sexta-feira, abril 19, 2024

Star Trek: Discovery | Primeiras Impressões da nova série Netflix

Por Gustavo Barreto

“Espaço. A fronteira final”. A famosa frase mencionada em áudio pelo capitão James Kirk (William Shatner) antes da intro de todos os episódios de Star Trek: a série clássica sempre representou a essência do que é Star Trek: exploração. Melhor dizendo, o ato de se desbravar o desconhecido oceano negro chamado universo. É com esse espírito que os explorados no século XVI se lançaram ao mar e também foi com ele que a Federação dos Planetas Unidos, no universo Star Trek, busca a integração de todas as raças da galáxia.

A linha narrativa da série sempre foi pautada na aventura, aonde a cada episódio a nave e a tripulação da vez (seja ela a USS Enterprise de Kirk ou a USS Voyager de Janet) descobriam um novo planeta, uma nova forma de vida, tinham problemas com o primeiro contato, resolviam a questão de maneira diplomática (ou não) e voltavam à exploração de novos sistemas.

Para um público moderno, já saturado com o modelo “caso da semana”, utilizar a estrutura de “planeta da semana” poderia ser uma ideia arriscada, tanto para o conforto do espectador quanto para o desenvolvimento do enredo, que poderia ser prejudicado pelo excesso de episódios. Entretanto, ainda na pré-produção, os produtores Bryan Fuller (Hannibal) e Alex Kurtzman (reboot de Star Trek nos cinemas) decidiram que seguiriam a proposta de narrativa criada por Gene Roddenberry ainda na série clássica dos anos 1960.

Os primeiros dois episódios apresentaram mais uma nova tripulação em uma nova nave, dessa vez batizada de USS Discovery. A protagonista é Michael Burnham (Sonequa Martin-Green), que tendo tido parte de sua educação em Vulcano, representa a exata combinação da impulsividade humana com a lógica dos vulcanos. Sua melhor amiga e tutora é a capitã Georgiou (Michelle Yeoh), a quem os anos de guerra acabaram por enraizar um espirito forte por soluções diplomáticas.

Apesar do enredo se passar dez anos antes da série clássica não há como não notar as semelhanças expostas nesses dois primeiros episódios. Dentre algumas estão o preconceito racial, muito abordado nas temporadas produzidas nos anos 1960 e aqui representado pela cultura da raça Klingon, aonde um Klingon branco é diminuído por outros e cuja a moral só é elevada ao ser visto como um igual por seu líder. Têm-se o fanatismo religioso exposto também na visão desse mesmo líder Klingon, de uma maneira que o espectador percebe que esse caminho leva apenas à morte e destruição.

Não deixe de assistir:

Em apenas dois episódios iniciais, Star Trek: Discovery deu o tom de como será guiada essa primeira temporada. Honrando o espírito aventureiro e socialmente crítico idealizado por Roddenbery, a série põe na mesa figuras que ainda precisam de maior desenvolvimento, mas que já possuem presenças fortes por irem contra conceitos tradicionais na televisão. Os efeitos especiais e jogos de câmeras (com uso de fleurs na iluminação, takes da nave no espaço e zoons externos na mesma) também remetem à nova leva de filmes da franquia nos cinemas.

Com episódios a serem lançados semanalmente na Netflix, resta saber se a primeira temporada manterá esse caminho que, à primeira vista, é espetacular.

Mais notícias...

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
370,000SeguidoresSeguir
1,500,000SeguidoresSeguir
183,000SeguidoresSeguir
158,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS