Antes famosa por “não cancelar nada”, a Netflix veio mudando essa fama de “salvadora das séries” nos últimos anos, pouco a pouco, e trazendo com isso alguns traumas para os fãs de suas produções. O que começou com o abrupto e questionado cancelamento de ‘Sense8’ evoluiu e, em 2020, tomou proporções ainda maiores após a pandemia do Covid-19.
As dificuldades de produzir durante a pandemia, que vieram com o aumento de custos com procedimentos de segurança e inevitáveis atrasos de lançamento, contribuíram para o grande número de séries canceladas neste ano pela gigante do streaming — mas esse não foi o único motivo. Confira a lista das produções que a companhia decidiu encerrar em 2020, até o momento.
Spinning Out (1 temporada)
A série de patinação olímpica criada por Samantha Stratton e protagonizada por Kaya Scodelario estreou em janeiro, contando a história de Kat Baker (Scodelario), a jovem ginasta tentando balancear a profissão, família e romances com sua saúde mental fragilizada. Prestes a desistir das competições após um acidente, ela recebe uma segunda chance ao lado de Justin (Evan Roderick). O cancelamento foi anunciado após uma recepção morna da crítica, com a temporada acumulando 59% de aprovação no Rotten Tomatoes.
AJ and the Queen (1 temporada)
Dramédia protagonizada e criada por RuPaul, a série girou em torno de Ruby, uma drag queen que cruza o caminho de uma órfã de 10 anos, AJ. Juntas, elas viajam de cidade em cidade com uma mensagem de amor e aceitação. O cancelamento foi anunciado por RuPaul em suas redes sociais.
O Mundo Sombrio de Sabrina (4 temporadas)
Muito se discutiu sobre o fim de ‘O Mundo Sombrio de Sabrina’, até porque o cancelamento foi anunciado antes da temporada final ir ao ar. Isso dá a entender que a história será finalizada e encerrada conforme a vontade dos criadores, mas não é o caso — a notícia veio após a temporada ter sido filmada, e pegou o criador, Roberto Aguirre-Sacasa, de surpresa.
Samantha! (2 temporadas)
Um produto brasileiríssimo da Netflix, a série de comédia protagonizada por Emanuelle Araújo e Douglas Silva acompanhou durante duas temporadas a jornada de Samantha!, uma ex-estrela mirim com seus dois filhos e o marido, um jogador de futebol que acabou de ser solto da cadeia. A história trata dos bastidores da TV brasileira nos anos 90 e dos traumas infantis carregados para a vida adulta, com bom humor e sagacidade. Faz falta.
Ninguém tá Olhando (1 temporada)
A série de Daniel Rezende chegou até mesmo a ser indicada ao Emmy Internacional, infelizmente após o cancelamento da Netflix. Protagonizada por Kéfera Buchmann e Vitor Lamoglia, com Julia Rabello no elenco, a série acompanhou a história de um anjo do sistema Angellus que descobre que, mesmo se ele não seguir as normas impostas, não existe uma punição. Com esse viés niilista, a série brinca com conceitos filosóficos e questionamentos existencialistas.
Insatiable (2 temporadas)
Rodeada de polêmicas desde o início, ‘Insatiable’ de alguma forma chegou a duas temporadas, mas não passou disso. Protagonizada por Debby Ryan, a comédia contou a história de Patty, que sofreu bullying durante anos por ser gorda, e busca vingança depois de ter emagrecido. Acusada de gordofobia e de um humor depreciativo, a série jamais ganhou a crítica.
Apocalipse V (1 temporada)
A ideia de uma série de vampiros protagonizada por Ian Somerhalder parece boa, certo? Não em 2020. O ator de ‘The Vampire Diaries’ interpretou o Dr. Luther Swann, um cientista que “entra em um mundo de terror e mistério quando uma doença transforma seu melhor amigo em um predador que se alimenta de outros humanos”. Você chegou a assistir?
Messiah (1 temporada)
A série acompanhou a agente da CIA Eva Geller (Michelle Monaghan), que descobre a história de um homem ganhando atenção internacional por “atos disruptivos”. Ele continua a acumular seguidores afirmando operar milagres, e a mídia se torna cada vez mais atraída pela figura. Apesar de uma recepção mista da crítica, a série ganhou bastante atenção nas redes sociais, e fontes ligadas à Variety afirmam que a gigante do streaming não estava confortável para continuar a série durante a pandemia, já que as filmagens envolviam várias locações internacionais.
The Society (1 temporada)
Um dos casos de “desrenovação”, ‘The Society’ já havia sido confirmada para a 2ª temporada, e a Netflix voltou atrás às vésperas de quando as filmagens deveriam ser retomadas, justamente por causa do Covid-19. As cenas envolveriam multidões e os procedimentos de segurança encareceriam demais a produção. Além disso, ela deveria ser filmada no verão, o que seria inviável em 2020.
I Am Not Okay With This (1 temporada)
Mais uma “desrenovação”, ‘I Am Not Okay With This’ foi protagonizada por Sophia Lillis e Wyatt Olef (‘It – A Coisa’), e teve a renovação desfeita mesmo com os roteiros da temporada já finalizados. O motivo também foi o aumento dos custos em decorrência da pandemia do Covid-19.
GLOW (3 temporadas)
Outra vítima da pandemia, a série de Alison Brie que tratava do universo de luta livre de mulheres iria para a temporada final — e o primeiro episódio até já havia sido gravado antes de as filmagens serem interrompidas em março deste ano. Após avaliar os gastos, que crescem pelo fato de GLOW envolver muito contato físico, a Netflix decidiu que o público ficaria sem um encerramento para esta ótima série.
Caçadoras de Recompensas (1 temporada)
Ela ainda não havia sido renovada, mas também podemos colocar o cancelamento na conta do vírus. A série contou a história de duas irmãs gêmeas que sem querer acabam virando caçadoras de recompensas e precisam enganar os pais, manter uma vida comum de adolescentes do ensino médio e capturar foragidos.
Away (1 temporada)
Sabe a série espacial de Hilary Swank? A Netflix decidiu pelo cancelamento pouco mais de um mês depois de tê-la lançado. Apesar de a série ter figurado bem entre o top 10 dos mais assistidos e do Nielsen Ratings, era uma produção da Universal TV e isso a deixava mais cara. Além disso, não teve uma boa recepção junto à crítica.
Trilha Sonora (1 temporada)
Drama musical, a série era definida como “um olhar para as histórias de amor que conectam grupos diferentes na Los Angeles atual”. A série não conseguiu encontrar uma boa audiência ou amor da crítica, e foi cancelada em janeiro deste ano.
Mortel (1 temporada)
Série francesa da Netflix, ‘Mortel’ girou em torno de três adolescentes, dois dos quais adquiriram superpoderes, lidando com o sobrenatural para resolver um assassinato.
Osmose (1 temporada)
Outra série francesa, esta era uma ficção científica ambientada na Paris do futuro, em que um aplicativo de relacionamento consegue fazer download das informações do cérebro do usuário para encontrar o match perfeito.
Se Joga, Charlie (1 temporada)
Idris Elba atacou de DJ, mas não rolou. A série que acompanhou o astro de Hollywood como um DJ que vira babá não agradou muito e a Netflix decidiu não trazê-la de volta.
Altered Carbon (2 temporadas)
Após o lançamento da 2ª temporada da série, em fevereiro, a Netflix decidiu cancelar o drama cyberpunk, não por causa do Covid-19, mas por causa dos custos que não compensavam a audiência.
The Dark Crystal: Age of Resistance (1 temporada)
Apesar de ter vencido um prêmio nas categorias técnicas do Emmy, The Dark Crystal: Age of the Resistance foi cancelada também pelos altos custos e baixa audiência.
Patriot Act with Hasan Minhaj (6 temporadas)
O talk show, que chegou a render polêmicas depois que Minhaj criticou o governo da Arábia Saudita pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, foi cancelado depois de 39 episódios também pelas contas que não fechavam a respeito de custos de produção x audiência.
Marianne (1 temporada)
2020 não está sendo fácil para ninguém, e as séries francesas da Netflix estão tendo um ano particularmente complicado, já que todas foram canceladas. Marianne era uma empreitada de terror sobre uma escritora que volta para a cidade natal e descobre que o espírito que assombra seus sonhos existe e está lá.