sábado, dezembro 27, 2025

Você PRECISA Ver! Os Filmes que Estrearam há 5 anos e Você Deixou Passar

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Acontece com o melhor de nós. Mesmo os cinéfilos mais aplicados sempre têm aquele filme, às vezes até badalados, que deixam escapar do radar. A verdade é que a oferta é simplesmente muito grande e cada vez aumenta mais – na era dos streamings. Conferir tudo que é lançado se torna uma tarefa simplesmente impossível, cada vez mais é preciso selecionar e apurar o que interessa. O tempo não para, e pode acontecer de aquele filme que planejávamos assistir ficar fazendo aniversário sem que paremos para vê-lo. Quem nunca?

É por isso que o intuito desta nova matéria é ajudar você a correr atrás de alguns filmes que estão completando nada menos do que cinco anos de seu lançamento e que achamos que você não pode mais ficar sem ver. Quando voltamos meia década no passado, todos certamente lembram de filmes como o sucesso Mulher-Maravilha, que transformou Gal Gadot numa estrela de Hollywood; Logan, a despedida (até então) do personagem que fez a carreira de Hugh Jackman; Corra!, o terror social responsável por transformar Jordan Peele num diretor imperdível; e Homem-Aranha – De Volta ao Lar, primeiro filme solo de Tom Holland como o herói na Marvel. Só para citar alguns. Agora existe também o outro lado da moeda, filmes não muito falados. Confira abaixo 10 filmes que estrearam há cinco anos, que muitos podem não conhecer, mas que devem procurar.

Ingrid Vai para o Oeste

Cria do Festival de Sundance, esta comédia dramática é uma baita sátira à geração Instagram – que compartilha a ilusão de uma vida perfeita, ao mesmo tempo em que muitos compram essa ideia. Esta comédia ácida traz duas das mais talentosas jovens atrizes da atualidade em papeis memoráveis. A Ingrid do título é a musa indie Aubrey Plaza, sucesso atualmente na segunda temporada de White Lotus. Ela é uma jovem meio perdida na vida, que vive em função das redes sociais e de uma realidade de ilusão. A morte de sua mãe é o que basta para ela “surtar” de vez e decidir que o que deve fazer é se colar com sua ídola, uma jovem patricinha “personalidade da internet”, vivida por Elizabeth Olsen. Mas o filme funciona também como estudo psicológico de personagem e da dicotomia social do real e do artificial.



Desobediência

O cineasta chileno Sebastián Lelio coleciona sucessos de crítica e está atualmente em cartaz na Netflix com seu mais recente trabalho, o drama O Milagre, com Florence Pugh. Mas há 5 anos no passado o diretor entregava esse elogiado drama sobre a relação de amor proibido entre duas mulheres dentro de uma comunidade de judeus ortodoxos, vividas pelas duas Rachel: Weisz e McAdams – o que trouxe na época o meme de “Me Chame pelo Seu Nome”, ao que ambas diziam Rachel. O filme, no entanto, é simplesmente um primor de sensibilidade.

Sombras da Vida

Por falar em sensibilidade, neste drama independente, que também traz muita espiritualidade e certa fantasia em sua trama, temos uma viagem atemporal pelo além-vida. Imagine Ghost – Do Outro Lado da Vida (1990) menos voltado ao entretenimento e com ares de drama “de arte”. É até difícil compreender muito bem o que se passa neste filme, sendo uma experiência mais sensorial do que narrativa basicamente. Em resumo, temos um casal apaixonado, vivido por Casey Affleck e Rooney Mara. Até que o sujeito morre, e experiencia todo o processo do que é estar morto – incluindo a falta de compreensão da condição e a imensa saudade de quem fica. É simplesmente belíssimo.

A Vilã

Saído do prestigiado Festival de Cannes, A Vilã é uma produção sul coreana que nos faz esquecer o quão cansados estamos de filmes de lutas marciais que dominam o cinema mundial na atualidade. Todo filme de ação hoje parece precisar de uma coreografia de luta, que mais se assemelha a uma dança realmente coreografada do que uma briga em si. E este filme é justamente recomendado para quem curte ação, mas está de saco cheio de tudo o que é feito no gênero seguindo este estilo. E o motivo para isso é que A Vilã deixa todos os demais no chinelo. As coreografias e as cenas de ação aqui são realmente nunca antes vistas. E isso é raríssimo hoje em dia. Muitas das cenas são filmadas de um jeito a incluir o espectador na ação, replicando a experiência de um simulador.

Em Pedaços

Melhor papel e atuação da carreira de Diane Kruger, a atriz saiu premiada do Festival de Cannes na categoria de atuação feminina e o filme ainda recebeu indicação à Palma de Ouro. Uma história fortíssima que causa o impacto de um soco no estômago. Na trama, Kruger vive uma mãe de família vivendo o pior pesadelo de qualquer um, quando seu marido e filho pequeno morrem num atentado terrorista à bomba. Ela fica em pedaços como diz o título, e depois da depressão e da injustiça nos tribunais, ao invés de abaixar a cabeça e seguir com sua dor, ela decide se vingar. Nada no estilo exagerado de Desejo de Matar (1974), no entanto, já que se trata de algo mais realista e sério.

O Insulto

Vivemos num tempo de grande intolerância política e social. E talvez nenhum outro filme tenha previsto tal situação absurdamente insana como esta obra libanesa. Saída dos festivais de Veneza e Toronto, esta produção escalou até o Oscar de seu respectivo ano, onde recebeu indicação de filme estrangeiro, mas terminou sendo derrotado pelo igualmente ótimo e necessário Uma Mulher Fantástica, de Sebastián Lelio – num dos anos recentes de indicados mais fortes em tal categoria. Aqui, uma briga cotidiana entre cidadãos de diferentes culturas, um libanês e um palestino, escala até se tornar uma fúria incontrolável de ambas as partes e atingir níveis impensáveis. Imperdível para os dias de hoje.

Anna e o Apocalipse

O interessante de listas é separar opção para todos os gostos, garantindo assim um pouco para cada perfil. Essa aqui é recomendada para os que curtem filmes um pouco mais leves e voltados ao entretenimento. Bem, em partes. Isso porque apesar de ser um musical natalino, é também um filme de terror de zumbis! É sério! E quantos outros filmes você conhece que misturaram estes gêneros quase incompatíveis. O melhor de tudo é que Anna e o Apocalipse realmente funciona em sua proposta e termina com um sabor único e verdadeiramente especial. O filme ainda tem espaço para um grande coração e uma bela mensagem – apesar de tudo apontar contra. É diversão garantida para os aficionados neste fim de ano.

O Amante Duplo

Agora vamos de thriller francês que homenageia o cinema de Alfred Hitchcock, ou seria mais para Brian De Palma. Seja como for, este suspense dirigido pelo talentosíssimo François Ozon tem muitos atrativos e se mantém como seu próprio filme. Na trama, a belíssima jovem Marine Vacth (revelada por um filme do próprio cineasta – Jovem & Bela, 2013) começa a fazer terapia com um charmoso psicólogo, papel de Jérémie Renier. Contra toda a cartilha de ética, os dois se envolvem e começam um relacionamento. Mas um tempo depois, a mulher começa a perceber que o sujeito talvez tenha mais segredos do que imaginava em sua vida pessoal. Um jogo de gato e rato, realidade e paranoia.

Um Ato de Esperança

Aqui, nesta produção da BBC Films, com distribuição da A24, quem protagoniza é a “monstra sagrada” Emma Thompson. A atriz vencedora do Oscar interpreta uma juíza britânica diante do caso mais difícil de sua carreira: decidir sobre a vida de um adolescente que precisa receber transfusão sanguínea ou morrer. Acontece que a religião da família é radical e não permite o ato. Seus pais preferem que o rapaz venha a falecer, se for da vontade de Deus, do que aderir à modernidade da medicina para salvar sua vida. Uma obra forte e muito emocionante.

Viagem das Loucas

Terminando a lista temos uma comédia mais escrachada, para os fãs de Amy Schumer. Quem conhece o estilo de humor de Schumer se sentirá muito em casa, já que a atriz aqui reprisa o tipo de papel que sabe bem, a autodepreciativa farrista e seu arco de redenção. O verdadeiro atrativo aqui, além das piadas ácidas costumeiras da protagonista, é a presença da veterana Goldie Hawn, que saía da aposentadoria de 15 anos para co-protagonizar no papel da mãe da personagem de Schumer, e a veterana ainda demonstra o mesmo talento e ótimo timing cômico. Porém, pode não ser para todos os gostos – mas sem dúvida rende boas risadas para os que estiverem inspirados.

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Pablo R. Bazarello
Crítico, cinéfilo dos anos 80, membro da ACCRJ, natural do Rio de Janeiro. Apaixonado por cinema e tudo relacionado aos anos 80 e 90. Cinema é a maior diversão. A arte é o que faz a vida valer a pena. 15 anos na estrada do CinePOP e contando...
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