Ao contrário do que a maioria possa pensar, nem só de Meryl Streep vive a maior premiação do cinema. Mas e quantas você pode realmente enumerar que foram indicadas ao Oscar? Sim, geralmente lembramos com maior facilidade das vencedoras, e nesta lista podemos apontar sem pensar muito: Angelina Jolie, Natalie Portman, Cate Blanchett, Charlize Theron e as recentes vitórias de Renée Zellweger e Laura Dern.
Porém, a cada nova edição, com 10 atrizes indicadas, algumas terminam por cair no esquecimento, suscitando a constante dúvida ou surpresa sobre sua nomeação. Pensando nisso, e como forma de celebrar estas talentosas artistas – que muitas vezes não recebem o devido crédito -, o CinePOP separou para você nesta nova matéria 10 atrizes que você não sabia (ou lembrava) que foram indicadas ao Oscar. Vem conhecer.
Melissa McCarthy
Essa é até recente, mas quem não acompanha tanto as premiações pode desconhecer. Mais associada a comédias populares, Melissa McCarthy se tornou uma aposta segura nas bilheterias e uma humorista sensação. Ela é também uma atriz duas vezes indicada ao Oscar. Sim, isso mesmo. E embora alguns possam lembrar de sua indicação no ano passado pelo drama subestimado Poderia Me Perdoar?, seu primeiro aceno da Academia veio justamente num gênero que domina e fez carreira. Missão Madrinha de Casamento (2011) foi um fenômeno de crítica e bilheteria, nos fazendo perguntar onde está sua continuação que ainda não saiu do papel? A comédia foi indicada para dois Oscar, e lá estava Melissa McCarthy com sua primeira nomeação – para atriz coadjuvante.
Anna Kendrick
O mundo dá voltas. A pequena notável Anna Kendrick apareceu pela primeira vez nos muito detonados filmes da franquia Crepúsculo. Depois seguiu para demonstrar o talento musical nos sucessos A Escolha Perfeita (2012) e suas duas continuações. Mas o que abriu verdadeiramente as portas para a moça foi ter descolado papel num projeto do talentoso Jason Reitman – o terceiro de sua carreira. É claro que estamos falando do drama indicado a 6 Oscar, incluindo melhor filme, Amor Sem Escalas (2009). No filme, Kendrick atua lado a lado com o astro George Clooney como uma novata extremamente pró-ativa e garantiu uma indicação para chamar de sua. Esperamos novas indicações da jovem estrela.
Rosemary Harris
Agora damos um pulo maior no passado. A veterana nonagenária ficou conhecida para toda uma nova geração como a primeira e definitiva encarnação da bondosa tia May, a figura materna do herói Homem-Aranha no cinema. É claro que estamos nos referindo à trilogia de Sam Raimi, protagonizada por Tobey Maguire – para muitos, ainda a melhor adaptação do personagem nas telonas. Mas é claro que Harris não caiu do céu, e sua carreira data ainda da década de 1950.
A atriz, embora muitos não saibam, possui uma indicação ao Oscar abrilhantando sua filmografia, que chegou em 1994 com o drama biográfico Tom e Viv, sobre o dramaturgo e poeta T. S. Eliot, citado, vejam só, em Homem-Aranha 2 (2004) como forma de sedução pelo personagem de Alfred Molina. Mas isso não é tudo. Vocês estão preparados para cair da cadeira ou terem suas mentes explodidas? Quem interpreta o autor no filme é ninguém menos que Willem Dafoe, que viveu o vilão no primeiro filme do herói no cinema.
Queen Latifah
Outra atriz associada a comédias, Queen Latifah começou sua carreira no entretenimento como cantora de rap e hip hop, sendo inclusive considerada a primeira dama do gênero musical oriundo dos guetos norte-americanos. Mas o que muitos talvez não saibam é que a artista iniciou como atriz no drama racial Febre da Selva (1991), do fervoroso Spike Lee. Na mesma época, ela participaria de dois episódios da cultuada comédia de Will Smith, Um Maluco no Pedaço (Fresh Prince of Bel Air). Também produtora, Latifah tem investido muito em obras mais sérias nos últimos anos. Mas seu desempenho de maior prestígio na filmografia ocorreu em 2002, ao interpretar a carcereira barra-pesada Mama Morton no musical Chicago. O longa venceu 6 Oscar, incluindo melhor filme, e ainda indicou outros três atores de seu elenco, John C. Reilly, a citada Renée Zellweger e Catherine Zeta-Jones, que saiu vitoriosa da mesma categoria que Latifah, atriz coadjuvante.
Kate Hudson
Você ainda lembra dela? Musa dos anos 2000, em comédias românticas vide Como Perder um Homem em 10 Dias (2003) e Noivas em Guerra (2009), a filha de Goldie Hawn deu uma leve sumida, participando de filmes sem grandes repercussões que invariavelmente terminam passando em branco sem que os fãs tomem muito conhecimento. Enquanto aguardamos o retorno da carismática e bela atriz, vale a pena lembrar que a loirinha decorou sua filmografia com uma nomeação ao careca dourado na virada do milênio. Quase Famosos, drama semi biográfico, é a obra da qual estamos nos referindo, indicada a 4 Oscar, que ainda nomeou o “monstro” Frances McDormand na mesma categoria de Hudson e levou o prêmio de melhor roteiro.
Sigourney Weaver
Sabe estas blusas que enfatizam os papeis icônicos que certos atores já interpretaram, como Harrison Ford (Indiana Jones e Han Solo) e Ian McKellen (Gandalf e Magneto), por exemplo. Pois bem, a grande Sigourney Weaver (e bota grande nisso, a mulher tem 1,82m de altura) definitivamente é digna de possuir uma destas – e esperamos que ela já tenha. É claro, por seus atemporais papeis nas franquias Alien (Tenente Ellen Ripley) e Os Caça-Fantasmas (Dana Barrett) – este último ela voltará a reprisar em breve.
E que tal se eu te disser que a atriz tem nada menos que 3 indicações ao Oscar, e que a primeira delas foi justamente por interpretar a heroína espacial caçadora de Aliens – e melhor ainda, não pelo primeiro filme, mas sim pela sequência (tida como superior por muitos) assinada por James Cameron, Aliens – O Resgate (1986). Mas não para por aí, na lista de hits na filmografia de Weaver, ela é parte do seletíssimo clube de artistas indicados duas vezes no mesmo ano – no seu caso, como atriz principal e coadjuvante. O ano foi 1989, e no primeiro caso, ela protagonizou como Dian Fossey, a cientista estudiosa da vida animal em Nas Montanhas dos Gorilas. Como coadjuvante, participou como a egocêntrica mulher de negócios na comédia Uma Secretária de Futuro.
Jennifer Tilly
Você pergunta, o que a “noiva de Chucky” faz aqui? A voluptuosa Jennifer Tilly marcou o fim dos anos 1990 com participações inesquecíveis em Ligadas Pelo Desejo (1996), O Mentiroso (1997), com Jim Carrey, e como Tiffany, a infame noiva do serial killer Charles Lee Ray, que assim como o companheiro, termina com a alma presa dentro de um boneco em A Noiva de Chucky (1998). Alguns anos antes, no entanto, Tilly tirou a sorte grande ao ser selecionada para atuar num filme do mestre Woody Allen – cujo histórico é de sempre render indicação para seus atores, de tão bem confeccionados que são seus personagens. E com a comédia mafiosa passada nos anos 1920, Tiros na Broadway (1994), não foi diferente. Tilly saiu com uma indicação por seu retrato de uma desmiolada “garota da máfia”, e o filme ainda obteve nomeações para Chazz Palminteri e a vitória para Dianne Wiest – além de indicações para Allen como roteirista e diretor.
Abigail Breslin
Existe um grande debate sobre indicações para atores mirins, leia-se crianças. Muitos defendem que os pequenos não estão atuando, e sim sendo eles mesmos. Bem, quando o papel difere muito da realidade dos pimpolhos, creio que tal afirmação caia por terra, por estarem emulando sentimentos que muitas vezes podem desconhecer. Seja como for, é justamente nesta categoria que se encaixa a jovem de 24 anos Abigail Breslin, mais conhecida a Little Rock dos dois Zumbilândia (2009 e 2019). Agora, o que muitos podem não associar é sua indicação ainda pequetita na dramédia indie Pequena Miss Sunshine (2006). Sim, aquela sobre a família disfuncional na van amarela, que enfureceu Eddie Murphy após a vitória de coadjuvante para Alan Arkin. Além de melhor filme, lá temos a nomeação de Breslin, ainda em seus dez aninhos, como a aspirante a miss mirim. Sim, era ela.
Anna Paquin
Seguimos pela categoria das atrizes mirins indicadas ao Oscar, e chegamos até a bela Anna Paquin. A atriz ficou conhecida na juventude como a primeira e única (até o momento) encarnação da mutante Vampira em quatro filmes da franquia X-Men nos cinemas. Depois, seguiu para um trabalho mais ousado, interpretando uma vampira de verdade na série quente da HBO, True Blood. Hoje com 38 anos, a atriz canadense recebeu sua primeira e única indicação ao Oscar aos 11 anos de idade pelo drama neozelandês O Piano (1993), da diretora Jane Campion.
E não apenas isso, Anna Paquin de fato levou o cobiçado prêmio para casa, derrubando colegas de categoria coadjuvante como Winona Ryder e Emma Thompson. O Piano ainda recebeu indicações de melhor filme e rendeu vitórias para a protagonista Holly Hunter e o roteiro de Campion, num total de 8 indicações. Além disso, O Piano guarda um recorde ao ter indicado Jane Campion ao prêmio de melhor diretora, se tornando assim a segunda mulher da história com tal honraria – num total de cinco. Parece brincadeira, mas é a triste realidade.
Cher
Rainha atual para a comunidade LGBTQ, Cher possui uma longa carreira no ramo musical. A diva pode ter exagerado nos procedimentos cirúrgicos ao longo dos anos, mas inegavelmente sempre foi uma linda mulher. A artista começou a carreira como cantora, se enveredou por alguns projetos como atriz – doze filmes para ser mais precioso -, mas segue ainda associada ao universo da música quando falamos nela no entretenimento. Alguns com isso podem até pensar que as participações de Cher no cinema são todas no esquema de Mamma Mia 2 (2018), mas é aí que se enganam, pois a veterana já demonstrou alcance performático em suas atuações em alguns dramas de peso.
Cher já foi indicada duas vezes ao Oscar, acredite! Sua primeira nomeação foi no início dos anos 1980, em um de seus primeiros papeis de destaque (seu terceiro), no drama biográfico Silkwood – Retrato de uma Coragem (1984), no qual aos 37 anos atua lado a lado com ninguém menos que Meryl Streep – para percebermos que esta amizade não é de agora. Mas não ficou por aí, e quatro anos depois a “cantriz”, fazendo inveja à colega Madonna, levou para casa o tão cobiçado maior prêmio do cinema com a “dramédia” Feitiço da Lua (1988), o qual protagonizou ao lado de nenhum outro senão Nicolas Cage. No filme, a atriz exibia o auge de sua beleza, e derrotou lendas como Glenn Close e a citada amiga Meryl Streep no maior prêmio da sétima arte.
BÔNUS: Fernanda Montenegro
Sabe aquela máxima do “é melhor rir para não chorar”. Com esta não sabemos se queremos lembrar ou esquecer. Calma, explico. Obviamente devemos celebrar e render todas as homenagens para a nossa imortal Fernandona Montenegro, a única intérprete de nosso país a ter tido tamanha honraria de ser indicada ao prêmio máximo do cinema mundial. E Fernanda chegou muito perto, perto até demais, fazendo os fãs e todos os brasileiros sentirem o gostinho da vitória. Era o ano da brasileira, e Central do Brasil vinha muito forte em sua campanha na gringa. O vencedor de melhor ator foi um italiano, o amalucado Roberto Benigni, e poderia ter sido de uma verdadeira lenda latino americana também. Poderia, mas não foi.
Tudo bem que contra Fernandona tínhamos Meryl Streep (sempre ela), mas o filme que representava (Um Amor Verdadeiro) não teve muito força – você lembra dele? Restavam as então desconhecidas Cate Blanchett (Elizabeth) e Emily Watson (Hilary e Jackie), por filmes igualmente sem o estrondo necessário. Tal estrondo, porém, foi feito por Shakespeare Apaixonado, que inclusive teve o disparate de ser o grande vencedor de melhor filme da noite. Além disso, Hollywood como boa fábrica de marcas e astros que é, resolveu apostar mais na fabricação da loira tipicamente “made in USA” Gwyneth Paltrow para ser a nova estrela namoradinha dos EUA. Dá ou não vontade de esquecer?