue meio apagado, mas a série acaba compensando o drama com a Lexy, que arrumou um inimigo humano dentro do internato, além de seu próprio inimigo nessa temporada: o vício em drogas. Tomara que a série explore melhor isso daqui para frente, em vez de só mostrar a garota escondendo os narcóticos para usar sempre que puder. A abstinência leva as pessoas a fazerem coisas terríveis, e sob efeito da ameaça de um boneco sobrenatural, a Lexy pode se complicar de verdade.

Mas, como dito na introdução, esse segundo episódio deu uma freada no ritmo da série. Com a introdução de tantos núcleos diferentes, os cerca de 48 minutos de episódio pareceram bem maiores do que realmente foram. Em dado momento, parecia que esse segundo capítulo já superava uma hora de duração. Essa falta de equilíbrio entre os núcleos pode comprometer o andamento da temporada se não for trabalhado com cuidado.

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