O mundo ficou estarrecido com a notícia da morte do ator Matthew Perry, o eterno Chandler da série fenômeno ‘Friends’ (1994-2004). O programa foi um destes marcos geracionais, que continua até hoje sendo passado para os mais novos. Ou seja, ‘Friends’ fez parte da vida de quem ainda pegava os episódios com exibições inéditas na TV a cabo, para os que compravam os DVDs após o fim das temporadas, e hoje para os que o conferem no streaming – vinte anos após seu término. Sim, parece que foi ontem! E obviamente, Matthew Perry foi grande parte desse sucesso, sendo o seu Chandler o personagem preferido de muitos fãs.
Matthew Perry faleceu no dia 28 de outubro, aos 54 anos, devido a um afogamento em sua grande banheira de hidromassagem. O ator começou sua carreira ainda no fim da década de 1970, e tinha um total de 57 créditos no elenco de filmes, séries, minisséries, curtas e filmes para a TV. Perry tinha 5 indicações aos prêmios Emmy, o Oscar da TV. Inegavelmente seu maior sucesso veio em 1994 quando foi contratado para viver Chandler Bing, um dos seis jovens amigos vivendo em Nova York, e enfrentando as dificuldades da vida profissional, em família e relacionamentos amorosos com muito bom humor durante os anos 90 e 2000.
Depois do fim de ‘Friends’ (que durou 10 anos no ar), Matthew Perry protagonizou séries como ‘Studio 60 on the Sunset Strip’ (2006), ‘Mr. Sunshine’ (2011), ‘Go On – Seguindo em Frente’ (2012) e ‘The Odd Couple – Estranho Casal’ (2015). Além de trabalhos na TV, o ator também aproveitaria sua imensa popularidade em ‘Friends’ para aumentar o alcance também nas telonas, onde no cinema estrelou alguns filmes. São eles que veremos abaixo na matéria em nossa homenagem ao querido artista. Você lembrava deles? Confira.
E Agora, Meu Amor? (1997)
‘E Agora, Meu Amor?’ (Fools Rush In) foi o primeiro filme estrelado por Matthew Perry após o sucesso estrondoso no programa ‘Friends’. Como é de costume em Hollywood, a TV muitas vezes serve de trampolim para que atores arrisquem também nos cinemas. Muitos dos grandes astros do passado e da atualidade tiveram seus primeiros trabalhos nas telinhas. Esse foi o caso também com os seis amigos de ‘Friends’, que na década de 90 começavam a arriscar nas telonas. Dirigido por Andy Tennant (de ‘Para Sempre Cinderela’ e ‘Hitch – Conselheiro Amoroso’), o filme colocava Perry para contracenar com a mexicana Salma Hayek, atriz igualmente em ascensão na época. Os dois passam a noite juntos, mas logo a mulher se descobre grávida, e agora eles precisarão se casar. A graça dessa comédia romântica está no choque cultural entre um americano e os costumes e tradições mexicanas. Disponível na HBO Max.
Os Quase Heróis (1998)
O trabalho em ‘Friends’ tomava muito tempo de todo o elenco, assim os amigos não tinham muito espaço para outros projetos. Matthew Perry ainda assim conseguiu encaixar um filme por ano no fim dos anos 90, entre o intervalo de uma temporada para outra. ‘Os Quase Heróis’ foi seu segundo filme para os cinemas depois do sucesso na TV. Bancado pela Warner, o mesmo estúdio responsável por ‘Friends’, a sacada aqui foi colocar Perry para fazer dupla com outro comediante saudoso, o rechonchudo Chris Farley, que fazia enorme sucesso na época, fosse no Saturday Night Live, ou em filmes como ‘Um Ninja da Pesada’, ‘Mong e Loide’ e ‘Ovelha Negra’. Farley faleceu em 1997, e esse filme foi lançado de forma póstuma. Na trama, eles vivem dois exploradores, na trilha de marcarem seus nomes na história americana como desbravadores de terras no continente. Claro que tudo com o maior tom de galhofa possível.
Um Caso a Três (1999)
Como era contratado da Warner para ‘Friends’, quase todos os filmes estrelados pelo ator no cinema vinham com o selo do estúdio – que apostava forte em Matthew Perry para ser um novo astro das telonas. Aqui, a opção foi por juntá-lo a uma jovem atriz que também fazia enorme sucesso nas telinhas: Neve Campbell, revelada no drama ‘Party of Five – O Quinteto’, um dos programas que igualmente marcou os anos 90 e que havia começado no mesmo ano de ‘Friends’. É claro que Campbell a essa altura também era conhecida como a Sidney, de ‘Pânico’. Nessa comédia romântica, um rico empresário pede para que seu colega (Perry) cuide de sua amante (Campbell), achando que ele é gay. Porém, o que termina acontecendo é que os dois se apaixonam.
Meu Vizinho Mafioso (2000)
Esse foi o maior sucesso da carreira de Matthew Perry no cinema, uma comédia mafiosa que fazia dobradinha com ‘Máfia no Divã’ (1999) no termo conhecido como filmes gêmeos. Em ambos os filmes o humor era criado em cima do gênero mais associado ao cinema policial, de suspense e ação. Mais uma vez bancado pela Warner, o verdadeiro astro do projeto é Bruce Willis, um dos maiores nomes da época, que se tornou amigo pessoal de Perry. Foi justamente isso que levou à participação de Willis em 3 episódios de ‘Friends’ no mesmo ano. Aqui ele vive Jimmy ‘Tulipa’, um matador da máfia que foi preso, delatou os “companheiros” e agora vive sob nova identidade no Canadá, relocado no serviço de proteção às testemunhas. Lá, ele faz amizade com seu vizinho, o dentista azarado Oz, papel de Matthew Perry. A direção é de Jonathan Lynn, o mesmo dos cult ‘Os Sete Suspeitos’ (1985) e ‘Meu Primo Vinny’ (1992).
A Serviço de Sara (2002)
Depois do sucesso de ‘Meu Vizinho Mafioso’, a aposta de Matthew Perry foi uma dobradinha com a atriz britânica Elizabeth Hurley, que gozava do sucesso de ‘Austin Powers’ (1997) e ‘Endiabrado’ (2000) na época. A direção é de Reginald Hudlin, de comédias dos anos 90 como ‘Uma Festa de Arromba’ e ‘O Príncipe das Mulheres’. O cineasta está no comando do novo filme de Eddie Murphy para a Amazon, ‘Candy Cane Lane’, a ser lançado no dia 1º de dezembro. Voltando para ‘A Serviço de Sara’, Matthew Perry vive um oficial de justiça designado a levar uma intimação de divórcio para a mulher de um rico texano do ramo de petróleo, papel de Hurley. Ela, no entanto, é extremamente evasiva e escorregadia, fazendo o sujeito “suar a camisa” para chegar a ela.
Meu Vizinho Mafioso 2 (2004)
No mesmo ano da última temporada de ‘Friends’, seu maior sucesso, Matthew Perry decidia retornar a outro grande acerto de sua carreira, a comédia ‘Meu Vizinho Mafioso’. Como dito acima, o filme fez dupla com ‘Máfia no Divã’, sendo duas comédias de sucesso usando o crime organizado como tema. E assim como o citado, igualmente lançou uma continuação que ficaria muito abaixo do esperado. Isso porque estas sequências não tinham verdadeiramente razão para existirem, já que seus originais eram bem fechadinhos neles mesmos. Ou seja, o único motivo para sua produção foi o bom e velho “caça-níquel”. Aqui, o elenco principal retorna, além de Perry e Bruce Willis, Natasha Henstridge e Amanda Peet também. Desta vez, Jimmy Tulipa e Oz estão metidos com a máfia húngara. Nem mesmo a direção de Howard Deutch, de comédias icônicas dos anos 80, vide ‘A Garota de Rosa-Shocking’ (1986), ‘Alguém Muito Especial’ (1987) e ‘As Grandes Férias’ (1988), conseguiu salvar o projeto.
17 Outra Vez (2009)
O último filme para o cinema de Matthew Perry foi esta produção juvenil da New Line Cinema (subsidiária da Warner), que serviu como veículo para Zac Efron, astro adolescente da época. Com toda a cara de “filme da Disney”, o longa funciona como uma espécie de ‘Quero Ser Grande’ (1988) às avessas. Na trama, Mike, papel de Matthew Perry, tinha o mundo aos seus pés na juventude, mas sua vida adulta parece ser bem diferente do que ele planejou. Assim, em um passe de mágica ele volta a ter 17 anos, a idade que serviu de divisor de águas em sua vida. Ele não volta no tempo, e sim continua no presente, apenas se tornando jovem, tendo a oportunidade de redimir os erros que acha que cometeu e traçar um novo caminho. Assim, Efron entra em grande parte da projeção, no papel de Mike adolescente. Disponível na HBO Max.
’17 Outra Vez’ chegou aos cinemas cinco anos após o término da série ‘Friends’. Depois disso, Matthew Perry atuou somente na TV, em séries e minisséries. Seu último trabalho como ator foi vivendo Ted Kennedy em quatro episódios da minissérie ‘The Kennedys After Camelot’ em 2017. Há seis anos o ator estava afastado das telas.