Na virada do dia 14 para o dia 15 de abril de 1912, o Titanic colidia contra um iceberg e naufragava, vitimando cerca de 1500 passageiros em sua viagem inaugural. O acidente se tornou um dos mais famosos de todos os tempos e permeou a imaginação de várias pessoas pelo mundo, principalmente a do diretor James Cameron, que se tornou fanático pelo caso e decidiu contar sua história por meio de um filme sobre o amor impossível de Jack e Rose em meio à tragédia. Além de lançar Leonardo DiCaprio ao estrelato, faturar um caminhão de dinheiro e conquistar nada menos que 11 prêmios do Oscar, o longa fez com que o fanatismo de Cameron sobre o gigante de aço da White Star Line atiçasse a curiosidade de ainda mais gente pelo mundo.
Nestes 110 anos da tragédia, o CinePOP separou 10 curiosidades sobre o Titanic. Confira!
A viagem de uma vida
Na década de 1910, com os motores à vapor dominando o mercado, os grandes navios eram o que havia de mais moderno e tecnológico. Viajar em um desses era sinal não apenas de prestígio, mas para muitos era a viagem de uma vida, tanto que muitos passageiros sequer compraram passagem de volta. Na foto, vemos os membros da família Goodwin, que tinham planos de atravessar o mar em outro navio, mas por conta de problemas no motor, precisaram ser transferidos para o Titanic em cima da hora com passagens da “terceira classe”. Nenhum deles sobreviveu.
Animais no navio
Sempre que se fala do Titanic, são citados os cerca de 2.200 passageiros que embarcaram e dos aproximadamente 1.500 mortos após a colisão e o naufrágio. Porém, um número curioso do acidente é que havia alguns cachorros no barco, quais apenas três sobreviveram. No filme de James Cameron, a Rose idosa (Gloria Stuart) tem um Lulu da Pomerânia. Essa foi uma homenagem do diretor a um dos três cachorrinhos que sobreviveram. A passageira Margaret Bechstein Hays levou seu cãozinho clandestinamente para o barco. No momento do naufrágio, Hays conseguiu subir à bordo de um dos botes e retribuiu a lealdade de seu Lulu da Pomerânia carregando o mascote junto com ela para o bote salva-vidas número 7. O doguinho ficou vivo até 1919.
Os outros dois cachorrinhos sobreviventes foram o mascote de Elizabeth Rothschild – um cachorro de raça não identificada -, que se recusou a embarcar no bote número 6 se não pudesse levar seu pet junto. O bote número 3 contou também com o pequinês de Henry e Myra Harper.
No fim, a história mais triste envolvendo os mascotes foi o Frou-Frou de Helen Bishop, que foi abandonado por ela dentro da cabine. Segundo a própria, o cachorrinho fincou os dentes em seu vestido e fez tanta força para ir junto que chegou a rasgar a costura: “A perda do meu cãozinho me machuca muito. Eu nunca vou esquecer como ele segurou minhas roupas. Ele queria tanto me acompanhar”, disse Bishop. Ainda assim, ela o deixou lá para morrer.
Além dos cachorros, outros animais, como gatos, canários e galinhas, estavam presentes no navio. Todos morreram. Menos as lagostas e siris da cozinha.
Inimiga da perfeição
Uma das causas para o navio ter batido com tanta força no iceberg foi a velocidade do Titanic no momento da colisão. Ele estava navegando a uma velocidade altíssima para uma zona de icebergs. Isso aconteceu porque porque a White Star Line pilhou sua tripulação para conseguir a tão almejada Fita Azul, que premiava a embarcação que completasse a viagem entre Europa e América do Norte no menor tempo possível. A ideia da empresa é que o Titanic se tornasse o navio modelo para o mundo. O mais seguro, o mais confortável e o mais rápido. Infelizmente, acabou não sendo nenhum desses.
Encontro fatal
O iceberg que causou o rompimento do casco do Titanic estava na região há mais de 2 mil anos. E, segundo estudos, o encontro fatal com o Titanic poderia ter sido evitado caso o Capitão Edward J. Smith tivesse recebido o alerta de iceberg cerca de 30 segundos antes do que aconteceu. O choque com o gelo danificou de seis a sete estanques dianteiros. Quando o navio foi projetado, as medidas de segurança previam que ele aguentaria navegar com até quatro estanques danificados. Até hoje, o incidente com o Titanic é o único caso de um navio desse porte afundado após a colisão com um iceberg.
O problema dos Botes
Uma das cenas mais marcantes do filme é quando os personagens da primeira classe perguntam se eles vão embarcar nos botes junto com os passageiros de “classes mais baixas”. O Titanic foi projetado para comportar até 64 botes salva-vidas, porém, por uma questão estética – e até mesmo de arrogância – o projetista Thomas Andrews colocou apenas 20 botes, que não foram desenhados para cobrir longas distâncias, apenas para o transporte de passageiros para embarcações que estivessem por perto.
O tempo de naufrágio
Conforme mostrado no filme, o Titanic não afundou de uma vez, ele foi naufragando aos poucos. A submersão começou às 23h20 e terminou às 2h20 da madrugada de 15 de abril de 1912. Uma curiosidade é que se forem removidas as cenas ambientadas no “presente”, o filme Titanic dura exatamente 2h40, o tempo total do naufrágio.
O Navio está se desintegrando
Habitando o fundo do Oceano Atlântico há exatos 110 anos, o Titanic começou a se deteriorar. Enquanto parte do navio está em boas condições, há outras que sofreram o impacto das condições. Por exemplo, o setor que comportava os alojamentos da tripulação, incluindo a cabine do capitão, está praticamente todo corroído pela salinidade da água e pelas bactérias que se alimentam de metais. Os pesquisadores já avisaram que a desintegração natural do navio não vai parar, e o próximo setor a ser corroído é o dos grandes salões.
Túmulo gelado
Por conta da salinidade e da deteriorização natural de um navio de aço que permanece há mais de um século embaixo d’água, é simplesmente impossível remover o Titanic do fundo do mar sem destruí-lo por completo. Por isso, ele seguirá enterrado para sempre no túmulo gelado do oceano. No entanto, itens resgatados do navio, como pratarias, louças e ingressos costumam ser encontrados em leilões por valores altíssimos.
Mais caro que o original
O custo de produção do filme foi altíssimo para a época. O valor gasto para rodar as filmagens de Titanic giraram em torno de US$ 200 milhões, enquanto a embarcação de verdade custou US$ 7,5 milhões, o que dá aproximadamente US$ 150 milhões em valores atualizados. James Cameron justificou os gastos usando o máximo de efeitos práticos possíveis. Ele criou versões praticamente idênticas aos ambientes do navio original. Além disso, o diretor forneceu diversas informações sobre os passageiros para os figurantes do filme. Ou seja, eles estavam mesmo interpretando pessoas reais, com histórias e objetivos, não apenas fazendo figuração.
Teoria da Conspiração
Como toda grande tragédia da humanidade, o naufrágio do Titanic também conta com algumas teorias da conspiração ao seu redor. A mais famosa diz que não foi o Titanic que afundou, mas sim o Olympic, um navio “irmão” do Titanic. Essa teoria foi levantada por Robin Gardiner, autor do livro Titanic: O Navio Que Nunca Afundou. Segundo Robin, a White Star Line, companhia dona das duas embarcações, estava à beira da falência e não poderia arcar com os custos de reforma – não cobertos pelo seguro – que o Olympic precisava depois de ter sofrido uma colisão que danificou sua quilha. Então, visando o dinheiro do seguro de um navio novinho em folha, a companhia teria feito um reparo desleixado no Olympic para que ele afundasse e a White Star Line recebesse uma enorme quantia. Gardiner afirma ainda que o Titanic teria sido usado pela empresa por anos e anos sob o nome do Olympic, chegando até a ser usado na Primeira Guerra Mundial, antes de ser aposentado em 1935 e desmontado em 1936.