Após uma fase de grande sucesso, marcada por altos números de público e bilheteiras, o cinema nacional tem enfrentado desafios significativos nos últimos anos. O fechamento das salas durante a pandemia e a necessidade de os cinemas equilibrar suas finanças resultaram em uma priorização dos blockbusters internacionais nas principais salas do país.
Como consequência, os números de exibição e bilheteira dos filmes brasileiros caíram drasticamente, ficando bem abaixo dos índices registrados no período pré-pandemia. Em resposta a essa crise, uma das alternativas para reerguer o cinema nacional tem sido a implementação das cotas de tela, uma medida que obriga as salas de cinema a reservar uma porcentagem de suas sessões para filmes produzidos no Brasil.
Embora a lei não seja uma novidade — tendo sido criada em 2001 com um prazo de 20 anos —, ela expirou em 2021. Durante esse período, a cota ajudou a impulsionar o cinema nacional, especialmente nos anos 2000, quando produções como a franquia ‘Tropa de Elite‘ se beneficiaram diretamente da política e tiveram grande sucesso de público. Para dar continuidade a essa iniciativa, o Projeto de Lei 5497/19 foi criado, com o objetivo de renovar a medida até 2033.
A proposta foi amplamente aprovada na Câmara dos Deputados, com 312 votos a favor e apenas 25 contra, o que representa uma vitória significativa, especialmente após a gestão anterior ter adotado políticas controversas em relação à cultura.
Com a nova lei, os cinemas com apenas uma sala deverão reservar 7,5% de suas sessões para exibir lançamentos brasileiros, enquanto as redes com 201 salas ou mais terão que destinar 16% de sua programação para filmes nacionais. A medida visa garantir maior visibilidade para o cinema brasileiro em meio à crescente competição com os filmes estrangeiros.
O projeto de lei também prevê pesadas multas para os cinemas que não cumprirem as cotas. O valor da penalidade será calculado com base na receita bruta média diária do cinema, multiplicada pelo número de sessões em que as regras forem descumpridas. No entanto, a multa pode ser substituída por um termo de ajustamento de conduta, caso haja agravantes. A Agência Nacional de Cinema (Ancine) será a responsável por acompanhar o cumprimento da lei, consultando os agentes governamentais e publicando relatórios anuais para avaliar o impacto da medida no setor cinematográfico nacional.
De acordo com a relatora do projeto, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a proposta visa garantir que os brasileiros se vejam refletidos nas telas de cinema, sem interferir nos interesses dos agentes privados do setor cultural.
“Este projeto apenas possibilita que os brasileiros se vejam na tela, sem mexer com os agentes privados que atuam no setor cultural”, afirmou Feghali, destacando a importância da representatividade e do apoio ao cinema nacional.
Com a renovação das cotas e o compromisso do governo em apoiar o cinema brasileiro, espera-se que o setor consiga se recuperar das dificuldades recentes e retomar seu protagonismo nas telas dos cinemas do país.
Após uma fase dourada em que trouxe números expressivos de público e bilheteria, o cinema nacional sofreu um grande baque nos últimos anos. Com o fechamento das salas e os cinemas precisando equilibrar as contas, os blockbusters internacionais vêm tendo sua exibição priorizada nas principais salas do país.
Com isso, os números envolvendo os filmes brasileiros estão preocupantes, ainda muito longe do período pré-pandemia. Uma das alternativas para ajudar a reerguer o cinema nacional são as famosas cotas, que obrigam os cinemas a reserva uma porcentagem das sessões para exibir filmes feitos no Brasil.
Mostrando o poder do cinema nacional, ‘O Auto da Compadecida 2‘ abriu na frente de ‘Sonic 3‘ no Brasil.
A nova aventura de Chicó e João Grilo faz um enorme sucesso no Nordeste e ganhou distância de ‘Sonic 3‘ no dia 1º, assumindo a liderança nas bilheterias nacionais.
‘O Auto da Compadecida 2‘ estreou arrecadando gigantescos R$ 19,7 milhões em primeiro lugar nas bilheterias.
‘Sonic 3‘ chega atrás, com R$ 18,9 milhões. O orçamento do filme foi de US$ 122 milhões.
Confira o TOP 10, segundo o FilmeB:
1 | O Auto da Compadecida 2 | 19.708.378 |
2 | Sonic 3 – O filme | 18.959.418 |
3 | Mufasa – O rei leão | 16.859.663 |
4 | Moana 2 | 7.432.676 |
5 | Ainda estou aqui | 1.538.197 |
6 | Kraven – O caçador | 546.164 |
7 | Wicked | 418.066 |
8 | Gladiador II | 252.268 |
9 | Queer | 80.564 |
10 | One Direction: This is us | 35.742 |