quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Artigo | Realidade ou ilusão? O final explicado de ‘1899’, novo sucesso da Netflix [SPOILERS]

YouTube video

Cuidado: muitos spoilers à frente.

A Netflix lançou recentemente a insana série 1899. Criada pelas mesmas mentes da aclamada produção Dark, a narrativa acompanha um grupo de passageiros e tripulantes a bordo do Kerberos, um transatlântico cujo destino é Nova York – mas que passa por diversos obstáculos no caminho. O principal deles é o encontro com um outro navio chamado Prometheus, que desapareceu no oceano e foi reencontrado completamente à deriva, sem sinal de vida e sem quaisquer explicações do que, de fato, aconteceu.



A principal personagem dessa complexa trama é Maura (Emily Beecham). Além de ser a primeira neurologista de seu país natal, a Inglaterra, ela procura pelo irmão, que havia embarcado no Prometheus quatro meses atrás e que também desapareceu sem deixar rastros. Como vemos pouco antes do final, Maura é a peça-chave de uma espécie de simulação da qual nenhum dos protagonistas ou coadjuvantes consegue escapar – uma realidade virtual que os prendeu no final do século XIX e que impregnou cada um com memórias falsas, incapazes de distinguir o que é ficção ou realidade.

Considerando o histórico de Baran bo Odar e Jantje Friese, responsáveis por trazer a trama à vida, nada seria tão fácil de assimilar assim. Diversos símbolos permeiam o âmago estrutural da série – desde os símbolos triangulares de uma pirâmide inexplicável, realidades paralelas e elementos anacrônicos que colocam em xeque tanto o que os personagens vivem quanto o que nós assistimos. Em outras palavras, este não é um drama de época misturado com suspense, e sim um thriller psicológico com ares de distopia que tem muito a ser explorado em possíveis temporadas futuras.

Assista também:
YouTube video


Ao longo do caminho, Maura conhece um jovem garoto que descobrimos se chamar Elliot (Fflyn Edwards), o único sobrevivente do Prometheus que é resgatado pela força conjunta dela e do traumatizado capitão Eyk (Andreas Pietschmann), e o misterioso Daniel (Aneurin Barnard), que entra no Kerberos sem ninguém perceber. Ambos se tornam alvo de um motim religioso que associa todas as tragédias envolvendo os passageiros aos dois, desejando exterminá-los em prol da sobrevivência. Todavia, Elliot e Daniel são os únicos a saberem que estão confinados em uma simulação e, mais do que isso, são filho e marido de Maura, respectivamente – ainda que ela não se recorde de nada.

Em um trâmite perigoso, o objetivo de Elliot e Daniel é acordar Maura e impedir que a simulação reinicie. Ela é a única a ter a chave para sair dessa “prisão sem grades”, mas todas as tentativas de garantir que os passageiros chegassem em segurança à Nova York falharam por um nobre e controverso sentimento de heroísmo, que os afastou da missão principal e os eliminou, um a um. Maura, inclusive, acredita que o pai, Henry (Anton Lesser), está por trás de tudo aquilo, considerando a paixão irrefreável e mortal de experimentações da mente humana.

Depois de muito tentar – e de pouquíssimas pessoas sobreviveram às malignas forças que se apoderam do navio -, Maura acorda de um sono profundo, apenas para descobrir que, na verdade, o pai também estava preso na simulação. O autor da artimanha é o irmão, Ciaran, que não dá as caras nos episódios, mas aparece através de uma mensagem críptica que dá as boas-vindas à Maura de volta à realidade: uma espaçonave que os encarcera através de um sono induzido, flutuando no espaço em 2099 (duzentos anos depois do momento em que a narrativa se passa).

É claro que o season finale seria construído sobre ganchos incríveis e angustiantes, principalmente por não sabermos quando teremos a continuação da história. Aliás, é impossível até mesmo saber se Ciaran é uma pessoa ou uma inteligência artificial que se tornou autoconsciente, se revoltou contra seus criadores e os prendeu em um eterno looping de confusão e de desespero. Essa não seria a primeira vez que uma obra mainstream se aproveitaria de tal mote – e, no final das contas, tudo pode acontecer.

E você? O que acha que vai acontecer?

YouTube video

YouTube video

Mais notícias...

Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

Siga-nos!

1,956,486FãsCurtir
378,564SeguidoresSeguir
1,639,560SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Artigo | Realidade ou ilusão? O final explicado de ‘1899’, novo sucesso da Netflix [SPOILERS]

Cuidado: muitos spoilers à frente.

A Netflix lançou recentemente a insana série 1899. Criada pelas mesmas mentes da aclamada produção Dark, a narrativa acompanha um grupo de passageiros e tripulantes a bordo do Kerberos, um transatlântico cujo destino é Nova York – mas que passa por diversos obstáculos no caminho. O principal deles é o encontro com um outro navio chamado Prometheus, que desapareceu no oceano e foi reencontrado completamente à deriva, sem sinal de vida e sem quaisquer explicações do que, de fato, aconteceu.

A principal personagem dessa complexa trama é Maura (Emily Beecham). Além de ser a primeira neurologista de seu país natal, a Inglaterra, ela procura pelo irmão, que havia embarcado no Prometheus quatro meses atrás e que também desapareceu sem deixar rastros. Como vemos pouco antes do final, Maura é a peça-chave de uma espécie de simulação da qual nenhum dos protagonistas ou coadjuvantes consegue escapar – uma realidade virtual que os prendeu no final do século XIX e que impregnou cada um com memórias falsas, incapazes de distinguir o que é ficção ou realidade.

Considerando o histórico de Baran bo Odar e Jantje Friese, responsáveis por trazer a trama à vida, nada seria tão fácil de assimilar assim. Diversos símbolos permeiam o âmago estrutural da série – desde os símbolos triangulares de uma pirâmide inexplicável, realidades paralelas e elementos anacrônicos que colocam em xeque tanto o que os personagens vivem quanto o que nós assistimos. Em outras palavras, este não é um drama de época misturado com suspense, e sim um thriller psicológico com ares de distopia que tem muito a ser explorado em possíveis temporadas futuras.

Ao longo do caminho, Maura conhece um jovem garoto que descobrimos se chamar Elliot (Fflyn Edwards), o único sobrevivente do Prometheus que é resgatado pela força conjunta dela e do traumatizado capitão Eyk (Andreas Pietschmann), e o misterioso Daniel (Aneurin Barnard), que entra no Kerberos sem ninguém perceber. Ambos se tornam alvo de um motim religioso que associa todas as tragédias envolvendo os passageiros aos dois, desejando exterminá-los em prol da sobrevivência. Todavia, Elliot e Daniel são os únicos a saberem que estão confinados em uma simulação e, mais do que isso, são filho e marido de Maura, respectivamente – ainda que ela não se recorde de nada.

Em um trâmite perigoso, o objetivo de Elliot e Daniel é acordar Maura e impedir que a simulação reinicie. Ela é a única a ter a chave para sair dessa “prisão sem grades”, mas todas as tentativas de garantir que os passageiros chegassem em segurança à Nova York falharam por um nobre e controverso sentimento de heroísmo, que os afastou da missão principal e os eliminou, um a um. Maura, inclusive, acredita que o pai, Henry (Anton Lesser), está por trás de tudo aquilo, considerando a paixão irrefreável e mortal de experimentações da mente humana.

Depois de muito tentar – e de pouquíssimas pessoas sobreviveram às malignas forças que se apoderam do navio -, Maura acorda de um sono profundo, apenas para descobrir que, na verdade, o pai também estava preso na simulação. O autor da artimanha é o irmão, Ciaran, que não dá as caras nos episódios, mas aparece através de uma mensagem críptica que dá as boas-vindas à Maura de volta à realidade: uma espaçonave que os encarcera através de um sono induzido, flutuando no espaço em 2099 (duzentos anos depois do momento em que a narrativa se passa).

É claro que o season finale seria construído sobre ganchos incríveis e angustiantes, principalmente por não sabermos quando teremos a continuação da história. Aliás, é impossível até mesmo saber se Ciaran é uma pessoa ou uma inteligência artificial que se tornou autoconsciente, se revoltou contra seus criadores e os prendeu em um eterno looping de confusão e de desespero. Essa não seria a primeira vez que uma obra mainstream se aproveitaria de tal mote – e, no final das contas, tudo pode acontecer.

E você? O que acha que vai acontecer?

YouTube video

YouTube video
Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS