quinta-feira, abril 25, 2024

Artigo | O que aconteceu a Anna Sorokin, golpista que inspirou a série da Netflix ‘Inventando Anna’?

‘Inventando Anna’ é a mais nova produção da Netflix e, para aqueles que ainda não sabem, foi inspirada na vida de Anna Sorokin, jovem golpista que se posou como herdeira alemã, alterou seu nome para Anna Delvey e se infiltrou na elite nova-iorquina para roubar milhões de dólares e viver como uma rainha.

É claro que, considerando que a série da gigante do streaming é uma cinebiografia e que o nome de Sorokin se tornou um dos mais conhecidos do planeta, eventualmente a vigarista seria pega pelas autoridades, observando seu império de luxo se desmantelar bem à frente de seus olhos – e sem poder fazer nada. Mas o que aconteceu com ela depois que os crimes foram desvendados pelas autoridades?

Em dezembro de 2018, Anna foi convocada à Corte Criminal de Nova York e rejeitou um acordo oferecido a ela e que detalhava de três e nova anos de prisão. Por essa razão, ela passou por um longo julgamento que terminaria apenas em maio do ano seguinte, em que a juíza Diane Kiesel a sentenciaria de quatro a doze anos na prisão estatal. Ela foi julgada culpada por fraudar hotéis, restaurantes, bancos e um operador de jatinho particular pela exorbitante quantia de quase US$200 mil, conforme aponta o The Guardian.

Como visto na série, criada pela prolífica realizador Shonda Rhimes (‘Grey’s Anatomy’, ‘Bridgerton’), Sorokin permanecera encarcerada na Ilha Rikers até que o julgamento fosse concluído. Ela também foi considerada culpado pelo júri presente no tribunal, que a declarou responsável por crimes como furto de segundo grau e roubo de serviços. Ela só foi inocentada de duas outras acusações: a primeira, tentativa de furto de primeiro grau em relação à aplicaçã de empréstimo feita no City National Bank; e a segunda, de furto em segundo grau, referente ao suposto roubo de US$62 mil de Rachel Williams (interpretada por Katie Lowes na adaptação) durante a viagem a Marrocos.

A jovem, então, foi presa no Centro de Correção de Bedford Hills por algum tempo antes de ser transferida para o Centro de Albion, decretada a restituir US$199 mil àqueles de quem roubou, além de ser multada com uma fiança de US$24 mil.

Mas a história de Anna Sorokin não acaba por aí.

Eventualmente, a golpista saiu da prisão, cumprindo pena até o dia 11 de fevereiro de 2021, e voltou a viver em sociedade. Em outubro de 2020, uma transcrição da audiência de que participara apontava que ela se sentia envergonhada pelo que fizera e que pedia desculpas pelos crimes cometidos (via New York Post): “só gostaria de dizer que estou muito envergonhada e sinto muito pelo que fiz. Eu entendo completamente que várias pessoas sofreram, enquanto eu pensei que não estava fazendo nada de errado”.

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Esse sentimento de mea culpa veio após o Comissário Marc Coppola expressar dúvidas sobre se Anna realmente se arrependia do que fizera, ainda mais depois de uma controversa entrevista ao The New York Times, em 2019, dizendo que não sentia quaisquer remorsos: “a verdade é que não me sinto mal. Eu estaria mentindo para você e para todos os outros e para mim mesma se eu dissesse que me sentia mal”.

Em fevereiro do ano passado, ela foi solta em liberdade condicional, em virtude de bom comportamento na prisão – e  faturou alguns lucros da série da Netflix, segundo o Insider. O site indica que Sorokin foi contratada como consultora para ‘Inventando Anna’, pelo valor de US$320 mil, reunindo-se até mesmo com Julia Garner, que a interpretou nas telinhas. Entretando, segundo a lei “Filho de Sam”, outorgada em 1977 pelo estado de Nova York, ela não poderia utilizar o dinheiro para benefício próprio e, dessa forma, transferiu o pagamento para as vítimas que coletou em sua época como falsa socialite.

Em março de 2021, Anna enfrentou mais um obstáculo dentro de sua liberdade: a deportação.

Também segundo o Insider, Sorokin, depois de sair da penitenciária, teve algumas semanas de liberdade em Nova York, assinando um contrato de aluguel para um apartamento em Manhattan e até mesmo dando início a uma linha de moda e outros projetos midiáticos que seguiam os passos dos que tinha antes de ser presa.

Porém, Anna foi pega pelas autoridades imigratórias (no caso, pela ICE), sendo realocada novamente para um tribunal e esperando a decisão do júri em ser deportada de volta para a Alemanha, onde cresceu ao lado do pai, ou se permanecerá nos Estados Unidos. Enquanto mais informações não são reveladas, sabe-se que seu advogado preencheu uma moção pedindo para que a ICE lhe garanta asilo.

Vale lembrar que, em fevereiro deste ano, Sorokin escreveu um artigo detalhando sua raiva e sua decepção em ficar presa, revelando até mesmo que contraiu COVID-19 enquanto presa e que não teve uma boa recepção em relação à série.

“Enquanto o mundo julga o sotaque de Julia Garner em ‘Inventando Anna’, uma série da Netflix sobre mim, eu estou sentada em uma cela de prisão em Orange County, em Nova York, em quarentena. Meu visto vencido não foi intencional e estava fora de meu controle. Eu servi meu tempo na prisão, e estou apelando para limpar meu nome. Eu não quebrei nenhuma regra da condicional da ICE ou do estado de Nova York. Apesar disso, ainda não recebi qualquer caminho limpo e justo para a complacência”, ela escreveu.

A série já está disponível na Netflix.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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