domingo , 17 novembro , 2024

Retro Dance #06 | ‘Falling Into You’, o álbum mais icônico de Céline Dion

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Céline Dion tornou-se uma das divas da música pouco depois de ter participado do Festival Eurovision, ascendendo a uma fama mundial sem quaisquer precedentes. Creditada como a principal responsável na internacionalização da música francofônica, seu sucesso planetário e estupendo tomaria forma mais sólida a partir da década de 1990, com o lançamento do icônico e multipremiado Falling Into You – certamente sua produção mais conhecida.

O álbum, que configura a lista dos mais vendidos de todos os tempos com mais de 32 milhões de cópias comercializadas – à frente de títulos como ‘21’, de Adele, e ‘Hotel California’, da banda Eagles –, é composto por grande parte das faixas mais icônicas da carreira de Dion, incluindo as baladas “It’s All Coming Back to Me Now” e “All By Myself”, bem como ao cover animado e explosivo de “River Deep, Mountain High”. Ademais, das catorze tracks da versão padrão do CD, mais de metade ganhou o status de single, colocando a artista no centro dos holofotes e nas manchetes dos jornais e revistas mais conceituados dos países de língua inglesa.

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Combinando elementos que variam desde incursões orquestrais até cânticos africanos, Falling Into You permitiu que a cantora, dona de uma das vozes mais poderosas de sua geração e até mesmo da atualidade, trilhasse seu caminho como bem entendesse – vindo a resgatar tais elementos para futuras incursões, como ‘A New Day Has Come’ (2002) e o recente ‘Courage’ (2019), que marcou seu tão aguardado comeback depois de anos longe da música em virtude da precoce morte do marido. Marcado pelo uso constante de elementos de percussão, a crítica pode não ter caído de amores pela dissonante produção de suas faixas, mas isso não muda o fato do compilado ser um dos mais importantes das décadas passadas e da carreira de Dion. Afinal, foram as músicas arquitetadas principalmente por nomes como Jim Steinman, Diane Warren, Eric Carmen e tantos outros que alavancaram rendições belíssimas e memoráveis que são apreciadas até os dias de hoje.

“Because You Loved Me”, um dos carros-chefes e a segunda música promocional da obra, integrou o drama romântico ‘Íntimo e Pessoal’, estrelado por Robert Reford e Michelle Pfeiffer. Recebida com aclame crítica pelos especialistas, a faixa também foi um sucesso comercial que atingiu o topo das paradas de inúmeros países, incluindo Estados Unidos, Canadá e Austrália. Ela também foi agraciada com inúmeras condecorações e honrarias, como um Grammy de Melhor Música Escrita para Mídia Visual, além de indicações a Música do Ano e Gravação do Ano. Assinada por Warren, a iteração também foi relembrada durante as cerimônias do Oscar e do Globo de Ouro, vendendo mais de 5 milhões de cópias em apenas seis meses.

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Com o álbum, Dion encontrou a tão esperada maturidade artística, que já vinha mostrando em suas explorações francesas anteriores. A clássica sensualidade mostra-se com força descomunal na balada romântica “Seduces Me”, que mistura melodias latinas com guitarras ecoantes, além de vocais irretocáveis e exuberantes. “If That’s What It Takes”, regravação de “Pour que tu m’aimes encore”, abre espaço para a sutileza do onirismo lírico, acompanhado de mensagens adoráveis, por mais formulaicas e familiares que sejam. Ora, a artista até mesmo faz questão de homenagear um de seus grandes ídolos, Aretha Franklin, com a moderna releitura de “(You Make Me Feel Like) A Natural Woman”.

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Foi essa capacidade de reinvenção e de se manter fiel às suas raízes que permitiu que Falling Into You rodasse o mundo e estourasse como inúmeros recordes de vendas. A originalidade da presença de Dion, aqui, é constantemente pincelada com meneios para Tina Turner, Ella Fitzgerald, Etta James e tantas outras fortes mulheres que pavimentaram as estradas para que a performer e suas contemporâneas exibissem sem medo todas as suas habilidades para um público que ansiava por mais. “Call the Man” mais uma vez opta por reduzir o ritmo e criar uma densa e narcótica atmosfera, apostando fichas em uma melancolia fonográfica gospel que há muito não se via no cenário do entretenimento – e a apresentação da música com um coro de 30 vozes durante o World Music Awards permanece gravado na memória de quem a assistiu.

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Levando para casa o prêmio de Álbum do Ano e Melhor Álbum Pop Vocal na cerimônia do Grammy Awards, a obra-prima de Céline Dion continua sendo redescoberta e renegando às duras críticas que a cauterizaram dolorosamente à época de seu lançamento. Afinal, são poucas as investidas musicais que conseguiram o feito de Falling Into You – e poucas que conseguiram ultrapassá-lo.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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O álbum, que configura a lista dos mais vendidos de todos os tempos com mais de 32 milhões de cópias comercializadas – à frente de títulos como ‘21’, de Adele, e ‘Hotel California’, da banda Eagles –, é composto por grande parte das faixas mais icônicas da carreira de Dion, incluindo as baladas “It’s All Coming Back to Me Now” e “All By Myself”, bem como ao cover animado e explosivo de “River Deep, Mountain High”. Ademais, das catorze tracks da versão padrão do CD, mais de metade ganhou o status de single, colocando a artista no centro dos holofotes e nas manchetes dos jornais e revistas mais conceituados dos países de língua inglesa.

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Combinando elementos que variam desde incursões orquestrais até cânticos africanos, Falling Into You permitiu que a cantora, dona de uma das vozes mais poderosas de sua geração e até mesmo da atualidade, trilhasse seu caminho como bem entendesse – vindo a resgatar tais elementos para futuras incursões, como ‘A New Day Has Come’ (2002) e o recente ‘Courage’ (2019), que marcou seu tão aguardado comeback depois de anos longe da música em virtude da precoce morte do marido. Marcado pelo uso constante de elementos de percussão, a crítica pode não ter caído de amores pela dissonante produção de suas faixas, mas isso não muda o fato do compilado ser um dos mais importantes das décadas passadas e da carreira de Dion. Afinal, foram as músicas arquitetadas principalmente por nomes como Jim Steinman, Diane Warren, Eric Carmen e tantos outros que alavancaram rendições belíssimas e memoráveis que são apreciadas até os dias de hoje.

“Because You Loved Me”, um dos carros-chefes e a segunda música promocional da obra, integrou o drama romântico ‘Íntimo e Pessoal’, estrelado por Robert Reford e Michelle Pfeiffer. Recebida com aclame crítica pelos especialistas, a faixa também foi um sucesso comercial que atingiu o topo das paradas de inúmeros países, incluindo Estados Unidos, Canadá e Austrália. Ela também foi agraciada com inúmeras condecorações e honrarias, como um Grammy de Melhor Música Escrita para Mídia Visual, além de indicações a Música do Ano e Gravação do Ano. Assinada por Warren, a iteração também foi relembrada durante as cerimônias do Oscar e do Globo de Ouro, vendendo mais de 5 milhões de cópias em apenas seis meses.

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Com o álbum, Dion encontrou a tão esperada maturidade artística, que já vinha mostrando em suas explorações francesas anteriores. A clássica sensualidade mostra-se com força descomunal na balada romântica “Seduces Me”, que mistura melodias latinas com guitarras ecoantes, além de vocais irretocáveis e exuberantes. “If That’s What It Takes”, regravação de “Pour que tu m’aimes encore”, abre espaço para a sutileza do onirismo lírico, acompanhado de mensagens adoráveis, por mais formulaicas e familiares que sejam. Ora, a artista até mesmo faz questão de homenagear um de seus grandes ídolos, Aretha Franklin, com a moderna releitura de “(You Make Me Feel Like) A Natural Woman”.

Foi essa capacidade de reinvenção e de se manter fiel às suas raízes que permitiu que Falling Into You rodasse o mundo e estourasse como inúmeros recordes de vendas. A originalidade da presença de Dion, aqui, é constantemente pincelada com meneios para Tina Turner, Ella Fitzgerald, Etta James e tantas outras fortes mulheres que pavimentaram as estradas para que a performer e suas contemporâneas exibissem sem medo todas as suas habilidades para um público que ansiava por mais. “Call the Man” mais uma vez opta por reduzir o ritmo e criar uma densa e narcótica atmosfera, apostando fichas em uma melancolia fonográfica gospel que há muito não se via no cenário do entretenimento – e a apresentação da música com um coro de 30 vozes durante o World Music Awards permanece gravado na memória de quem a assistiu.

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