O poder feminino está mais em voga e fervendo do que nunca. No cinema, constantemente as mulheres demonstram um poder de fogo equivalente ou superior ao dos homens, nos quesitos técnicos (atuações, roteiro, direção) e em peso de nome, traduzindo-se em bilheteria (Angelina Jolie é uma das artistas mais bem pagas de Hollywood). No entanto, ainda existe certo tabu para criar bons papéis femininos – embora alguns cineastas homens saibam trabalhar bem o sexo oposto (vide Woody Allen, Pedro Almodóvar e até mesmo Quentin Tarantino).
Recentemente, o blockbuster Caça-Fantasmas chegou envolto em certa polêmica. Mesmo que seja uma completa idiotice protestar contra o protagonismo de quatro mulheres no lugar dos homens, ou desmerecer uma obra (seja ela qual for) sem antes conhecê-la (assisti-la), o filme vem dividindo a imprensa especializada, devido a seu roteiro (diálogos, situações e personagens). Porém, é seguro dizer que a grande maioria vem abraçando a produção, se irá refletir no público só as bilheterias dirão (a estimativa é boa e o filme possui grande apelo infantil).
Pensando a favor de mais superproduções protagonizadas por mulheres e usando como base uma matéria do canal WatchMojo.com, nós no CinePOP resolvemos formular uma lista com as dez super-heroínas que mais merecem seu filme solo. Não foram levadas em conta produções já em andamento, desta forma ficaram de fora da lista os filmes da Mulher Maravilha (com Gal Gadot, planejado para 23 de junho de 2017 no Brasil), da Capitã Marvel (com Brie Larson, planejado para 14 de março de 2019 no Brasil) e o possível filme solo da Mística (que não deverá ter Jennifer Lawrence protagonizando). Veja abaixo.
#10. Hit Girl
Surgida nos quadrinhos de Kick-Ass, criados por Mark Millar e John Romita Jr., a menina assassina Mindy Macready, vulgo Hit Girl, ganhou os holofotes na produção cinematográfica homônima de 2010, na qual roubou a cena. O sucesso foi tanto, que em 2012 a personagem ganhou uma revista só sua, o que refletiu o destaque na continuação Kick-Ass 2 (2013).
Em ambas as produções, Hit Girl foi interpretada pela menina de ouro Chloe Grace Moretz. No entanto, se no filme de 2010 ela era uma menininha (o que espelhava o tom jocoso), na sequência Moretz já era uma adolescente, causando outro tipo de impacto. Hit Girl merece um verdadeiro filme solo, porém, o caminho a ser seguido talvez seja sem Moretz, agora uma jovem mulher de 19 anos (a não ser que a opção fosse por uma Hit Woman). Em seu lugar, Madison Wolfe (Invocação do Mal 2), Oona Laurence (Nocaute) ou Ruby Barnhill (O Bom Gigante Amigo) não fariam feio. E você, qual escolhe?
#9. Vampira (Rogue)
Uma das personagens mais populares da publicação X-Men, da Marvel Comics, Vampira obteve mais sucesso ainda e capturou o imaginário de uma geração ao aparecer na animação de 1992 dos mutantes. Sedutora, bem humorada e superpoderosa (com capacidade de voo e força descomunal), a personagem também é conflituosa, já que seu toque de pele pode ser mortal. O que daria um grande dilema a ser trabalhado.
No cinema, a reação geral foi de desapontamento com a personagem, que teve seus problemas retratados, mas nenhum carisma ou graça, quando interpretada pela vencedora do Oscar Anna Paquin (O Piano). De mulherão bem resolvida, Vampira se tornou uma menininha assustada. Seria interessante redimir a personagem, ainda nos domínios da Fox, mostrando todo o seu potencial – incluindo o cômico. Mesmo sendo um pouco injusto com Paquin, o caminho a seguir talvez precise de outra atriz como intérprete, para desassociar de vez o que foi feito com ela nas produções de 2000, 2003 e 2006 dos mutantes. Para o papel, Mary Elizabeth Winstead (do sucesso Rua Cloverfield, 10) tem a mistura ideal de sensualidade e timing cômico.
#8. Batgirl
Gotham City é a cidade mais corrupta e perigosa do mundo (fictício), dessa forma precisa de toda a ajuda que puder. Os vigilantes mascarados que passam a noite surrando criminosos não são apenas do sexo masculino, e uma fêmea morcego também encara madrugadas no seu combate pessoal. A heroína Batgirl já teve diversas encarnações nos quadrinhos, a mais aceita sendo a filha do Comissário Gordon, Barbara Gordon.
No terreno do audiovisual, Yvonne Craig foi a primeira encarnação da Batgirl no seriado do Batman dançarino da década de 1960. Algumas décadas depois e a personagem voltaria nas formas de Alicia Silverstone, na malfadada produção de 1997, Batman & Robin. Barbara ainda retornaria em Birds of Prey, seriado de vida curta que durou apenas uma temporada em 2002 (e ganhou o título descabido de Mulher-Gato, no Brasil), desta vez personificada por Dina Meyer. Uma remodelagem apropriada da personagem poderia ter Shailene Woodley como protagonista, já que a jovem atriz tem cacife e apelo ao público de grandes produções (A saga Divergente) e entrega desempenhos acima da média (Os Descendentes). Woodley nunca participou de um filme de super-heróis, tendo sua participação em O Espetacular Homem-Aranha ficado na sala de edição (a atriz gravou cenas como Mary Jane).
#7. Psylocke
Em matéria de sex appeal, Vampira só perde para outra personagem do universo X-Men, Psylocke. A telepata ninja Elizabeth Braddock, exibe trajes mínimos, mas está longe de ser submissa ao sexo oposto. Psylocke é uma das personagens mais duronas dos quadrinhos, deixando muito marmanjo comendo poeira aos seus pés. Tanto, que uma tênue linha entre o heroísmo e a vilania a define. Definitivamente não é uma mulher para se brincar.
No cinema, Psylocke deu as caras pela primeira vez na recente produção dos mutantes, X-Men: Apocalypse e, como citado, aderiu ao lado rival como uma das antagonistas. Como existiam muitos personagens, Psylocke não recebeu o tratamento devido no longa (muito comum na série da Fox). Apesar disso, Olivia Munn, a intérprete do papel, sonha em um dia personificar novamente a lutadora asiática em uma produção só sua. Com as inúmeras possibilidades de derivados providos pelo sucesso de Deadpool, por que não?
#6. Mulher-Hulk (She-Hulk)
Os quadrinhos não são tão criativos quanto se pensa. Além de cada herói existente possuir sua versão mirim, muitos também possuem sua versão do sexo oposto. Tudo bem, algumas são até criativas e bem legais. Uma das melhores é sem dúvida a Mulher-Hulk, a advogada Jennifer Walters, prima de Bruce Banner, o cientista que se transforma na gigante criatura verde. Através de uma transfusão de sangue, Jennifer também fica com a pele esverdeada e desenvolve super força, mas apesar disso mantém sua inteligência e personalidade.
Um filme com a Mulher-Hulk seria bem mais divertido do que um novo de seu parente. Poderia ser abordado, inclusive, o aspecto “filme de advogado”, com a protagonista lidando com casos antes de sua transformação. A Mulher-Hulk nunca deu as caras no cinema, mas para a personagem a alemã Antje Traue, que já foi antagonista do Homem de Aço (2013), possui o porte, o talento e a beleza.
#5. Poderosa (Power Girl)
Por falar em mulheres poderosas, aqui está uma que é a personificação do girl power, afinal até mesmo seu nome é um trocadilho com a frase, invertendo somente as palavras. Surgida inicialmente como uma versão alternativa da Supergirl, vinda de outra realidade, a Poderosa foi incorporada ao universo tradicional da DC, existindo como personagem próprio à sua contraparte.
No cinema, a Supergirl já teve as formas de Helen Slater na produção homônima de 1984, que tentou pegar carona no sucesso da franquia Superman, mas não obteve êxito. Atualmente, a personagem, prima do Homem de Aço, está em voga novamente com sua série própria, protagonizada pela gracinha Melissa Benoist. A Poderosa nada mais é do que uma Supergirl, mais velha e bem mais sexualizada. A personagem é exuberante e voluptuosa, o que contribui ainda mais para o seu girl power. Na versão em carne e osso, Amanda Seyfried tem a forma física e um nome mais reconhecível, no entanto, 1,60m de altura. Já Alexandra Daddario (Terremoto: A Falha de San Andreas), igualmente possui o físico e com 1,73m de altura talvez seja mais indicada para o papel, só precisaria cortar e pintar o cabelo, ou talvez usar uma peruca.
#4. Estelar (Starfire)
Uma das personagens femininas mais queridas da DC, Estelar é uma alienígena de pele laranja e visual exótico, mais conhecida como integrante da equipe Novos Titãs, um dos quadrinhos mais populares da editora, criados em 1964 como resposta aos X-Men da rival Marvel. Uma equipe formada por personagens jovens e inexperientes, precisando lidar com problemas que grandes super-heróis enfrentavam.
De certa forma, Estelar é um pouco Tempestade e possui poderes similares. Os Titãs já ganharam uma série animada na TV, que emplacou no gosto dos fãs, mas no cinema nunca deram as caras – a não ser o Robin (esse mesmo, o parceiro do Batman), que lidera a equipe. Se ganhasse um filme solo, Estelar poderia ter as formas de Blake Lively (em breve em cartaz com o sucesso Águas Rasas), o que seria um presente da Warner para redimir a atriz do fracasso de Lanterna Verde (2011).
#3. Tempestade (Storm)
Por falar em Tempestade, a mutante africana é uma das personagens femininas mais populares da Marvel (ou “a”personagem). Tão importante ou poderosa quanto qualquer outro personagem, não só do universo X, mas da Marvel em si, Tempestade é o símbolo do feminismo da casa. No entanto, nunca teve uma representação a altura no terreno cinematográfico.
A personagem, que já liderou diversas vezes a equipe mutante, fez sucesso na série animada de 1992, e em sua transposição para a telona recebeu as formas de Halle Berry. Mesmo depois da atriz ter vencido o Oscar, a personagem não cresceu em importância dentro da trama dos filmes de 2003 e 2006, sempre relegada ao segundo plano. Em 2014, em Dias de um Futuro Esquecido, veio sua participação mais pífia dentro de um longa da franquia, entrando muda e saindo calada. Este ano, com Apocalipse, Tempestade rejuvenesceu na pele de Alexandra Shipp. Se a Fox optasse por um derivado solo da importantíssima personagem, seria muito bom ter uma trama passada em duas linhas temporais, com a personagem interpretada por ambas Halle Berry e Alexandra Shipp. Seria a redenção.
#2. Ravena (Raven)
Voltando para a DC, novamente para os quadrinhos dos Titãs. Como dito, os Novos Titãs são os X-Men da DC, e se Estelar é a Tempestade da casa, Ravena é sua Jean Grey. Rachel Roth é meio demônio, meio humana, originária do templo de Azarath. Em inglês, seu nome significa literalmente Corvo.
A personagem tem grande enfoque no misticismo e poderia funcionar como uma espécie de Doutor Estranho feminino, se a Warner quisesse seguir por esta linha. Ravena, assim como a maioria dos Titãs, ainda não apareceu no cinema (em breve teremos Cyborg no filme da Liga da Justiça). Para uma produção protagonizada pela sombria personagem, Anya Taylor-Joy é um dos nomes mais quentes do momento e traria credibilidade ao projeto. Tudo porque a jovem atriz participou de um dos mais chamativos filmes do ano, o terror A Bruxa.
#1. Viúva Negra (Black Widow)
O primeiro lugar não poderia ser outro. A Viúva Negra, personificada por Scarlett Johansson, sua única intérprete no terreno audiovisual, roubou a cena repetidas vezes ao longo das cinco produções nas quais apareceu (Homem de Ferro 2, Os Vingadores, Capitão América: O Soldado Invernal, Os Vingadores 2: A Era de Ultron e Capitão América: Guerra Civil). No entanto, o filme solo da personagem ainda fica apenas na promessa.
Natasha Romanoff, a identidade secreta da heroína, é uma superespiã, desprovida de qualquer habilidade sobre-humana, o que torna a personagem ainda mais badass – uma espécie de Batman do sexo oposto. Johansson faz campanha pelo longa de sua Viúva e a Marvel bem que poderia presentear a estrela e os fãs, promovendo a personagem de coadjuvante a protagonista.
Menções Honrosas:
Canário Negro – a parceira do Arqueiro Verde tem duas encarnações nos quadrinhos e ambas já foram retratadas no terreno audiovisual. Dinah Lance foi vivida por Rachel Skarten em Birds of Prey, e Laurel Lance do recente Arrow teve as formas de Katie Cassidy.
She-Ra – personagem criada como contraponto ao popular He-Man, que figurou no imaginário das crianças nos anos 1980. Enquanto He-Man teve um malfadado projeto cinematográfico em 1987, protagonizado pelo dublê de ator Dolph Lundgren, She-Ra ainda está na espera.
Lady Sif – no cinema, um dos amores de Thor ganhou as formas da bela Jaimie Alexander nos dois filmes do Deus Nórdico. A popularidade, trazida pela atriz, foi grande e se estendeu para a série Agents of SHIELD. Agora, só falta um filme derivado para a personagem protagonizar.
Mulher-Aranha – como dito, todo herói possui sua versão feminina, e a Mulher-Aranha já teve diversas encarnações. Seria interessante ver um longa explorando tais possibilidades.
Vixen – talvez a personagem menos conhecida da lista, Vixen é uma heroína da DC que tem tudo a ver com a natureza, um conceito não muito explorado no subgênero.