Criado pelo mestre Wes Craven em 1984, A Hora do Pesadelo se tornou um sucesso estrondoso para o gênero terror e foi responsável pela consolidação de um pequeno estúdio chamado New Line Cinema. Hoje, subsidiária da Warner, e dona de uma filmografia de títulos como O Senhor dos Anéis, por exemplo, a New Line era então um pequeno estúdio independente que financiava obras de terror. E foi num destes projetos que o estúdio achou “ouro” ao investir no orçamento de A Hora do Pesadelo. O sucesso foi tanto que logo no ano seguinte a New Line tiraria do papel a continuação do longa, mesmo sem a participação de Craven. Assim, praticamente durante toda a década de 80, a New Line colocava nos cinemas um novo exemplar de A Hora do Pesadelo. Parte do sucesso, é claro, vinha da figura do bicho papão da época, o maníaco de rosto queimado Freddy Krueger, vivido pelo ator Robert Englund.
Freddy se tornava ícone pop, e o estúdio entendia isso, pegando cada vez mais leve em suas matanças, transformando o vilão em um anti-herói brincalhão e piadista, e inclusive produzindo merchandising mirados às crianças com o nome e rosto do assassino – como álbuns de figurinhas, por exemplo. Não demorou também para Freddy ganhar sua própria série de TV no fim dos anos 80, no estilo de Além da Imaginação, e sem qualquer elo com os filmes do cinema – que seguiam a toda sendo produzidos e lançados.
A franquia completa de A Hora do Pesadelo (ou quase – já que o remake de 2010 ficou de fora, mas quem se importa, certo?) se encontra disponível na plataforma da HBO Max, já que o streaming e a New Line hoje são subsidiárias do grupo Warner. Recentemente, foi anunciado pela própria empresa que a HBO Max encerrará suas atividades em meados de 2023 – com o serviço migrando para uma nova plataforma onde será unido com os canais da Discovery. Por isso, por aqui no CinePOP estamos realizando uma série de matérias de dicas com o conteúdo da HBO Max que achamos interessantes para que os fãs confiram antes que a plataforma chegue ao fim. É claro que muitas dessas produções deverão migrar também para a nova plataforma, mas nunca se sabe. Confira abaixo.
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A Hora do Pesadelo (1984)
Tudo começou aqui. Criado pelo saudoso gênio do terror Wes Craven, é dito que o diretor teve a ideia para a história do assassino que ataca nos sonhos e aterroriza adolescentes que evitam cair no sono, ao ler uma série de artigos do Los Angeles Times sobre um grupo de refugiados do sudeste asiático, fugindo do regime totalitário da época e buscando abrigo nos EUA. Jovens e saudáveis, estes refugiados tinham pesadelos terríveis e simplesmente se recusavam a dormir, ficando acordados pelo máximo de tempo que conseguiam – eventualmente todos eles terminaram falecendo um a um. Esses artigos se estenderam por um período de 3 anos, e serviram de inspiração para Craven trazer a temática para solo americano, nos subúrbios assombrados pela macabra figura de Freddy Krueger, e todo o mistério envolvendo o monstro dos pesadelos. O longa se tornou um clássico instantâneo e um dos maiores expoentes até hoje de seu gênero.
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A Hora do Pesadelo 2 – A Vingança de Freddy (1985)
A continuação direta de A Hora do Pesadelo é considerada o filme de terror gay mainstream mais famoso do cinema. Na verdade, o subtexto gay não foi percebido por todos em sua época de lançamento, e até mesmo hoje muitos podem não ter pescado as verdadeiras intenções. Mas basta uma busca mais detalhada online para saber o que existe por trás da produção – e até mesmo um documentário já abordou o tópico (chamado Scream, Queen). Na trama, o protagonista agora é um rapaz, que está lutando contra uma força que o domina. É Freddy tentando usar seu corpo como veículo para funcionar no mundo real. Freddy aqui é uma analogia da homossexualidade do protagonista.
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A Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos (1987)
O segundo filme não atingiu o esperado e quase colocou um fim na franquia logo em seu segundo episódio. Mas os produtores respiraram fundo e esperaram a poeira baixar, deixando Freddy descansar no ano de 1986. No ano seguinte, já recuperados, tentaram de novo, atingindo o êxito desta vez, com então o episódio mais bem-sucedido da franquia. Um terceiro filme que mostrava os níveis de ambição onde os realizadores estavam dispostos a ir. Comparado aos anteriores, o terceiro filme é quase um blockbuster. Com produção de Wes Craven, a trama mostra um sanatório para jovens problemáticos, os tais guerreiros dos sonhos – adolescentes que aprendiam a combater Freddy em seu próprio território. Aqui, até mesmo a heroína original Nancy (Heather Langenkamp) retorna para mais um round.
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A Hora do Pesadelo 4 – O Mestre dos Sonhos (1988)
Com o sucesso absoluto do terceiro filme da franquia, que então se tornava a maior bilheteria dos três primeiros filmes, é claro que a New Line daria sinal verde para uma continuação imediata logo no ano seguinte. Assim, quase todos os “jogadores” do terceiro retornavam para esta sequência, que realmente é muito ligado ao anterior. Uma grande diferença sentida pelos fãs, no entanto, e comentada até hoje, é a saída da protagonista vivida por uma iniciante Patricia Arquette, que dava seus primeiros passos nas telas. Arquette queria alçar novos voos, assim sua personagem Kristen precisou ser interpretada por uma outra atriz, a menos conhecida Tuesday Knight, que terminou igualmente agradando os fãs devido a seus esforços. Seja como for, aqui era introduzida uma nova protagonista, Alice, papel de Lisa Wilcox.
A Hora do Pesadelo 5 – O Maior Horror de Freddy (1989)
Conhecido como The Dream Child no original, ou “a criança dos sonhos”, esse quinto filme continua imediatamente o quarto longa, contando com muitos dos personagens anteriores, assim como o quarto foi para o terceiro. Podemos inclusive dizer que dentro da franquia, estes três exemplares são quase sua própria trilogia. E o título em inglês tem tudo a ver com o conteúdo do longa, ao contrário do bem mais genérico título em português. Acontece que desta vez, a heroína Alice (introduzida no anterior) está grávida, e Freddy deseja utilizar seu filho não nascido para retornar ao mundo dos vivos.
A Hora do Pesadelo 6 – A Morte de Freddy (1991)
A franquia saía dos anos 80 e adentrava aqui a década de 90. Para este sexto exemplar algumas decisões criativas foram tomadas. Primeiro, a história da protagonista Alice foi deixada de lado, como uma espécie de prêmio e descanso para a personagem. O vilão desta vez atormenta um novo grupo de vítimas, com direito a um protagonista que acredita ser filho de Freddy. O segundo, foi a direção de uma mulher pela primeira vez, Rachel Talalay, que esteve envolvida como produtora em episódios anteriores. E terceiro, a promessa da morte de Freddy, que colocaria um ponto final na franquia. E de certa forma, esta última meta foi cumprida.
O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger (1994)
Freddy havia morrido, mas os produtores não estavam dispostos a largar o osso de sua galinha dos ovos de ouro. Desta forma, para dar aquela sacudida nas coisas, conseguiram atrair a atenção do criador Wes Craven com a promessa de total liberdade criativa em sua nova investida na franquia. Assim, treinando o uso de sua metalinguagem, que depois seria aproveitada e melhorada na franquia Pânico, Craven resolve sair do tradicional e criar um A Hora do Pesadelo que não é continuação de nenhum dos anteriores e sim um animal totalmente novo. Ou seja, aqui o diretor usa uma história de bastidores, tendo como personagens os atores que ajudaram a criar a franquia, como Heather Langenkamp e o próprio Robert Englund interpretando a si mesmos. Como se não bastasse, Craven também vira personagem de seu próprio filme. Mas não para por aí, já que Krueger também dá as caras, é claro, saindo do mundo dos filmes para a vida real.
Freddy Vs. Jason (2003)
Freddy Krueger foi um dos maiores vilões dos filmes de terror dos anos 80, sendo equiparado somente por Jason, maníaco da franquia Sexta-Feira 13. Quando este segundo foi parar nas mãos da New Line em 1993, o estúdio logo tratou de criar uma brincadeira no fim do filme, em que mão de Freddy saía do inferno para buscar a máscara de Jason, anunciando o tão aguardado encontro dos titãs. Ou seria apenas um chiste? Os fãs babavam de ansiedade, mas o duelo só ocorreria dez anos depois, com esta divertida produção. Mas o hype de uma geração talvez já tivesse passado…