The Good Place chegou ao fim. A série da NBC, exibida no Brasil pela Netflix, chegou às telinhas em 2016. De lá pra cá, foram quatro temporadas e 50 episódios muito divertidos e com momentos inesquecíveis.
Aproveitando o clima de despedida, o CinePOP decidiu preparar um ranking com as quatro temporadas da série. E a decisão não foi fácil, afinal a produção é conhecida por manter uma boa regularidade desde seu primeiro ano.
De qualquer forma, o que fica é a certeza de que The Good Place marcou época como uma das grandes séries de comédias dos últimos tempos. E que o público sentirá muita falta de Michael (Ted Danson), Eleanor (Kristen Bell), Chidi (William Jackson Harper), Tahani (Jameela Jamil), Jason (Manny Jacinto), Janet (D’Arcy Carden) e companhia.
Obrigado pelos peixes, Michael Schur!
4) Terceira temporada (2018)
É muito difícil a missão de dizer qual a pior temporada de The Good Place. Em seus quatro anos de duração, a série pode ter tido suas escorregadas, mas poucas vezes decepcionou de fato. Então, temos que ter em mente que a pior temporada ainda assim foi uma boa temporada. E este é o caso do terceiro ano da produção.
Lançada em setembro de 2018, a season 3 começou com Eleanor, Chidi, Jason e Tahani de volta à Terra, sem memória do que viveram no Lugar Bom/Lugar Ruim. Michael e Janet tentam provar para a Juíza que eles têm o potencial de se tornarem pessoas melhores. Para isso, Michael acaba interferindo no processo. Ao longo da temporada, os personagens se reencontram e temos bons momentos. Os desenvolvimentos individuais de cada protagonista, no entanto, não caminham tão bem. A trama de Jason com o pai, de Tahani com os pais e a irmã, e o novo relacionamento de Chidi pouco contribuem para a continuação da história. Por outro lado, temos boas participações de Marc Evan Jackson como Shaw, de Maya Rudolph como a Juíza e de Adam Scott como Trevor, além da apresentação de Doug Forcett e um episódio excelente no vácuo de Janet (com direito a várias Janets).
3) Quarta temporada (2019)
Os primeiros episódios da quarta temporada de The Good Place foram alguns dos mais irregulares de toda série. Tudo levava a crer que estaríamos diante do pior ano da produção. Mas uma guinada na segunda metade e um episódio-duplo final excelente acabou influenciando no resultado.
Lançada em setembro de 2019, a temporada número quatro começa com o quarteto principal numa posição diferente. Agora, eles são responsáveis pelo novo bairro no Lugar Bom Falso, e devem provar, sem interferir no resultado, que um novo grupo de humanos é capaz de evoluir após sua morte, o que faria a Juíza repensar todo o sistema. Os capítulos iniciais até contam com momentos divertidinhos, mas a verdade é que a falta de progresso dos novos humanos também é vista na própria série. Há uma sensação de pouca evolução, e os novos personagens contribuem muito pouco.
Mas tudo melhora na segunda metade da temporada, especialmente nos quatro últimos episódios. O debate com a Juíza – encantada por séries como Friends, Ally McBeal e Justified (com direito a participação especialíssima de Timothy Olyphant) -, o desenvolvimento de um novo sistema pós-morte, a chegada do quarteto no Lugar Bom e suas eventuais despedidas são fascinantes. O finale vai deixar muita gente chorando, enquanto outros vão lembrar da divertida participação especial de Lisa Kudrow no penúltimo capítulo.
2) Segunda temporada (2017)
O fascinante cliffhanger da primeira temporada deixou os fãs com expectativas altíssimas para o segundo ano da produção. E, felizmente, a série não decepcionou. Logo no início, Eleanor, Chidi, Jason e Tahani começam tudo novamente no Lugar Bom Falso após terem suas memórias apagadas por Michael. Mas eles sempre descobrem o que está acontecendo, obrigando o demônio a resetar o cenário inúmeras vezes.
Com o passar do tempo, Michael vai desenvolvendo uma relação com o quarteto e decide ajudar o mesmo. É na segunda temporada que conhecemos mais profundamente Shaw, a Juíza, a versão má de Janet e os bastidores burocráticos do Lugar Ruim.
O ano entrega alguns dos episódios clássicos da série, como o que apresenta o dilema do bonde, que é mostrado de forma gráfica e divertidíssima, e reforça a dificuldade de Chidi em tomar decisões. Temos ainda o episódio em que Michael reinicia a simulação do Lugar Bom mais de 800 vezes até decidir se unir ao grupo e o capítulo em que Janet perde o controle e acaba criando sua versão masculina, Derek (Jason Mantzoukas).
1) Primeira temporada (2016)
Muitos podem interpretar o fato da primeira temporada ser a melhor como algo na linha de que a série só piorou com o passar do tempo. Mas esta não é a questão. A verdade é que The Good Place já chegou fazendo barulho desde o início e tratou de apresentar boa parte de seu brilhantismo já no primeiro ano. É claro que muita coisa foi aprofundada com o passar do tempo, mas muitos dos elementos que marcaram a série já estavam presentes desde o início. Este é o caso dos dilemas e aulas de ética de Chidi, o nonsense de Jason, as excentricidades de Tahani, a ambiguidade de Eleanor, e mesmo sua relação de proximidade com Michael. Isso sem falar nas capacidades e idiossincrasias de Janet.
A primeira temporada de TGP marcou a história das sitcoms na TV americana. Não parecia possível imaginar uma série de comédia bobinha e colorida que gastasse tanto tempo falando de conflitos éticos e explicando pensadores como Aristóteles e Platão, sem nunca parecer didática ou chata.
Co-criador de séries como Parks and Recreation e Brooklyn Nine-Nine, e produtor de The Office, Michael Schur se estabeleceu como um dos maiores nomes da comédia nos Estados Unidos. Com The Good Place, ele criou uma série divertida, envolvente e emocionante, com um elenco realmente encantador. A obra vai deixar saudades!