sábado , 21 dezembro , 2024

20 Anos de Amélie Poulain | Conheça 10 Curiosidades do pop cult francês

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Exatamente, no dia 25 de abril de 2001, chegava aos cinemas franceses, belgas e suíços a obra O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet. Com um fotografia inebriante, uma montagem inventiva e uma personagem totalmente cativante, o longa passou 83 semanas em cartaz na França e levou 8,6 milhões de pessoas aos cinemas, sendo o segundo filme mais visto no país atrás somente do fenômeno literário Harry Potter e a Pedra Filosofal, com 9,4 milhões de audiência.

Após 20 anos do surpreendente sucesso, Amélie Poulain continua a influenciar o cinema atual e a encantar os amantes da sétima arte. Apesar de ter chegado ao Brasil quase um ano depois, no dia 8 de fevereiro de 2002, impulsionada pelas cinco indicações ao Oscar daquele ano, a personagem título – vivida por Audrey Tautou – ganhou status de cult e queridinha entre os cinéfilos brasileiros. 



Em entrevista ao CinePOP, este ano, a diretora Júlia Rezende confessou ter se inspirado bastante no longa francês para compor a ambientação e enquadramento do seu último lançamento, Depois a Louca Sou Eu. Depois de duas décadas, a obra ainda influencia viajantes a fazerem seus registros fotográficos em locais presentes no roteiro, principalmente no Café des 2 Moulins e  no Canal Saint-Martin, em Paris. 

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Leia também: Exclusivo | Julia Rezende, diretora de Depois a Louca Sou Eu: “Sou apaixonada por Amélie Poulain, busquei referências…”

Leia também: Confira 10 Filmes para Conhecer Paris sem Clichês

Se você ainda não viu o filme, você encontrará motivos de sobra para colocá-lo na sua lista. Já para aqueles que, como eu, se apaixonaram à primeira vista, vamos descobrir algumas pequenas curiosidades sobre esta obra tão mágica e peculiar. Além de ter alavancado a carreira de Audrey Tautou, Jean-Pierre Jeunet trouxe um novo marco cinematográfico para o país berço do cinema mundial. Vamos aos fatos?

1 – A icônica cena que nunca aconteceu

A cena emblemática da pedra ricocheteando no Canal de Saint-Martin é falsa. Se você já tentou fazer este movimento, talvez tenha percebido que a arte do ricochete não é para todos. De fato, Audrey Tautou foi incapaz de realizar a tarefa no canal e sobrou para os efeitos visuais. A famosa sequência foi, portanto, editada com o saltar das pedras em imagens inseridas digitalmente. Pois é, às vezes, uma cena parece simples, mas não é. 

2 – Crème brûlée para toda a equipe!

Uma sequência rápida, mas importante do filme é a que o narrador (André Dussollier) comenta os gostos de Amélie, um deles é quebrar a crosta do crème brûlée com uma colher de chá. Esta cena foi filmada dezenas de vezes para capturar o melhor “crack” e, por isso, exigiu muitos crèmes brûlées. Para não desperdiçar, um membro da equipe de filmagem sempre comia a sobremesa após cada tomada.

3 – Existe uma sequência Amélie 2? 

A verdade é que o título existe. Estrelado por Audrey Tautou, O Bater de Asas da Borboleta (2000), de Laurent Firode, foi vendido na Coréia do Sul, na Rússia e em Hong Kong, sob o título Amélie 2. Porém, não se preocupe, este filme não tem absolutamente nada a ver com a obra de Jean-Pierre Jeunet. O título é simplesmente uma jogada de marketing da época, com a esperança de atrair um público maior para uma obra pouco conhecida. 

4 – Emily Poulain? Audrey Tautou não era a 1ª opção

Você já imaginou Amélie Poulain de olhos azuis? Pois bem, a atriz cotada para viver a protagonista desta fábula moderna era a britânica Emily Watson, visto seu papel como a doce Bess, em Ondas do Destino (1996), de Lars von Trier. Inicialmente interessada, Watson desistiu do projeto devido à longa duração das filmagens. 

Logo depois, Jean-Pierre Jeunet interessou-se por Audrey Tautou ao vê-la no filme Instituto de Beleza Vênus (1999). Em entrevista anos mais tarde, o cineasta confessou que a atriz conseguiu o papel após três segundos de teste. Quando a viu, ele teve uma “sensação de obviedade”. 

Instituto de Beleza Vênus (1999)

5 – Ignorado por Cannes e sucesso mundo afora

Por mais estranho que possa parecer, o Festival de Cannes não quis Amélie Poulain em sua seleção oficial. O filme, no entanto, foi exibido ao ar livre na Croisette. Contrariando as previsões francesas, o longa fez estrondoso sucesso nos Estados Unidos, arrecadou US $33,2 milhões por lá e ganhou cinco indicações ao Oscar. Com mais de 32,4 milhões de espectadores ao redor do mundo, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é o quinto filme francês com maior bilheteria internacional, atrás, respectivamente, de Intocáveis (2011), Busca Implacável 2 (2012), O Quinto Elemento (1997) e Busca Implacável (2008).

6 – Um brasileiro serviu de inspiração à produção

As cores principais do longa (verde, amarelo e vermelho) são uma inspiração direta da obra do artista brasileiro Juarez Machado, nascido em Joinville (SC). Desde 1986, ele vive em Paris e expõe suas obras pela Europa. Aos 80 anos, Juarez possui ateliês em Paris, Rio de Janeiro e Joinville. Agora, você já sabe a fonte inventiva da saturação cromática de Jean-Pierre Jeunet a fim de criar um microcosmo parisiense tão impactante aos nossos olhos. 

7 – Trilha sonora apaixonante e premiadíssima 

Com exceção de duas canções (“Guilty”, de George Shearing e “Si tu n’étais pas là”, de Fréhel), a trilha sonora de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é inteiramente composta por Yann Tiersen, entre criações originais e seleções de seus álbuns anteriores. Apaixonado pela mistura de violino, sanfona e piano do músico, Jean-Pierre Jeunet fez uma aposta certeira. Em 2003, a trilha sonora de Amélie ganhou um disco triplo de platina com 900 mil unidades vendidas na França e 2 milhões ao redor do mundo. O álbum recebeu vários prêmios, incluindo o César de Melhor Trilha Sonora em 2002. 

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8 – Baseado em fatos reais

De onde Jean-Pierre Jeunet tirou as ideias para este roteiro? Em entrevistas ao longo dos anos, o cineasta declarou que grande parte dos personagens e detalhes vêm de histórias de amigos e da sua própria experiência. Por exemplo, a caixa de souvenirs é da sua infância, assim como o peixe vermelho suicida.

Contudo, o “personagem” mais emblemático, o álbum de fotografias de Nino Quincampoix (Mathieu Kassovitz), e todo mistério em torno da coleção é verídica. É uma referência à coleção de Michel Folco, fotógrafo e escritor francês. Ao morar ao lado da Gare de Lyon, em Paris, o artista tomou gosto por encontrar fotos pelos chãos das estações, próximas às cabines de foto, e colecioná-las.

9 – A verdadeira “sequência” de Amélie Poulain

Em 2019, Jean-Pierre Jeunet declarou à Indiewire que estava preparando um falso documentário sobre sua célebre heroína Amélie Poulain. “Um pouco como o que Peter Jackson fez sobre o início do cinema [Forgotten Silver,1995]. Será algo leve, muito engraçado e barato de produzir, espero. ” declarou o cineasta. Ele também descartou a hipótese de uma continuação, ou mesmo uma série. Em suas palavras: “Não seria a mesma atriz, seria de má qualidade porque não teríamos o mesmo orçamento. Paris está feia agora por causa dos muitos canteiros de obras…” É estimado que O Fabuloso Destino de Amélie Poulain custou US $10 milhões. 

10 –  Dia 29 de Agosto, Dia de Amélie Poulain

A cultura pop já criou o Dia da Toalha, dia 25 de maio, em homenagem ao livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, assim como o Dia de Star Wars, May 4th Be With You, 4 de maio. Por que não o Dia de Amélie Poulain? Dia 29 de agosto é lembrado todos os anos nas redes sociais pelos fãs em tributo a uma marcante cena do filme, que diz: “É 29 de agosto. Em 48 horas, o destino de Amélie Poulain mudará. Mas, por ora, ela não sabe disso.” (No original: Nous sommes le 29 août, dans 48 heures le destin d’Amélie Poulain va basculer. Mais ça, pour le moment, elle n’en sait rien.) Vamos oficializá-lo? 

Fontes: La France Méconnue, Première, Vogue, Femmes d’aujourd’hui , Vanity Fair e Indiewire

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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20 Anos de Amélie Poulain | Conheça 10 Curiosidades do pop cult francês

Exatamente, no dia 25 de abril de 2001, chegava aos cinemas franceses, belgas e suíços a obra O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet. Com um fotografia inebriante, uma montagem inventiva e uma personagem totalmente cativante, o longa passou 83 semanas em cartaz na França e levou 8,6 milhões de pessoas aos cinemas, sendo o segundo filme mais visto no país atrás somente do fenômeno literário Harry Potter e a Pedra Filosofal, com 9,4 milhões de audiência.

Após 20 anos do surpreendente sucesso, Amélie Poulain continua a influenciar o cinema atual e a encantar os amantes da sétima arte. Apesar de ter chegado ao Brasil quase um ano depois, no dia 8 de fevereiro de 2002, impulsionada pelas cinco indicações ao Oscar daquele ano, a personagem título – vivida por Audrey Tautou – ganhou status de cult e queridinha entre os cinéfilos brasileiros. 

Em entrevista ao CinePOP, este ano, a diretora Júlia Rezende confessou ter se inspirado bastante no longa francês para compor a ambientação e enquadramento do seu último lançamento, Depois a Louca Sou Eu. Depois de duas décadas, a obra ainda influencia viajantes a fazerem seus registros fotográficos em locais presentes no roteiro, principalmente no Café des 2 Moulins e  no Canal Saint-Martin, em Paris. 

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Se você ainda não viu o filme, você encontrará motivos de sobra para colocá-lo na sua lista. Já para aqueles que, como eu, se apaixonaram à primeira vista, vamos descobrir algumas pequenas curiosidades sobre esta obra tão mágica e peculiar. Além de ter alavancado a carreira de Audrey Tautou, Jean-Pierre Jeunet trouxe um novo marco cinematográfico para o país berço do cinema mundial. Vamos aos fatos?

1 – A icônica cena que nunca aconteceu

A cena emblemática da pedra ricocheteando no Canal de Saint-Martin é falsa. Se você já tentou fazer este movimento, talvez tenha percebido que a arte do ricochete não é para todos. De fato, Audrey Tautou foi incapaz de realizar a tarefa no canal e sobrou para os efeitos visuais. A famosa sequência foi, portanto, editada com o saltar das pedras em imagens inseridas digitalmente. Pois é, às vezes, uma cena parece simples, mas não é. 

2 – Crème brûlée para toda a equipe!

Uma sequência rápida, mas importante do filme é a que o narrador (André Dussollier) comenta os gostos de Amélie, um deles é quebrar a crosta do crème brûlée com uma colher de chá. Esta cena foi filmada dezenas de vezes para capturar o melhor “crack” e, por isso, exigiu muitos crèmes brûlées. Para não desperdiçar, um membro da equipe de filmagem sempre comia a sobremesa após cada tomada.

3 – Existe uma sequência Amélie 2? 

A verdade é que o título existe. Estrelado por Audrey Tautou, O Bater de Asas da Borboleta (2000), de Laurent Firode, foi vendido na Coréia do Sul, na Rússia e em Hong Kong, sob o título Amélie 2. Porém, não se preocupe, este filme não tem absolutamente nada a ver com a obra de Jean-Pierre Jeunet. O título é simplesmente uma jogada de marketing da época, com a esperança de atrair um público maior para uma obra pouco conhecida. 

4 – Emily Poulain? Audrey Tautou não era a 1ª opção

Você já imaginou Amélie Poulain de olhos azuis? Pois bem, a atriz cotada para viver a protagonista desta fábula moderna era a britânica Emily Watson, visto seu papel como a doce Bess, em Ondas do Destino (1996), de Lars von Trier. Inicialmente interessada, Watson desistiu do projeto devido à longa duração das filmagens. 

Logo depois, Jean-Pierre Jeunet interessou-se por Audrey Tautou ao vê-la no filme Instituto de Beleza Vênus (1999). Em entrevista anos mais tarde, o cineasta confessou que a atriz conseguiu o papel após três segundos de teste. Quando a viu, ele teve uma “sensação de obviedade”. 

Instituto de Beleza Vênus (1999)

5 – Ignorado por Cannes e sucesso mundo afora

Por mais estranho que possa parecer, o Festival de Cannes não quis Amélie Poulain em sua seleção oficial. O filme, no entanto, foi exibido ao ar livre na Croisette. Contrariando as previsões francesas, o longa fez estrondoso sucesso nos Estados Unidos, arrecadou US $33,2 milhões por lá e ganhou cinco indicações ao Oscar. Com mais de 32,4 milhões de espectadores ao redor do mundo, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é o quinto filme francês com maior bilheteria internacional, atrás, respectivamente, de Intocáveis (2011), Busca Implacável 2 (2012), O Quinto Elemento (1997) e Busca Implacável (2008).

6 – Um brasileiro serviu de inspiração à produção

As cores principais do longa (verde, amarelo e vermelho) são uma inspiração direta da obra do artista brasileiro Juarez Machado, nascido em Joinville (SC). Desde 1986, ele vive em Paris e expõe suas obras pela Europa. Aos 80 anos, Juarez possui ateliês em Paris, Rio de Janeiro e Joinville. Agora, você já sabe a fonte inventiva da saturação cromática de Jean-Pierre Jeunet a fim de criar um microcosmo parisiense tão impactante aos nossos olhos. 

7 – Trilha sonora apaixonante e premiadíssima 

Com exceção de duas canções (“Guilty”, de George Shearing e “Si tu n’étais pas là”, de Fréhel), a trilha sonora de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain é inteiramente composta por Yann Tiersen, entre criações originais e seleções de seus álbuns anteriores. Apaixonado pela mistura de violino, sanfona e piano do músico, Jean-Pierre Jeunet fez uma aposta certeira. Em 2003, a trilha sonora de Amélie ganhou um disco triplo de platina com 900 mil unidades vendidas na França e 2 milhões ao redor do mundo. O álbum recebeu vários prêmios, incluindo o César de Melhor Trilha Sonora em 2002. 

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De onde Jean-Pierre Jeunet tirou as ideias para este roteiro? Em entrevistas ao longo dos anos, o cineasta declarou que grande parte dos personagens e detalhes vêm de histórias de amigos e da sua própria experiência. Por exemplo, a caixa de souvenirs é da sua infância, assim como o peixe vermelho suicida.

Contudo, o “personagem” mais emblemático, o álbum de fotografias de Nino Quincampoix (Mathieu Kassovitz), e todo mistério em torno da coleção é verídica. É uma referência à coleção de Michel Folco, fotógrafo e escritor francês. Ao morar ao lado da Gare de Lyon, em Paris, o artista tomou gosto por encontrar fotos pelos chãos das estações, próximas às cabines de foto, e colecioná-las.

9 – A verdadeira “sequência” de Amélie Poulain

Em 2019, Jean-Pierre Jeunet declarou à Indiewire que estava preparando um falso documentário sobre sua célebre heroína Amélie Poulain. “Um pouco como o que Peter Jackson fez sobre o início do cinema [Forgotten Silver,1995]. Será algo leve, muito engraçado e barato de produzir, espero. ” declarou o cineasta. Ele também descartou a hipótese de uma continuação, ou mesmo uma série. Em suas palavras: “Não seria a mesma atriz, seria de má qualidade porque não teríamos o mesmo orçamento. Paris está feia agora por causa dos muitos canteiros de obras…” É estimado que O Fabuloso Destino de Amélie Poulain custou US $10 milhões. 

10 –  Dia 29 de Agosto, Dia de Amélie Poulain

A cultura pop já criou o Dia da Toalha, dia 25 de maio, em homenagem ao livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams, assim como o Dia de Star Wars, May 4th Be With You, 4 de maio. Por que não o Dia de Amélie Poulain? Dia 29 de agosto é lembrado todos os anos nas redes sociais pelos fãs em tributo a uma marcante cena do filme, que diz: “É 29 de agosto. Em 48 horas, o destino de Amélie Poulain mudará. Mas, por ora, ela não sabe disso.” (No original: Nous sommes le 29 août, dans 48 heures le destin d’Amélie Poulain va basculer. Mais ça, pour le moment, elle n’en sait rien.) Vamos oficializá-lo? 

Fontes: La France Méconnue, Première, Vogue, Femmes d’aujourd’hui , Vanity Fair e Indiewire

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Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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