‘The Shrouds’, o novo terror de David Cronenberg, conhecido por ‘A Mosca’ e ‘Crimes do Futuro’, lançou seu primeiro teaser.
O filme irá explorar um cemitério distópico enfrentando problemas bizarros.
Assista:
Na trama…
“Karsh, um empresário inovador e viúvo em luto, constrói um novo dispositivo para se conectar com os mortos dentro de uma mortalha. Esta ferramenta funerária instalada em seu próprio cemitério de última geração, embora controversa, permite que ele e seus clientes observem seu ente querido falecido se decompor em tempo real.”
“Quando o negócio revolucionário de Karsh está prestes a ser lançado no mercado internacional, vários túmulos dentro de seu cemitério são vandalizados e quase destruídos, incluindo o de sua esposa. Enquanto ele luta para descobrir um motivo claro para o ataque, o mistério de quem causou esse estrago e por quê, o leva a reavaliar seus negócios, casamento e fidelidade à memória de sua falecida esposa, além de empurrá-lo para uma nova direção.”
O elenco conta com Vincent Cassel (‘Irreversível’), Diane Kruger (‘Bastardos Inglórios’), Guy Pearce (‘Amnésia’) e Sandrine Holt (‘Demolidor: Renascido’).
Em entrevista à Variety, Cronenberg explica a ideia central do filme: “A maioria dos rituais de sepultamento é sobre evitar a realidade da morte e a realidade do que acontece com um corpo. Eu diria que em nosso filme isso é uma reversão da função normal de um lençol. Aqui, é para revelar em vez de esconder”.
Ele acrescenta: “Eu estava escrevendo este filme enquanto experimentava a dor da perda de minha esposa, que faleceu há sete anos. Foi uma exploração para mim porque não era apenas um exercício técnico, era um exercício emocional”.
Perguntado se esses lençóis são uma metáfora para o cinema, ele diz: “De certa forma, os lençóis que meu personagem principal inventou são dispositivos cinematográficos. Eles estão criando seu próprio cinema, um cinema pós-morte, um cinema de decomposição. Antes de escrever o roteiro, eu estava ciente de que havia um aspecto cinematográfico nos lençóis, criando seu próprio estranho cinema de túmulos, cinema de cemitérios”.
Ele contnua: “É tão interessante porque muitas vezes estou assistindo filmes para ver pessoas mortas. Eu quero vê-las novamente, quero ouvi-las. E assim, o cinema é de certa forma uma espécie de máquina de pós-morte envolta, você sabe. De certa forma, o cinema é um cemitério”.
Questionado se Karsh parece ter inventado um cemitério que contradiz a própria morte, Cronenberg responde: “Se você é uma pessoa religiosa, acredito que considere uma vida após a morte. Se você é ateu como Karsh, e como eu, esse relacionamento pode continuar, mas de uma forma mais realista, de uma forma mais biológica; é outra forma de relacionamento. Como Karsh diz, ele não suporta o fato de não saber realmente o que está acontecendo com o corpo dela. Então esse relacionamento continua, mas não através de uma troca de palavras, uma conversa. Certamente é perverso, mórbido, grotesco, mas para alguém que está de luto como ele está, na verdade não é. É até bastante saudável, na verdade, uma saída do desespero, do luto. Karsh literalmente apostou nisso: ele investiu muito dinheiro e energia neste cemitério de alta tecnologia. Mas, basicamente, tudo se resume ao corpo, como em muitos dos meus filmes; ‘o corpo é a realidade’, e se você aceita isso, o corpo de uma pessoa morta continua sendo uma espécie de realidade, e é aí que Karsh vive”.