Faz um tempo que o filme do herói Shang-Chi foi anunciado. Sendo tratado com muito cuidado pelos executivos da Marvel, o longa foi classificado como “intrigante” e tal qual Pantera Negra, terá elenco focado na etnia do herói. Ou seja, terá um elenco majoritariamente asiático. Se você não conhece a história do Mestre do Kung Fu, fique tranquilo! Este post te dará uma base para entender o básico dele! Confira!
A criação de Shang-Chi, que significa Ascensão Espiritual em chinês, data dos anos 70, quando filmes e séries de Kung Fu eram uma verdadeira febre no mercado de entretenimento norte-americano. Seus idealizadores eram grandes fãs desse tipo de material e, acima de tudo, fanáticos pela Lenda das Artes Marciais, o inigualável Bruce Lee. Esse fanatismo refletiu diretamente na identidade do honrado herói, que além de ter aventuras inspiradas em Lee também teve seu rosto baseado no artista multitalentoso.
Criado por Steve Englehart, dono de uma fase bem interessante dos Vingadores, e Jim Starlin, a mente por trás de Thanos, Shang-Chi é filho do mítico Fu Manchu. Você provavelmente já ouviu falar em Fu Manchu. Ele é oriundo da literatura inglesa e é o grande estereótipo do chinês Líder de Quadrilha. Ele possui ascendência da Família Imperial Chinesa, fascínio pelo misticismo e sua característica mais marcante são os bigodes finos e compridos. Como o Shang-Chi ganhou muita popularidade entre os fãs de quadrinhos, a Marvel decidiu comprar os direitos das histórias de Fu Manchu do autor Sax Rohmer e incorporou alguns elementos delas à mitologia do herói, fazendo as devidas adaptações, é claro, e até mesmo misturando com alguns personagens dos filmes de Bruce Lee.
Pois bem, Shang nasceu na província de Hunan, na China, e como dissemos anteriormente, foi criado por Fu Manchu. Sem saber que seu pai era o líder imortal de uma das maiores facções criminosas do mundo, responsável por várias atrocidades e mortes hediondas, Shang foi criado para honrá-lo ao dominar as artes marciais. Seu treinamento era interminável e não abrangia apenas um estilo de luta. Sua missão era dominar TODAS as artes marciais do mundo, incluindo aquelas que não tinham mais representantes. E deu resultado. Mestre em todas as formas de luta, incluindo aquelas que fazem usos de armas brancas e de fogo, o garoto também aprendeu a dominar o Chi como nenhum outro ser em todo o Universo Marvel.
Para aqueles que não estão familiarizados, o Chi é uma energia que não se explica, mas se sente. Ela é a força da vida, que está presente em todas as formas vivas, unindo tudo em um fluxo imaterial que os liga em todo o Universo como uma coisa só. Se for ajudar na compreensão, é tipo A Força dos Jedi. Esse domínio aumenta suas capacidades, dando a ele reflexos e agilidade sobre-humanas, além de maior resistência e, em algumas versões, o poder de gerar clones de si mesmo. Em outras palavras, é um herói de poderes bastante cinematográficos, com um potencial imagético muito interessante.
Juntando suas habilidades de luta com o domínio do Chi, Shang-Chi se torna o Mestre do Kung Fu. Encarregado de assassinar um dos inimigos de seu Pai, Shang parte em missão e encontra o Sir Denis Nayland Smith, que revela a verdade sobre Fu Manchu. Agora sabendo que seu pai é um genocida, Shang dedica sua vida a destruir a organização maligna e desfazer as consequências dos atos criminosos de seu pai. Em sua jornada, ele acaba encontrando vários ícones da Marvel, enfrenta a HIDRA, se une aos Heróis de Aluguel até que, mais recentemente, foi convidado pelo Capitão América e pelo Homem de Ferro para integrar Os Vingadores.
Ao entrar para o time dos Heróis Mais Poderosos da Terra, o Mestre do Kung Fu ganha um uniforme que aprimora ainda mais suas habilidades de luta. Porém, o ponto mais legal que deve ser abordado nos cinemas é seu dilema moral. Apesar de ser exímio lutador, o domínio de Chi de Shang mexe com suas crenças e o faz seguir pela filosofia do Pacifismo. Seu grande conflito é: até que ponto o desejo por justiça legitima a violência? Como os heróis do MCU costumavam agir de forma bastante inconsequente, é como uma brisa no verão ver alguém mais ligado na consequência de seus atos.
Antes do início do Universo Cinematográfico Marvel, a Paramount colocou um filme de Shang-Chi como prioridade, junto a Homem Formiga, Capitão América, Doutor Estranho e Nick Fury. Mas, como vimos, esse projeto acabou sendo deixado de lado em prol da ideia de Kevin Feige e Cia. de instaurar um universo compartilhado de filmes.
A produção do longa terá o difícil trabalho de não cair nos estereótipos de filmes de luta se quiser fazer uma obra marcante. Para isso, o roteirista David Callaham foi chamado e já prometeu uma versão modernizada do mito do herói. As locações foram marcadas para a Austrália e o diretor indie Destin D. Cretton foi convocado para comandar a aventura. Especula-se que o vilão da trama possa ser o Verdadeiro Mandarim, visto no curta “All Hail The King“.
Shang-Chi ainda não tem data de estreia, mas especula-se que chegue aos cinemas em Fevereiro de 2021.