Lançado em 2017, Mulher-Maravilha foi um fenômeno cultural. Sendo o primeiro live action da história com orçamento superior a US$ 100 milhões a ser dirigido por uma mulher, o filme conquistou críticas muito positivas, diferentemente das produções dirigidas por Snyder, e arrecadou mais de US$ 820 milhões em bilheteria.
Mais do que isso, em um momento em que o Universo DC passava por uma grave crise de identidade, o filme da Amazona chegou para trazer um pouco de esperança para os fãs e para o estúdio de que aquele universo compartilhado poderia dar certo. Pensando nisso, o CinePOP separou dez curiosidades sobre essa aventura fantástica que trouxe a Mulher-Maravilha de volta para a prateleira mais alta da Cultura Pop. Confira!
Sonho de vida
A diretora Patty Jenkins estava escalada para dirigir o filme da Mulher-Maravilha que seria lançado em 2005, mas que acabou nunca vendo a luz do dia. Na época, ela teve que deixar o projeto porque descobriu que estava grávida e tiraria um tempo para se dedicar à maternidade. Então, quando a convidaram para entrar no projeto mais de uma década depois, ela aceitou sem hesitar, chegando a dizer que esperou sua vida inteira por aquele momento.
Amazonas
Durante a cena de abertura, quando a pequena Diana assiste o treinamento das Amazonas comandadas por Antíope, é possível ver que elas usam uma tira de couro na mesma cor de suas peles na região peitoral, fazendo parecer que elas não têm seios. É uma referência aos relatos das Amazonas da mitologia grega, que supostamente removiam ou queimavam seus seios para não terem desvantagens no combate.
Temiscira
Para conseguir recriar as paisagens fantásticas, cheias de relevo e com um marzão de fundo que sempre caracterizaram a lendária Ilha Paraíso de Temiscira, a produção recorreu a uma locação no mundo real. Dessa forma, eles gravaram as cenas na Costa Amalfitana, na Itália. Segundo membros da produção, além do visual ser perfeitamente paradisíaco, o clima da região era ideal para longas filmagens a céu aberto.
Polêmica
Após a direção de Zack Snyder ser bastante criticada por trazer ângulos sexualizados da Mulher-Maravilha em Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça (2016), Patty Jenkins participou ativamente do design de produção do filme, opinando sobre como fazer trajes e armaduras para as amazonas que demonstrassem poder e praticidade para as guerreiras batalharem e parecerem legais em cena. Da mesma forma, sendo mulher, ela teve toda uma preocupação em gravar a Gal em poses que remetessem a poder, não a desejo.
Shape
Quando foi anunciada como a nova Mulher-Maravilha dos cinemas, a atriz Gal Gadot foi duramente criticada na internet por ser considerada “muito magra” para o papel da guerreira amazona. Para entrar na forma de Diana Prince, Gal passou por nada menos que nove meses de treinamento e dieta especiais até ganhar 17kg de pura massa muscular, calando os críticos com seu físico e carisma de super-heroína.
Diana Prince
Nos quadrinhos, Diana cria sua identidade secreta e surge como a Mulher-Maravilha no contexto da Segunda Guerra Mundial. Ela pega o sobrenome “Prince” de uma enfermeira do exército norte-americano e passa a usá-lo como se fosse seu. No filme, porém, ela tem seu primeiro contato com a humanidade durante a Primeira Guerra Mundial. Segundo a direção, essa escolha foi feita porque era uma época mais definidora da sociedade, em que a tecnologia ainda avançava vagarosamente e o preconceito contra as mulheres era ainda maior, abrindo mais possibilidades de debater temas polêmicos. E no fim das contas, o filme mostra que o sobrenome “Prince” é uma abreviação de “Diana, Princesa de Temiscira”, fazendo uma piada com o tempo demorada pela super-heroína na hora de se apresentar para os outros.
Relógio
Um dos itens críticos de Steve Trevor (Chris Pine) é o seu relógio. Se prestar bem atenção, vai ver que ele é um relógio de bolso adaptado com uma tira de couro para amarrá-lo ao pulso. Além de dar mais personalidade a Steve, isso é faz menção a uma das grandes mudanças que a Primeira Guerra Mundial trouxe para a moda. Na época, a tendência masculina era portar os relógios de bolso no interior de seus ternos. Só que ter acesso a hora certa de maneira rápida era fundamental para estratégias de guerra, então os militares começaram a adaptá-los para versões de pulso. Com o fim do confronto, a moda pegou e os relógios de pulso se tornaram um dos acessórios mais populares nos anos seguintes.
Homenagem
Inicialmente, Patty Jenkins queria prestar uma homenagem singela para a grande super-heroína de sua infância, Lynda Carter, que interpretou a Mulher-Maravilha na lendária série de TV dos anos 70, dando a ela uma participação especial no filme. Infelizmente, a atriz teve um conflito de agenda e não pôde fazer uma participação especial, como sonhava a diretora. Mas Patty não desistiu e conseguiu trazer Lynda para fazer uma pontinha na sequência, Mulher-Maravilha 1984 (2020).
Proibido
Mulher-Maravilha foi banido pelo governo de Líbano, Turquia e Qatar e nunca estreou nesses países. Isso porque o filme é protagonizado por Gal Gadot, que não apenas é de Israel, como também serviu por dois anos nas Forças de Defesa Israelenses, atuando como instrutora de combate para outras militares. Acontece que esses países são adeptos da causa Palestina. E como Gal servia como garota-propaganda sionista, elogiando o governo israelense em algumas entrevistas, as autoridades desses países optaram por vetar a exibição por lá.
Era pra ser
A Rainha Hipólita, líder das Amazonas e mãe de Diana, quase foi interpretada pela Nicole Kidman. Só que ela precisou recusar o convite devido a conflitos de agenda com as filmagens da série Big Little Lies, da HBO. Com isso, o papel foi conquistado pela dinamarquesa Connie Nielsen. Mas essa não foi a única chance dada a Kidman de entrar no Universo DC. Por isso, quando surgiu um novo convite, agora para interpretar a Rainha Atlanna, mãe do Aquaman, ela não pensou duas vezes e embarcou no projeto. Quando o destino quer que você seja a mãe de um personagem DC, nada é capaz de te impedir.
Mulher-Maravilha está disponível no HBO Max.