quarta-feira , 20 novembro , 2024

Steven Spielberg e a Ficção Cientifica! Relembre os seus MELHORES filmes do estilo

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Não é à toa que Steven Spielberg ganhou o status de lenda e se tornou o cineasta mais popular da história, mais até que o próprio Alfred Hitchcock, que era bastante conhecido e tinha até um programa de TV. Mas os tempos eram outros, os chamados blockbusters ainda nem existiam – aliás, só passaram a existir depois que o próprio Spielberg fez ‘Tubarão’ (1975), onde o termo arrasa quarteirão se deu justamente pelo fato do público formar filas quilométricas ao redor dos cinemas e lotar as salas como nunca antes.

Obviamente, isso foi potencializado quando o seu amigo de faculdade, George Lucas, lançou ‘Star Wars‘ em 1977 e basicamente estabeleceu o que chamamos hoje de cultura pop. Porém, diferente de Lucas, que é até hoje é conhecido pela franquia dos Skywalkers, Spielberg foi um realizador que a cada produção lançava um novo hit, estes que mais tarde iriam se tornar clássicos.



É incrível a quantidade de obras marcantes que ele coleciona ao longo de seus 60 anos de carreira. E mais impressionante ainda é como o Spielberg trafegou por vários gêneros e teve êxito em todos eles.

Se você procura ação e aventura vai ter o ápice em ‘Indiana Jones’; quer um suspense, em ‘Tubarão’ irá encontrar um dos mais brilhantes já feitos; é fã de história e gosta de filmes de guerra, ‘A Lista de Schindler’ e ‘O Resgate do Soldado Ryan’ são alicerces do estilo. Prefere então um bom drama, ‘A Cor Púrpura’ vai te trazer uma reflexão dolorosa, mas que infelizmente continua atual.

Contudo, se há um gênero que o Spielberg se encaixa como especialista, este é a ficção cientifica. Diferente de outros realizadores que também são sumidades na vertente, todos os seus trabalhos são extremamente acessíveis ao público. Não é preciso muito para entender as suas histórias e saber o que elas têm a dizer.

No entanto, algumas vezes, essa particularidade é encarada como algo simplório ou piegas demais para alguns desavisados, quando na verdade muitos cineastas passam a vida inteira tentando atingir essa maturidade narrativa. Que é tratar de tópicos ricos e complexos com facilidade, fazendo com que a maioria do público compreenda o que está vendo em tela. E suas produções são geralmente acompanhados de personagens cativantes, tramas ágeis e narrativa envolvente.

Sobre os seus sci-fis, Spielberg simplesmente não erra quando se arrisca por esse meio. E com o recente ‘Jogador N1’, por exemplo, o diretor prova novamente que essa teoria não está errada. Pensando nisso, vamos relembrar aqui suas produções mais marcantes da ficção cientifica e falar como elas foram importantes e influenciaram diversos outros realizadores.

Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977)

Começando por ‘Contatos Imediatos do Terceiro Grau’, que foi lançado no mesmo ano do primeiro ‘Star Wars’, em 1977, e que para muitos é o melhor filme já feito por Spielberg. Indo de encontro a muita coisa que já tinha sido feita sobre alienígenas, sempre encarados como uma ameaça que viriam dominar a Terra, ou mesmo usados como alerta para conscientização de risco nuclear – o que EUA e Rússia poderiam promover na Guerra Fria, tema esse que foi abordado em ‘O Dia em que a Terra Parou’ (1951) – em ‘Contatos Imediatos’ não tem nada disso, pelo contrário, o otimismo é algo presente no filme inteiro.

O longa traz também uma reflexão até religiosa sobre o caso em questão. Não há humanos guerreando contra os ET’s e nem o contrário, mas sim a comunicação entre eles. O homem se conectando com o espaço e explorando o desconhecido. E a forma como isso acontece, então, entrou para história com a composição do seu eterno parceiro John Williams. E até hoje produções como ‘Interestelar’ e ‘A Chegada’, filhotes declarados, tentaram também discutir esse elo do homem com o espaço utilizando as mesmas ferramentas.

E.T. – O Extraterrestre (1982)

Após deixar o mundo perplexo com toda carpintaria vista em ‘Os Caçadores da Arca Perdida’, Spielberg voltou a fazer sci-fi com o maravilhoso ‘E.T. – O Extraterrestre’ (1981), que assim como em sua primeira passagem no estilo, trouxe uma mensagem positiva explorando a figura de um alienígena. Dessa vez se falou muito sobre companheirismo, solidariedade e aceitação pelo diferente.

Já diziam os especialistas do gênero, toda ficção cientifica precisa criar identificação com o mundano, sejam apenas em pequenos gestos ou nos temas abordados. ET está mais para uma comédia/aventura do que propriamente um sci-fi, mas, sim, há todo um contexto por trás da criatura, e mais ainda pela situação gerada em torno. Pela primeira vez em sua carreira, Spielberg trabalhou com crianças como protagonistas, ainda que em ‘Contatos Imediatos’ elas fossem bem presentes. Mas foi a partir de ET que isto virou uma de suas marcas.

Sua visão de jamais subestimar a compreensão e inteligência dos pequenos é algo absolutamente genuíno. Geralmente, colocando os guris como seres mais capazes de lidar com as diferenças. E novamente a cereja do bolo fica por conta de John Williams, que com sua marcante trilha sonora concebeu ao lado do cineasta um dos momentos mais mágicos da história do cinema, a famosa cena das bicicletas voando e criando uma silhueta na lua. Lindo!

Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993)

Anos se passaram e após um caminhão de sucessos, Steven Spielberg voltaria à ficção cientifica de maneira ainda mais arrebatadora. ‘Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros’ parou o mundo em 1993, conseguiu na época se tornar a maior bilheteria da história do cinema e todo mundo voltou a falar de dinossauros. Os números comprovam que nunca surgiu tantos profissionais na área de paleontologia como na época do lançamento do filme.

A adaptação do livro de Michael Crichton elevou a outro patamar a discursão da existência dos nossos antepassados. A brincadeira de mesclar ciência com informações pseudocientífica deu muito certo. Muitos biólogos também apareceram depois dos dados levantados das espécies no longa. O filme falava sobre DNA e clonagem, que era um tabu em alguns meios e que ficou muito mais acessível para o povão.

O que falar então dos efeitos visuais, onde o mestre Stan Wiston com a Industrial Light & Magic fez o mundo acreditar que realmente recriaram dinossauros reais. Foi um passo tão largo na escala de efeitos especiais que mesmo atualmente a junção do CGI com animatrônicos funciona perfeitamente. O próprio Spielberg voltou depois para a continuação ‘O Mundo Perdido: Jurassic Park’, que mesmo não tendo o brilho do anterior, possui momentos emblemáticos. A marca ganhou o mundo, virou parque temática, gerou novos livros, desenhos, jogos e atualmente tem números impressionantes com a nova trilogia ‘Jurassic World’, de Colin Trevorrow.

A.I.: Inteligência Artificial (2001)

Quando Spielberg filmava o primeiro ‘Indiana Jones’ no longínquo ano de 1981, ele conheceu um já consagrado gênio da sétima arte chamado Stanley Kubrick. Os dois trocaram várias ideias sobre vida, cinema e como tudo se interligava. Sem nunca terem trabalhado juntos, sempre pensaram em adaptar o livro ‘Superbrinquedos duram o verão todo’, de Brian Aldiss.

O Kubrick relutava em dirigir o longa, pois, como se sabe, ele não curtia os holofotes constantes da imprensa no seu pé. Sempre foi uma figura reclusa, mal dava entrevistas. Restando então ao seu amigo, Spielberg, assumir a batuta da direção e ele ficar apenas na produção. Foi aí que surgiu ‘A.I.: Inteligência Artificial’, um filme que segundo o próprio Spielberg foi regido por ele e o fantasma do Kubrick.

De fato, a obra tem um pouco dos dois: de um lado o pessimismo e o espirito destrutivo dos robôs vividos por Haley Joel Osment e Jude Law; do outro a esperança e a imaginação do próprio personagem do Osment em encontrar a fada azul. Muitos acreditam que o longa tinha capacidade de ir mais além em sua discussão e que se o Kubrick estivesse vivo, a coisa seria bem diferente. Mas a verdade é que ‘A.I.’ consegue não apenas trazer um bom leque de temas para debate, como também encanta o público do início ao fim.

Minority Report – A Nova Lei (2002)

Um ano depois, Steven Spielberg se envolveu em outro grande projeto sci-fi, dessa vez adaptando um dos mestres do estilo, Philip K. Dick, com ‘Minority Report – A Nova Lei’. Um filme que mistura suspense e muita ação a um texto ágil e ao mesmo tempo profundo. A premissa da tecnologia chamada “pré-crime” antevia os acontecimentos de eventos criminais quatro dias antes, prendendo os suspeitos antes mesmo do delito acontecer. Mas tal método obviamente mexia com a sociedade que se perguntava se era realmente legal incriminar alguém e prender só por sua intenção.

Obviamente, há muitas ideias a se discutir, e mesmo extrapolando na esfera da ação, ‘Minority Report’ é um filme interessante e capaz de gerar muita discussão. Sem falar na forte presença de Tom Cruise.

Guerra dos Mundos (2005)

Aliás, o Spielberg gostou tanto do ator que chamou ele para fazer a adaptação de outro clássico sci-fi, ‘Guerra dos Mundos‘, do também consagrado autor Herbert George Wells, esse um dos pais do gênero na literatura.

Particularmente, minha primeira impressão não foi das melhores. Conhecia o livro e achei que toda a história foi usada apenas para criar grandes cenas de ação hollywoodianas. Com o tempo entendi o poder das imagens, elas diziam muito sem que os personagens precisassem falar. Vemos ali a perspectiva de um pai tentando salvar sua família. E é impossível não comprar o drama do Cruise e da então chocante Dakota Fanning.

É um filme que fala basicamente sobre a arrogância. Primeiro nos personagens humanos e em como nos sentimos dono da situação. E depois no uso dos alienígenas fazerem parte da metáfora, até pela resolução da trama. Que para algumas pessoas é intragável, mas que dentro do contexto é pontual.

Jogador Nº 1 (2018)

E 13 anos depois, Steven Spielberg retorna à ficção cientifica com ‘Jogador Nº 1. Baseado num livro de Ernest Cline, o filme parece na verdade uma desculpa para fazer uma homenagem colossal a cultura pop em geral. É uma ode à música (com passagens de Van Halen, Duran Duran e New Order); uma ode ao cinema (e nesse sentido então creio que não dá pra medir a quantidade de produções referenciadas, mas se destacam coisas como ‘De Volta Para o Futuro’, ‘O Iluminado’, ‘Star Wars’, ‘Star Trek’, ‘Gigante de Ferro’ e ‘Monty Python’ – tendo até uma auto referência a ‘Jurassic Park‘); e uma ode também aos games, por que não.

Dentre as muitas passagens de ‘Halo’, ‘Overwatch’, ‘Final Fantasy’, ‘Warcraft’, ‘Street Fighter’ e afins, há também uma metalinguagem primeiro na concepção de mundo, que é lá chamado de Oasis. Depois nos avatares usados como forma de interação entre pessoas. Onde muitos vivem reclusas a isso. Acima de tudo, Jogador N1 é um filme jovem. Extremamente atual em sua linguagem, nos temas abordados e principalmente pelos seus personagens, o velhinho Spielberg, no auge dos seus 71 anos, mostra aos jovenzinhos porque é considerado o pai da cultura pop mundial. Uma obra revigorante que traz a magia e a nostalgia de clássicos que víamos antigamente. E se ele irá ou não virar um clássico também, só o tempo dirá.

E você, o que acha do trabalho de Steven Spielberg? Também considera sua obra seminal a ponto de mudar o modo de se fazer cinema ou acha que ele é superestimado. Quais são os seus filmes favoritos Spielberg? Discorda de alguns pontos dessas obras da lista? Comenta aí e não esquece de compartilhar com os amigos.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Obviamente, isso foi potencializado quando o seu amigo de faculdade, George Lucas, lançou ‘Star Wars‘ em 1977 e basicamente estabeleceu o que chamamos hoje de cultura pop. Porém, diferente de Lucas, que é até hoje é conhecido pela franquia dos Skywalkers, Spielberg foi um realizador que a cada produção lançava um novo hit, estes que mais tarde iriam se tornar clássicos.

É incrível a quantidade de obras marcantes que ele coleciona ao longo de seus 60 anos de carreira. E mais impressionante ainda é como o Spielberg trafegou por vários gêneros e teve êxito em todos eles.

Se você procura ação e aventura vai ter o ápice em ‘Indiana Jones’; quer um suspense, em ‘Tubarão’ irá encontrar um dos mais brilhantes já feitos; é fã de história e gosta de filmes de guerra, ‘A Lista de Schindler’ e ‘O Resgate do Soldado Ryan’ são alicerces do estilo. Prefere então um bom drama, ‘A Cor Púrpura’ vai te trazer uma reflexão dolorosa, mas que infelizmente continua atual.

Contudo, se há um gênero que o Spielberg se encaixa como especialista, este é a ficção cientifica. Diferente de outros realizadores que também são sumidades na vertente, todos os seus trabalhos são extremamente acessíveis ao público. Não é preciso muito para entender as suas histórias e saber o que elas têm a dizer.

No entanto, algumas vezes, essa particularidade é encarada como algo simplório ou piegas demais para alguns desavisados, quando na verdade muitos cineastas passam a vida inteira tentando atingir essa maturidade narrativa. Que é tratar de tópicos ricos e complexos com facilidade, fazendo com que a maioria do público compreenda o que está vendo em tela. E suas produções são geralmente acompanhados de personagens cativantes, tramas ágeis e narrativa envolvente.

Sobre os seus sci-fis, Spielberg simplesmente não erra quando se arrisca por esse meio. E com o recente ‘Jogador N1’, por exemplo, o diretor prova novamente que essa teoria não está errada. Pensando nisso, vamos relembrar aqui suas produções mais marcantes da ficção cientifica e falar como elas foram importantes e influenciaram diversos outros realizadores.

Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977)

Começando por ‘Contatos Imediatos do Terceiro Grau’, que foi lançado no mesmo ano do primeiro ‘Star Wars’, em 1977, e que para muitos é o melhor filme já feito por Spielberg. Indo de encontro a muita coisa que já tinha sido feita sobre alienígenas, sempre encarados como uma ameaça que viriam dominar a Terra, ou mesmo usados como alerta para conscientização de risco nuclear – o que EUA e Rússia poderiam promover na Guerra Fria, tema esse que foi abordado em ‘O Dia em que a Terra Parou’ (1951) – em ‘Contatos Imediatos’ não tem nada disso, pelo contrário, o otimismo é algo presente no filme inteiro.

O longa traz também uma reflexão até religiosa sobre o caso em questão. Não há humanos guerreando contra os ET’s e nem o contrário, mas sim a comunicação entre eles. O homem se conectando com o espaço e explorando o desconhecido. E a forma como isso acontece, então, entrou para história com a composição do seu eterno parceiro John Williams. E até hoje produções como ‘Interestelar’ e ‘A Chegada’, filhotes declarados, tentaram também discutir esse elo do homem com o espaço utilizando as mesmas ferramentas.

E.T. – O Extraterrestre (1982)

Após deixar o mundo perplexo com toda carpintaria vista em ‘Os Caçadores da Arca Perdida’, Spielberg voltou a fazer sci-fi com o maravilhoso ‘E.T. – O Extraterrestre’ (1981), que assim como em sua primeira passagem no estilo, trouxe uma mensagem positiva explorando a figura de um alienígena. Dessa vez se falou muito sobre companheirismo, solidariedade e aceitação pelo diferente.

Já diziam os especialistas do gênero, toda ficção cientifica precisa criar identificação com o mundano, sejam apenas em pequenos gestos ou nos temas abordados. ET está mais para uma comédia/aventura do que propriamente um sci-fi, mas, sim, há todo um contexto por trás da criatura, e mais ainda pela situação gerada em torno. Pela primeira vez em sua carreira, Spielberg trabalhou com crianças como protagonistas, ainda que em ‘Contatos Imediatos’ elas fossem bem presentes. Mas foi a partir de ET que isto virou uma de suas marcas.

Sua visão de jamais subestimar a compreensão e inteligência dos pequenos é algo absolutamente genuíno. Geralmente, colocando os guris como seres mais capazes de lidar com as diferenças. E novamente a cereja do bolo fica por conta de John Williams, que com sua marcante trilha sonora concebeu ao lado do cineasta um dos momentos mais mágicos da história do cinema, a famosa cena das bicicletas voando e criando uma silhueta na lua. Lindo!

Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993)

Anos se passaram e após um caminhão de sucessos, Steven Spielberg voltaria à ficção cientifica de maneira ainda mais arrebatadora. ‘Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros’ parou o mundo em 1993, conseguiu na época se tornar a maior bilheteria da história do cinema e todo mundo voltou a falar de dinossauros. Os números comprovam que nunca surgiu tantos profissionais na área de paleontologia como na época do lançamento do filme.

A adaptação do livro de Michael Crichton elevou a outro patamar a discursão da existência dos nossos antepassados. A brincadeira de mesclar ciência com informações pseudocientífica deu muito certo. Muitos biólogos também apareceram depois dos dados levantados das espécies no longa. O filme falava sobre DNA e clonagem, que era um tabu em alguns meios e que ficou muito mais acessível para o povão.

O que falar então dos efeitos visuais, onde o mestre Stan Wiston com a Industrial Light & Magic fez o mundo acreditar que realmente recriaram dinossauros reais. Foi um passo tão largo na escala de efeitos especiais que mesmo atualmente a junção do CGI com animatrônicos funciona perfeitamente. O próprio Spielberg voltou depois para a continuação ‘O Mundo Perdido: Jurassic Park’, que mesmo não tendo o brilho do anterior, possui momentos emblemáticos. A marca ganhou o mundo, virou parque temática, gerou novos livros, desenhos, jogos e atualmente tem números impressionantes com a nova trilogia ‘Jurassic World’, de Colin Trevorrow.

A.I.: Inteligência Artificial (2001)

Quando Spielberg filmava o primeiro ‘Indiana Jones’ no longínquo ano de 1981, ele conheceu um já consagrado gênio da sétima arte chamado Stanley Kubrick. Os dois trocaram várias ideias sobre vida, cinema e como tudo se interligava. Sem nunca terem trabalhado juntos, sempre pensaram em adaptar o livro ‘Superbrinquedos duram o verão todo’, de Brian Aldiss.

O Kubrick relutava em dirigir o longa, pois, como se sabe, ele não curtia os holofotes constantes da imprensa no seu pé. Sempre foi uma figura reclusa, mal dava entrevistas. Restando então ao seu amigo, Spielberg, assumir a batuta da direção e ele ficar apenas na produção. Foi aí que surgiu ‘A.I.: Inteligência Artificial’, um filme que segundo o próprio Spielberg foi regido por ele e o fantasma do Kubrick.

De fato, a obra tem um pouco dos dois: de um lado o pessimismo e o espirito destrutivo dos robôs vividos por Haley Joel Osment e Jude Law; do outro a esperança e a imaginação do próprio personagem do Osment em encontrar a fada azul. Muitos acreditam que o longa tinha capacidade de ir mais além em sua discussão e que se o Kubrick estivesse vivo, a coisa seria bem diferente. Mas a verdade é que ‘A.I.’ consegue não apenas trazer um bom leque de temas para debate, como também encanta o público do início ao fim.

Minority Report – A Nova Lei (2002)

Um ano depois, Steven Spielberg se envolveu em outro grande projeto sci-fi, dessa vez adaptando um dos mestres do estilo, Philip K. Dick, com ‘Minority Report – A Nova Lei’. Um filme que mistura suspense e muita ação a um texto ágil e ao mesmo tempo profundo. A premissa da tecnologia chamada “pré-crime” antevia os acontecimentos de eventos criminais quatro dias antes, prendendo os suspeitos antes mesmo do delito acontecer. Mas tal método obviamente mexia com a sociedade que se perguntava se era realmente legal incriminar alguém e prender só por sua intenção.

Obviamente, há muitas ideias a se discutir, e mesmo extrapolando na esfera da ação, ‘Minority Report’ é um filme interessante e capaz de gerar muita discussão. Sem falar na forte presença de Tom Cruise.

Guerra dos Mundos (2005)

Aliás, o Spielberg gostou tanto do ator que chamou ele para fazer a adaptação de outro clássico sci-fi, ‘Guerra dos Mundos‘, do também consagrado autor Herbert George Wells, esse um dos pais do gênero na literatura.

Particularmente, minha primeira impressão não foi das melhores. Conhecia o livro e achei que toda a história foi usada apenas para criar grandes cenas de ação hollywoodianas. Com o tempo entendi o poder das imagens, elas diziam muito sem que os personagens precisassem falar. Vemos ali a perspectiva de um pai tentando salvar sua família. E é impossível não comprar o drama do Cruise e da então chocante Dakota Fanning.

É um filme que fala basicamente sobre a arrogância. Primeiro nos personagens humanos e em como nos sentimos dono da situação. E depois no uso dos alienígenas fazerem parte da metáfora, até pela resolução da trama. Que para algumas pessoas é intragável, mas que dentro do contexto é pontual.

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E 13 anos depois, Steven Spielberg retorna à ficção cientifica com ‘Jogador Nº 1. Baseado num livro de Ernest Cline, o filme parece na verdade uma desculpa para fazer uma homenagem colossal a cultura pop em geral. É uma ode à música (com passagens de Van Halen, Duran Duran e New Order); uma ode ao cinema (e nesse sentido então creio que não dá pra medir a quantidade de produções referenciadas, mas se destacam coisas como ‘De Volta Para o Futuro’, ‘O Iluminado’, ‘Star Wars’, ‘Star Trek’, ‘Gigante de Ferro’ e ‘Monty Python’ – tendo até uma auto referência a ‘Jurassic Park‘); e uma ode também aos games, por que não.

Dentre as muitas passagens de ‘Halo’, ‘Overwatch’, ‘Final Fantasy’, ‘Warcraft’, ‘Street Fighter’ e afins, há também uma metalinguagem primeiro na concepção de mundo, que é lá chamado de Oasis. Depois nos avatares usados como forma de interação entre pessoas. Onde muitos vivem reclusas a isso. Acima de tudo, Jogador N1 é um filme jovem. Extremamente atual em sua linguagem, nos temas abordados e principalmente pelos seus personagens, o velhinho Spielberg, no auge dos seus 71 anos, mostra aos jovenzinhos porque é considerado o pai da cultura pop mundial. Uma obra revigorante que traz a magia e a nostalgia de clássicos que víamos antigamente. E se ele irá ou não virar um clássico também, só o tempo dirá.

E você, o que acha do trabalho de Steven Spielberg? Também considera sua obra seminal a ponto de mudar o modo de se fazer cinema ou acha que ele é superestimado. Quais são os seus filmes favoritos Spielberg? Discorda de alguns pontos dessas obras da lista? Comenta aí e não esquece de compartilhar com os amigos.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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