O cinema mexicano ganhou muita importância ao redor do mundo por causa da qualidade do trabalho de profissionais como Alfonso Cuarón (Filhos da Esperança) e Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno), entre outros. Em Arranca-me a Vida (Arrancame la Vida), o diretor Roberto Sneider (produtor de Frida) traz uma aula da História do país sob o ponto de vista de uma mulher.
Só por essas duas características já valeria a pena assistir ao filme, principalmente por não se ter muitas oportunidades de conhecer fatos históricos que não sejam protagonizados por países desenvolvidos. Passado nas décadas de 30 e 40, as manobras políticas mexicanas lembram muito os atos do Estado Novo, regime vigente no Brasil dessa época.
O lado feminista do filme é o mais forte, com Catalina – interpretada por Ana Claudia Talancón (Uma Chamada Perdida) – narrando sua jornada e suas descobertas. Nesse sentido, a primeira fase do enredo é mais interessante, quando é discutida a sexualidade de uma mulher vivendo em um cenário em que há tanta repressão nesse assunto. Mais adiante, as lutas da heroina são mais sociais e polítcas, já que seu marido assume cargos públicos.
Considerando a história como um todo, ela sofre altos e baixos, com momentos em que as coisas poderiam acontecer com mais agilidade. Uma saída possível seria investir mais nas diferenças sociais para que o sentimento de justiça do espectador seja incitado e o envolvimento com as causas crie uma maior interação com a narrativa. Outro ponto baixo é a falta do elemento surpresa, sendo possível prever o que vai acontecer em mais de uma oportunidade.
Arranca-me a Vida é o maior orçamento do cinema mexicano, muito por causa da caracterização da época, com destaque para os cenários. Seus atributos técnicos fizeram desse filme o candidato mexicano ao Oscar no último ano.
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Crítica por: Edu Fernandes (HomemNerd)