Sandra Annette Bullock, ou simplesmente Sandra Bullock, é o que podemos definir como “realeza de Hollywood”. Ela faz parte do seleto grupo prestigiado de astros e estrelas que conseguiram marcar seu nome para a eternidade, imortalizados no Panteão do cinema. Comparando, Bullock é uma Audrey Hepburn moderna, uma atriz capaz de arrastar multidões aos cinemas simplesmente com seu nome estampando o cartaz de um filme.
Sandra Bullock mescla em sua carreira filmes populares de sucesso com produções renomadas, caminhando bem nos dois mundos. Com uma carreira iniciada ainda na década de 1980, a atriz tem mais de 55 créditos na frente das câmeras, 16 como produtora, 2 indicações ao Oscar – incluindo a vitória por Um Sonho Possível – e 5 indicações ao Globo de Ouro (incluindo a vitória pelo mesmo filme citado). Fora isso, seus filmes somados acumulam mais que US$5.5 bilhões em arrecadação nos cinemas.
Hoje, Sandra Bullock completa 56 anos muito bem vividos. E para homenageá-la, o CinePOP preparou esta matéria com As Maiores Bilheterias de sua carreira – assim como algumas curiosidades. A parte boa é que alguns estão disponíveis na Netflix. Ou seja, ocasião mais que perfeita para celebrar. Vem conhecer.
1º) Gravidade (2013)
Sucesso absoluto de crítica e público, esta ficção realista/ filme de sobrevivência garantiu à atriz sua segunda indicação ao Oscar. Muitos inclusive o consideram a melhor atuação em sua filmografia. O longa que traz Bullock e George Clooney como astronautas perdidos no espaço após um trágico acidente, chama atenção pelos detalhes em sua parte técnica.
Gravidade fez sua estreia no Festival de Veneza, onde iniciou sua trajetória rumo ao Oscar, no qual foi indicado a melhor filme do ano e levou para casa 7 estatuetas – entre elas melhor diretor para Alfonso Cuarón, fotografia e efeitos. Gravidade custou para a Warner a fortuna de US$100 milhões, mas valeu a pena, já que recuperou US$723 milhões mundiais. O filme faz parte do acervo da Netflix.
2º) Velocidade Máxima (1994)
Sim, quase 30 anos já se passaram e Velocidade Máxima segue como o segundo filme mais rentável da carreira de Sandra Bullock. Este é a produção responsável por transformá-la numa atriz famosa e reconhecida – já no ano seguinte, Bullock estrelaria filmes como protagonista, vide Enquanto Você Dormia e A Rede. A trama todos conhecem: um terrorista (Dennis Hooper) coloca uma bomba num ônibus, que precisa andar em alta velocidade, enquanto um policial (Keanu Reeves) tenta desarmá-la. Bullock vive a passageira que dirige o veículo.
Velocidade Máxima ganhou 2 Oscar técnicos, e com um orçamento de US$30 milhões, viu o retorno de US$350 milhões aos cofres da Fox. O sucesso foi tanto que Bullock decidiu protagonizar a continuação, mas o resultado, digamos, foi insatisfatório. Em 2006, retomaria a colaboração com Reeves no romance A Casa do Lago. Infelizmente este thriller repleto de ação não está disponível nas duas plataformas mais famosas de streaming do Brasil.
3º) A Proposta (2009)
2009 foi um ano intenso para Sandra Bullock. Primeiro porque a atriz estava afastada das telas fazia dois anos. Depois, porque conheceu ao mesmo tempo o “céu” e o “inferno”, quando viu sua primeira indicação ao Oscar se concretizar na vitória pelo drama Um Sonho Possível e no mesmo fim de semana receber a “honraria” como pior atriz do ano no Framboesa de Ouro pelo fracasso Maluca Paixão – uma bomba que saiu direto em vídeo por aqui. Ou seja, Bullock foi ao mesmo tempo a melhor e a pior. Equilibrando as coisas estava este A Proposta, comédia que se tornou um de seus maiores sucessos financeiros.
Fazendo par com Ryan Reynolds (com quem teve um romance nos bastidores), ela vive a chefe megera do sujeito, que para não ser deportada e perder o emprego precisa fingir que está noiva do empregado. Bullock foi indicada ao Globo de Ouro pelo filme, e com um orçamento de US$40 milhões, viu retornar aos cofres da Disney (através da subsidiária Touchstone Pictures) nada menos que US$317 milhões mundialmente. A Proposta está disponível na Netflix.
4º) Um Sonho Possível (2009)
Já mencionado anteriormente, Um Sonho Possível é um dos mais importantes longas na filmografia de Sandra Bullock. Foi o filme que a indicou pela primeira vez ao Oscar, e não apenas isso, como garantiu sua vitória tão sonhada. É claro que todo ator quer ser levado a sério em algum momento de sua carreira, mesmo que sua especialidade sejam as comédias. Na trama baseada numa história real, a atriz vive a socialite Leigh Anne Tuohy, dondoca que resolve adotar um rapaz negro e garantir seu futuro como jogador de futebol americano.
Um Sonho Possível continua a parceria de sucesso entre Sandra Bullock e a Warner. O longa fez uso de US$29 milhões de orçamento e viu retorno de US$309 milhões mundialmente. Segundo a Forbes, Bullock levou para casa algo em torno de US$56 milhões por seus trabalhos somados em A Proposta e Um Sonho Possível – ambos de 2009.
5º) Oito Mulheres e um Segredo (2018)
O consenso geral é de que esta superprodução da Warner não rendeu o esperado, tanto com o público, os fãs e os críticos. A palavra de ordem era empoderamento feminino, e a ideia (assim como As Caça-Fantasmas de 2016) era subverter uma franquia conhecida, trazendo protagonistas mulheres desta vez. Podia ter dado muito certo, mas segundo as más línguas, egos colidiram nos bastidores com a junção de Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Rihanna, entre outras. O sentimento de camaradagem presente tanto no original de 1960, quando no remake de 2001, parece ter evaporado.
Seja como for, mesmo que a possibilidade de uma sequência tenha ido pelo ralo, Oito Mulheres custou US$70 milhões e viu o retorno de US$297 milhões mundiais, garantindo o quinto maior sucesso da carreira de Bullock. Mas sim, poderia ter sido maior e melhor.
6º) As Bem Armadas (2013)
Ao contrário do item acima, esta comédia da Fox demonstra puro entrosamento entre as protagonistas Sandra Bullock e Melissa McCarthy – que realmente parecem ter se divertido e se tornado amigas nos bastidores. A química é palpável neste buddy cop movie que, com sucesso, introduz duas mulheres na fórmula de parceiros policiais muito famosa em filmes americanos. Bullock vive a agente certinha, enquanto McCarthy é a durona amalucada – ambas irão aprender muito uma com a outra.
Com tantos atrativos a pergunta que fica é: por que a Fox nunca se coçou para produzir a continuação? Bem, agora um produto nos domínios da Disney (que não costuma papar mosca), quem sabe não veremos o retorno da dupla para mais um round. As Bem Armadas custou US$43 milhões e rendeu US$229 milhões mundialmente.
Bônus: Minions (2015)
Não levamos em conta este derivado da franquia de sucesso Meu Malvado Favorito, justamente por ser uma animação – que não dependeu da presença de Bullock para garantir seu sucesso. Gru e seus Minions deram as caras pela primeira vez em 2010 (sim, já está fazendo dez anos). Depois voltaram na continuação em 2013, e garantiram seu filme solo dois anos depois – que com a ausência de seu mestre, precisou escalar Sandra Bullock como a voz de sua primeira líder.
Meu Malvado Favorito lançou seu terceiro filme em 2017, e os Minions voltam em filme solo no ano que vem, desta vez sem Bullock no elenco. Com um orçamento de US$74 milhões, a animação embolsou absurdos US$1.159 bilhão, se tornando assim não apenas o mais rentável da franquia (um derivado mais lucrativo que seu original), como também o filme de maior bilheteria com participação de Sandra Bullock.
Bônus 2: Caixa de Pássaros (2018)
Último filme de Sandra Bullock até então, este terror dramático sobrenatural possui grandes ecos do sucesso Um Lugar Silencioso – lançado no mesmo ano -, mas é na realidade baseado no livro de Josh Malerman. Bullock levou tanta fé neste projeto da Netflix que resolveu produzi-lo. O cerne da trama fala sobre uma mãe fazendo tudo para proteger seus filhos numa realidade apocalíptica, e Bullock, uma mãezona na vida real, deve ter sentido muita proximidade ao tema.
A Netflix não costuma divulgar valores de orçamentos e retorno de seus filmes, mas no caso de Caixa de Pássaros ficamos sabendo recentemente que o longa se tornou o segundo mais popular de todos os tempos na plataforma, com 89 milhões de espectadores.
Como nem tudo são flores, temos também os tiros no pé da estrela. Saber se a trajetória de um filme junto ao público e crítica será de sucesso é quase impossível, por isso a cada novo projeto conta muito o feeling dos envolvidos. No caso de Sandra Bullock, ela terminou por produzir dois filmes de seu catálogo que viveram para se tornar dois de seus maiores fracassos financeiros. O primeiro é a comédia Um Tira à Beira da Neurose (2000), sobre o qual já comentei na matéria dos grandes flops que completam 20 anos em 2020. Aqui, ela faz par com Liam Neeson. A produção é da Disney, através da Hollywood Pictures, custou US$14 milhões e viu de volta apenas US$3 milhões mundialmente, se tornando o segundo filme menos rentável de sua carreira após o estrelato.
Bem, o filme menos rentável da carreira de Sandra Bullock após seu estrelato é Confidencial (2006), drama no qual ela faz participação (mesmo que seja uma importante). Confidencial é um destes filmes gêmeos, que são lançados em pouco tempo sobre o mesmo tema. Em casos assim, um sempre sai prejudicado ficando à sombra de sua “contraparte” mais famosa. E Confidencial foi eclipsado por Capote (2005), indicado ao Oscar. Curiosamente, Bullock foi cogitada para o mesmo papel no primeiro filme, mas terminou garantindo a vaga somente no segundo. Pior pra ela, já que Catherine Keener, que interpreta a escritora Nelle Harper Lee em Capote, foi nomeada ao Oscar. Confidencial custou US$13 milhões para a Warner e recuperou apenas US$2.6 milhões, sendo lançado direto em vídeo no Brasil.
Terminando a lista das decepções, este chega em terceiro lugar como o filme menos lucrativo da carreira de Bullock, no entanto, deve ter sido o que mais doeu. Explico. Especialista em Crise foi lançado em 2015, e é uma das produções mais recentes da carreira da estrela – que já se encontrava no auge do domínio de seu status. Ou seja, nesta fase as pancadas costumam ser mais sentidas, por serem mais ambiciosas. Especialista em Crise era um projeto pessoal da atriz, que produziu o longa ao lado do colega George Clooney, estendendo a parceria de Gravidade (2013).
O filme fez sua estreia no Festival de Toronto (palco para muitas produções do Oscar) e o alvo eram os prêmios da Academia – em especial para Bullock. Não foi o caso e a obra passou em branco, sendo lançada inclusive direto em vídeo no Brasil. Nos EUA e no mundo, poucos viram também, e com um orçamento de US$28 milhões, o retorno da Warner foi de somente US$8.5 milhões pelo mundo. A trama traz a atriz como uma articuladora de bastidores do mundo político, aceitando um emprego na Bolívia para reeleger o presidente. O filme é a versão fictícia de um documentário, e a história, claro, é real.