A Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta segunda-feira, dia 23 de setembro, o longa-metragem que vai representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional na 97ª Premiação Anual promovida pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences – Oscar®️ 2025.
‘Ainda Estou Aqui’, o aclamado longa-metragem nacional com Fernanda Torres e Selton Mello, foi escolhido por unanimidade pela Comissão de Seleção.
‘Ainda Estou Aqui‘ disputou com outras 11 produções, inscritas e habilitadas a concorrer à vaga e, na semana passada, passou para o segundo turno com outros cinco títulos: “Cidade Campo”, de Juliana Rojas; “Levante”, de Lillah Halla; “Motel Destino”, de Karim Aïnouz; “Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges; e “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião.
“Estou orgulhosa de presidir essa comissão, que foi unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. ‘Ainda Estou Aqui’ é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que esse filme tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo. Nós, da indústria do audiovisual brasileiro, merecemos isso”, disse Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção.
Exibido nos festivais de Toronto e San Sebastián, selecionado para o Festival de Nova York, e vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, o filme conta com Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e Selton Mello no elenco principal.
Vale lembrar que o longa irá estrear na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
O festival acontece de 17 a 30 de outubro, em São Paulo.
O filme recebeu 94% de aprovação no Rotten Tomatoes, com base em 16 avaliações.
Os críticos elogiaram amplamente o filme, destacando a forma humanizada com que retrata os eventos reais, bem como o desempenho notável de Salles e de Torres.
Confira os comentários:
“Fazer com que o destino desta casa bem equipada, de classe média alta, remeta ao de um Brasil cada vez mais oprimido pode parecer uma metáfora forçada, mas o empenho de Salles na direção é notável por sua elegância e realismo”, disse Stephanie Bunbury do Deadline.
“Clássico na forma, mas radical na empatia, I’m Still Here (Ainda Estou Aqui) talvez não precise das seções adicionais que alteram um pouco o ritmo emocional. Mas, por outro lado, esses personagens são tão vívidos que não queremos deixá-los também”, disse Jessica Kiang da Variety.
“Ainda Estou Aqui é um filme envolvente e profundamente tocante, que revela uma rica camada de emoção. Sem dúvida, é uma das melhores obras de Salles”, disse David Rooney do The Hollywood Reporter.
“O excelente filme de Walter Salles, baseado em fatos reais — uma vez que ele foi amigo da família Paiva na adolescência — é um tributo profundo e comovente a uma mulher e sua família notáveis”, disse Wendy Ide do Screen International.
“O relato baseado em fatos de [Walter Salles] sobre a situação dos desaparecidos é compreensivelmente afetado e pode carregar uma certa dose de sentimentalismo. No entanto, I’m Still Here (Ainda Estou Aqui) continua sendo um drama profundo e comovente sobre os desaparecidos da nação”, disse Xan Brooks do The Guardian.
“Vibrante e comovente, com uma performance excepcional de Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva, o filme se destaca por nos fazer experimentar a essência da absoluta arbitrariedade”, disse Fernando E. Juan Lima do Otroscines.
“Fernanda Torres oferece uma atuação que, sem dúvida, será aclamada como um dos maiores marcos de sua carreira e, provavelmente, a tornará mais reconhecida internacionalmente”, disse Nicholas Bell da IonCinema.
“O respeito que ele demonstra pela família Paiva, com a qual mantém uma relação próxima, comprova que ele foi a escolha certa para este filme”, disse Robert Ruggio do AwardsWatch.
“Talvez, se Ainda Estou Aqui fosse apresentado como a vida de Eunice através dos olhos de Marcelo, a maior parte dos amplos e idealizadores traços desse retrato santificado seriam muito mais aceitáveis”, disse Savina Petkova do The Film Stage.
“Independentemente de qualquer vínculo pessoal com esse período sombrio, os espectadores serão cativados pela história desta família corajosa e, especialmente, pela força de Eunice, tudo graças à atuação de Torres”, disse Ema Sasic do Next Best Picture.
O longa-metragem é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família. O relato começa no início dos anos 70, quando um ato de violência muda a história da família Paiva para sempre. O livro e o filme abraçam o ponto de vista daqueles que sofrem uma perda em um regime de exceção, mas não se dobram.
No elenco principal, estão nomes como Valentina Herszage, Luiza Kosovski, Bárbara Luz, Guilherme Silveira e Cora Ramalho, que interpretam os filhos na primeira fase do filme, e Olivia Torres, Antonio Saboia, Marjorie Estiano, Maria Manoella e Gabriela Carneiro da Cunha, integrando a família no segundo momento.