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O acidente naval mais famoso da história completa 108 anos na madrugada desta terça para quarta. Uma história de amor impossível em meio ao naufrágio encantou o mundo e conquistou nada menos que 11 Oscars. Além de lançar a carreira de Leonardo DiCaprio rumo ao estrelato, o filme atiçou a curiosidade de muita gente acerca do que havia realmente acontecido com o gigante de aço da White Star Line, e até hoje o barco segue navegando pela imaginação das pessoas. Neste aniversário, o CinePOP separou algumas curiosidades sobre o caso.
O Navio está se desintegrando
Habitando o fundo do Oceano Atlântico, próximo ao Canadá, há exatos 108 anos, o Titanic começou a se deteriorar. Enquanto parte do navio está em boas condições, o setor que comportava os alojamentos dos oficiais da tripulação, incluindo a cabine do capitão, está sofrendo o efeito da corrosão causada pela salinidade da água e pelas bactérias que se alimentam de metais. Os pesquisadores já avisaram que a desintegração natural do navio não vai parar, e o próximo setor a ser corroído é o dos grandes salões.
Encontro fatalO iceberg que causou o rompimento do casco do Titanic estava na região há mais de 2 mil anos. E, segundo estudos, o encontro dos dois poderia ter sido evitado caso o Capitão Edward J. Smith tivesse recebido o alerta de iceberg 30 segundos antes do tardio aviso. O choque com o gelo danificou de seis a sete estanques dianteiros. Quando o navio foi projeto, as medidas de segurança previam que ele aguentaria navegar com até quatro estanques danificados. Até hoje, o incidente com o Titanic é o único caso de um navio afundado após colisão com um iceberg.
Tinha animais no navio
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Sempre que se fala no naufrágio do Titanic, são citados os cerca de 2.200 passageiros que embarcaram e que aproximadamente 1.500 pessoas morreram após a colisão contra o iceberg. Porém, um número curioso do acidente é que havia cachorros no barco, mas apenas 3 deles sobreviveram. No filme de James Cameron, a Rose velhinha (Gloria Stuart) tem um Lulu da Pomerânia. Foi uma homenagem do diretor a um dos três cachorrinhos que sobreviveram. A passageira Margaret Bechstein Hays levou seu cãozinho clandestinamente para o barco. No momento do naufrágio, Hays foi uma das que conseguiram subir à bordo de um dos botes. Ela retribuiu a lealdade de seu Lulu da Pomerânia, levando o mascote junto para o bote salva-vidas número 7. O doguinho ficou vivo até 1919.
Os outros dois cachorrinhos sobreviventes foram o mascote de Elizabeth Rothschild – um cachorro de data não identificada -, que se recusou a embarcar no bota número 6 se não pudesse levar seu cachorro junto. O bote número 3 contou também com o pequinês de Henry e Myra Harper.
No fim, a história mais triste envolvendo os mascotes foi o Frou-Frou de Helen Bishop, que foi abandonado por ele dentro da cabine. Segundo a própria, o cachorrinho ficou os dentes no vestido dela e fez tanta força para ir junto que chegou a rasgar a costura: “A perda do meu cãozinho me machuca muito. Eu nunca vou esquecer como ele segurou minhas roupas. Ele queria tanto me acompanhar”, disse Bishop. Ainda assim, ela o deixou lá para morrer.
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Além dos cachorros, outros animais presentes no navio eram gatos, canários e galinhas. Todos morreram.
O problema dos BotesUma das cenas mais marcantes do filme é quando os personagens da primeira classe perguntam se eles vão embarcar nos botes junto com os pobres. O Titanic foi projetado para comportar até 64 botes salva-vidas, porém, por uma questão estética – e até mesmo de arrogância, o projetista Thomas Andrews colocou apenas 20 botes, que não foram desenhados para cobrir longas distâncias, apenas para o transporte de passageiros para embarcações que estivessem por perto.
O tempo de naufrágio
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Conforme mostrado no filme, o Titanic não afundou de uma vez. Ele foi naufragando aos poucos. A submersão começou às 23h20 e foi concluída às 2h20 da madrugada de 15 de abril de 1912. Uma curiosidade é que se forem removidas as cenas ambientadas no “presente”, o filme Titanic dura exatamente 2h40, o tempo total do naufrágio.
Mais caro que o original
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O custo de produção do filme foi altíssimo para a época. O valor gasto para rodar as filmagens de Titanic giraram em torno de US$ 200 milhões, enquanto a embarcação de verdade custou US$ 7,5 milhões, o que dá aproximadamente US$ 150 milhões em valores atualizados. O alto valor foi justificado por James Cameron, que buscou utilizar o máximo de efeitos práticos, criando uma versão quase idêntica dos ambientes do navio. Além disso, o diretor forneceu diversas informações sobre os passageiros para os figurantes do filme. Ou seja, eles estavam mesmo interpretando pessoas reais.
Teoria da Conspiração
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Como toda grande tragédia da humanidade, o naufrágio do Titanic também tem algumas teorias da conspiração girando ao seu redor. A mais famosa diz que não foi o Titanic que afundou, mas sim o Olympic, um navio “irmão” mais velho que o Titanic. Essa teoria foi levantada por Robin Gardiner, autor do livro Titanic: O Navio Que Nunca Afundou. Segundo Robin, a White Star Line, companhia dona das duas embarcações, estava à beira da falência e não poderia arcar com os custos de reforma – não cobertos pelo seguro – que o Olympic precisava depois de ter sofrido uma colisão na Ilha de Wight, que danificou sua quilha. Então, visando conseguir o dinheiro do seguro de um navio novinho em folha, a companhia teria feito um reparo desleixado no Olympic para que ele afundasse e a White Star Line recebesse uma enorme quantia do seguro. Gardiner afirma ainda que o Titanic teria sido usado pela empresa por anos e anos sob o nome do Olympic, chegando até a ser usado na Primeira Guerra Mundial, antes de ser aposentado em 1935 e desmontado em 1936.