Amy Winehouse permaneceu pouco tempo entre nós, mas, em sua brevíssima carreira musical, conseguiu encantar os fãs e os especialistas ao redor do mundo com sua voz única e com sua capacidade lírica que a transformaria em uma das maiores compositoras de todos os tempos.
Com apenas 27 anos, Amy encabeçou algumas das melhores músicas do século, desde “Rehab”, “Back to Black” e “Valerie”, além de ter conquistado cinco estatuetas do Grammy (incluindo três principais, Artista Revelação, Gravação do Ano e Música do Ano) e ter sido responsável pelo retorno do neo-soul, do jazz e do blues ao cenário mainstream. Não é surpresa que ela tenha influenciado um número gigantesco de artistas, incluindo Adele, Duffy e Lady Gaga.
Como se não bastasse seus distintos vocais, a imagem que Amy apresentou ao público também serviria de referência para resgatar os clássicos girl groups dos anos 1960 e 1970 – e uma vida marcada por relacionamentos tóxicos e escapes nas drogas a levaria cedo demais, deixando um legado infinito e uma saudade dolorosa.
Winehouse faleceu há onze anos, completados no últimos dia 23 de julho – e, para relembrar um pouco de sua carreira, resolvemos separar suas cinco melhores canções.
Veja abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua favorita:
5. “TEARS DRY ON THEIR OWN”
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Quando em vida, Amy lançou apenas dois álbuns – que foram o suficiente para eternizá-la como uma das maiores artistas de todos os tempos. Uma das canções mais famosas da artista, que não tem todo o reconhecimento que merecia, é “Tears Dry on Their Own”. A mistura impecável entre pop e soul trouxe a produção de Salaam Remi e sample da clássica “Ain’t No Mountain High Enough”. Mas, além dessa estruturação irretocável, o que mais nos chama atenção é a pungente lírica que se esconde por trás da atmosfera upbeat, que fala sobre um relacionamento falido e sobre uma narradora que já se acostumou com o arrependimento.
4. “REHAB”
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Facilmente a música mais conhecida de Winehouse, “Rehab” não apenas se tornou um sucesso crítico e comercial mundial, como consagrou-se como uma de suas assinaturas. A canção apareceu em diversas paradas ao redor do planeta e garantiu à performer nada menos que três estatuetas do Grammy – Gravação do Ano, Música do Ano e Melhor Performance Vocal Pop Feminina -, além de ser imortalizada em diversas listas de melhores músicas de todos os tempos. A construção em jazz e R&B é cortesia da produção de Mark Ronson e garantiu à Amy comparações com outras lendas do cenário fonográfico, incluindo Ella Fitzgerald. Logo, não é surpresa que a canção esteja no nosso Top 5.
3. “VALERIE”
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Tudo bem, “Valerie” pode não ser uma música assinada por Winehouse, mas, de fato, ganhou uma roupagem impressionante em uma regravação estonteante, cheia de energia e de brilho. A faixa, performada pela banda de indie rock britânica Zutons, foi abraçada por Amy e por Ronson em uma remodelagem surpreendente e que se afastava do gênero original, aproveitando a identidade que ambos haviam calcado para transformar o escopo sonoro em uma celebração do soul, do jazz e do pop. Se você nunca ouviu essa versão da música, não tem ideia do que está perdendo.
2. “BACK TO BLACK”
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Apesar de “Rehab” ter maior reconhecimento na cultura pop, “Back to Black” (ao menos na opinião deste que vos escreve), configura-se como uma construção mais madura, narcótica e saudosista – que, de fato, reiterou as incríveis habilidades artísticas de Amy Winehouse. Novamente produzida por Ronson, que também aproveitou para assinar alguns dos versos, a canção volta-se para o down-tempo e para as raízes do soul clássico, discorrendo sobre um relacionamento que acabou e que lança o eu-lírico de volta para a escuridão. Dentre as múltiplas tracks de Amy, esta é uma das que mais faz referências aos girl groups dos anos 1960, além de alusões ao Motown.
1. “YOU KNOW I’M NO GOOD”
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Concorde ou não, “You Know I’m No Good”, ainda que não tenha tido o mesmo sucesso de suas conterrâneas, é uma das canções que mais representam o significado de perfeição musical. Desde os poderosos vocais de Amy até a competente produção de Ronson (cuja parceria, como pudemos perceber, rendeu inúmeras pérolas do escopo musical), cada elemento da track é pensada com cautela e com maestria invejáveis – motivo pelo qual resolvemos colocá-la em primeiro lugar da nossa breve lista.
Mais do que essas inflexões supracitadas, a música é acompanhada de uma narrativa extremamente coesa que poderia muito bem ter sido transformada em uma adaptação cinematográfica. Recheada de referências, Amy fala sobre como traiu um namorado que a tratava bem e lhe fazia bem, para se “aventurar” com romances momentâneos mais perigosos e tóxicos – e, envolto pelo blues uptempo, ela inclusive reconhece seu comportamento impulsivo e destrutivo, refletido pelo título “você sabe que não sou boa”.
Assista:
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