A presença de Johnny Depp no Festival de Cinema de Cannes, para a estreia de Jeanne du Barry, de Maïwenn, causou agitação na noite de abertura. Se a princípio esperava-se protestos contra o ator, o encontro com a plateia de jornalistas foi rodeado de aplausos e de sorrisos ao lado da diretora do filme.
Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, dia 17, Johnny Depp respondeu a perguntas polêmicas sobre sua vida pessoal e seu futuro na indústria cinematográfica. Preparado para o confronto, o artista apresentou-se com 40 minutos de atraso em uma sala lotada de inquisidores.
Boicotado, eu?
Indagado sobre o boicote da indústria de Hollywood, o astro de Piratas do Caribe responde sem rodeios: “Se eu me sinto boicotado por Hollywood? Não, de jeito nenhum. Não me sinto boicotado por Hollywood porque não penso em Hollywood. Eu realmente não preciso disso.”
Quanto ao termo “comeback” – o seu regresso ao cinema – o ator revela não compreender o uso do termo pela mídia: “Nunca saí. (…) Talvez as pessoas tenham parado de me ligar, mas não sei do que tinham medo. Eu não fui a lugar nenhum. Eu estava lá.”
O Caso Amber Heard
Referindo-se ao seu processo contra a ex-esposa Amber Heard, Johnny Depp defende-se: “Tem gente que quer acreditar no que quer acreditar, mas a verdade é a verdade. Quando leio, durante cinco ou seis anos, comentários sobre minha vida, tenho a impressão de estar lendo uma ficção horrível.”
Em seguida, ele completa: “Estamos em um momento estranho onde todos querem ser eles mesmos, mas ninguém pode porque você tem que se conformar com os outros. Eu decidi estar do outro lado.”
Vale lembrar que após o midiático julgamento, os jurados decidiram por difamação mútua, mas em proporções diferentes. Amber Heard foi condenada a pagar 10 milhões de dólares em danos ao ex-marido, enquanto o ator recebeu uma sentença de 2 milhões de dólares. No fim das contas, ambos optaram por um acordo financeiro. O perdão do público geral e dos grandes estúdios, no entanto, ainda é uma incógnita na vida do ator de quase 60 anos.