domingo , 22 dezembro , 2024

Cannon Films | Relembre o estúdio mais “picareta” de Hollywood – que foi um ícone dos anos 80

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Somos a Cannon Films e nossos filmes explodem como dinamite”. Esse era o slogan da saudosa Cannon Films, produtora e distribuidora de Hollywood que marcou a década de 1980 com filmes de ação, terror, suspense, drama e pseudo-blockbusters. Considerado também um dos estúdios mais “picaretas” que já passaram pela maior indústria de cinema do mundo, a Cannon Films fez a alegria de toda uma geração com seus títulos de relativo baixo orçamento, mas que ofereciam tudo o que, principalmente os meninos e homens, gostavam de consumir nas telonas e telinhas. Quem cresceu na época certamente lembra do logo da empresa.

Como dito, a Cannon Films era um estúdio novo, e chegava em cena com muita ambição – prometendo tudo, mas entregando só o que estava dentro de seu orçamento. De filmes de dança, musicais, passando pela febre dos ninjas nos anos 80, a Cannon também teve seus “meninos de ouro” nas formas de Charles Bronson e Chuck Norris, além de bancar a carreira de Jean-Claude Van Damme; e até flertar com Sylvester Stallone (um dos maiores astros da década de 80) em duas produções. A passagem da Cannon foi meteórica e foi puro suco dos anos 80, já que esta foi a melhor fase do estúdio. Assim como os anos 80, a Cannon Films ficaria presa no período, em com o fim de tal década encerraria suas atividades, pedindo falência.



Sempre que víamos o símbolo do C e da seta se juntando era sinal de que ao menos a diversão estava garantida.

A Cannon Films surgiu ainda em 1967, quando a companhia foi fundada por Chris Dewey e Dennis Friedland. A dupla de jovens estava com vinte e poucos anos quando a empresa foi inaugurada, e produzia apenas versões americanas de soft porn (os chamados filmes eróticos) suecos. Ou seja, era uma produtora de segundo escalão. Mas com a chegada dos anos 1970, Dewey e Friedland começaram a alçar voos maiores e decidiram investir em filmes legítimos. Foi quando realizaram seu maior sucesso, ‘Joe – Das Drogas à Morte’ (1970), filme polêmico no qual Peter Boyle interpreta um justiceiro, que contou com a presença de uma jovem Susan Sarandon e direção de John G. Alvidsen antes de ‘Rocky’ e ‘Karatê Kid’. O filme foi indicado ao Oscar de melhor roteiro.

O segredo da Cannon sempre foi investir com sabedoria em seus filmes, e cortar todos os gastos que podiam. Com ‘Joe’, Dewey e Friedland descobriram que deveriam investir apenas US$300 mil em cada filme, e seguiram à risca essa regra. No entanto, com o passar dos anos 1970, uma série de fracassos se amontoaram para a Cannon, somando seus prejuízos e fazendo suas ações no mercado caírem vertiginosamente. Era a hora de fechar as portas pela primeira vez, com Dewey e Friedland dizendo adeus à companhia. Entram em cena os rostos mais conhecidos da Cannon Films, os primos israelenses Menahem Golan e Yoram Globus, empresários que compraram a companhia dos antigos donos por US$500 mil. E assim começava uma nova era para a Cannon Films, a era dos anos 80, na qual o estúdio ficaria para sempre imortalizado no coração dos fãs.

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Donos da P%$#a Toda! Os primos israelenses Menahem Golan (à direita) e Yoram Globus (à esquerda) dominaram os anos 80 com a Cannon Films.

Esse grande afeto que a geração dos anos 80 possui pela Cannon Films se deve muito pelo que Golan e Globus fizeram durante sua administração. Em partes, deram continuidade à filosofia dos proprietários anteriores, ou seja, gastar pouco para faturar muito. Assim, a dupla começou a comprar roteiros do tipo B e a transformar lama em ouro. Ou ao menos em prata. Durante a década de 80, a Cannon se especializaria em cinema de gênero, em especial filmes de ação.

O grande segredo da Cannon, todos afirmavam, era a mistura de talentos da dupla. Enquanto Globus era o lado prático e tinha um excelente tino para os negócios, sendo um vendedor talentoso; Golan era o showman, dono de uma lábia invejável, se tornando famoso por seu jeito espalhafatoso na hora de anunciar seus projetos, os promovendo de maneira que nem sempre (ou quase nunca) igualavam a realidade. Ou em alguns casos, sequer saíam do papel.

Desejo de Matar 2’ foi o primeiro grande sucesso da Cannon na era Golan-Globus e transformou Charles Bronson no primeiro “garoto propaganda” do estúdio.

O primeiro grande sucesso da Cannon na era Golan-Globus foi a sequência de um thriller de ação famoso, a qual os primos transformaram numa franquia. A dupla comprou os direitos de ‘Desejo de Matar’ (1974), e achavam que a sede de sangue de Paul Kersey ainda não havia acabado. Assim, tiravam uma continuação do papel em 1982, trazendo de volta o próprio Charles Bronson para o papel. O longa se mostrou um sucesso, já que com orçamento de US$8 milhões, obteve uma bilheteria de US$40 milhões. Assim, era dada a largada para a nova era da Cannon. E sem perder tempo, os primos ainda trariam Bronson no papel mais outras duas vezes, em ‘Desejo de Matar 3’ (1985) e ‘Desejo de Matar 4’ (1987).

Leia também: Conheça a Franquia Desejo de Matar – Um dos primeiros e mais famosos justiceiros do cinema

Aliás, Charles Bronson se tornaria um dos astros da Cannon Films, protagonizando nada menos do que 8 filmes com o estúdio: ‘Dez Minutos para Morrer’ (1983), ‘O Vingador’ (1986), ‘Assassinato nos Estados Unidos’ (1987), ‘Mensageiro da Morte’ (1988) e ‘Kinjite – Desejos Proibidos’ (1989).

Já imaginou como seria um filme de artes marciais misturado com ‘O Exorcista’ e ‘Flashdance’? A Cannon Films sim! Rendendo um dos filmes mais loucos dos anos 80!

Além da parceria garantida com Bronson durante seus tempos áureos, a Cannon Films foi responsável por introduzir a febre dos ninjas que tomou os EUA e o mundo de assalto nos anos 80. Sim, os guerreiros japoneses mascarados e silenciosos dominaram a década, fosse em desenhos animados, videogames, brinquedos, quadrinhos, os ninjas estavam em todo lugar. A Cannon pode se gabar por ter sido uma das responsáveis, já que logo em 1981 tirava da cartola ‘Ninja – A Máquina Assassina’ com o italiano Franco Nero protagonizando. O sucesso de tal filme o transformou numa trilogia para a Cannon, seguindo com ‘A Vingança do Ninja’ (1983) e a conclusão muito louca ‘Ninja 3 – A Dominação’ (1984), que mistura filmes de luta e ‘Flashdance‘ com terror a la ‘O Exorcista’.

A febre dos ninjas na cultura pop que o estúdio ajudou a fomentar ainda seria lucrativa para a Cannon em outra franquia: ‘American Ninja’, que no Brasil ficou conhecido como ‘Guerreiro Americano’. O filme apresentava o “dublê” de ator e lutador Michael Dudikoff em 1985, como Joe, um militar americano treinado por um mestre japonês na arte marcial dos ninja – conhecimento que ele usa para impedir planos terroristas. Não existe sequer um homem que foi garoto nos anos 80 e não lembre de tais filmes. O longa original custou US$1 milhão e rendeu US$10.5 milhões. Tamanho sucesso faria qualquer estúdio investir mais grana na sequência, certo? Não a Cannon, que resolvia investir menos ainda (afinal, já tinham um sucesso em mãos e isso bastava para atrair o público). Assim, o segundo ‘Guerreiro Americano’ contou com orçamento de US$350 mil e arrecadou mais de onze vezes seu valor.

Um clássico das exibições da Globo (que quase gastou a fita com tantas reprises), ‘Guerreiro Americano’ foi um dos baluartes dos anos 80.

Michael Dudikoff também seria um dos “meninos de ouro” da Cannon e nos anos 80 protagonizaria cinco filmes do estúdio. Além dos dois ‘Guerreiro Americano’, também ‘A Vingança de um Predador’ (1986), ‘A Guerra Cruel’ (1988) e ‘O Rio da Morte’ (1989).

Além, de Bronson e Dudikoff, outra lenda da ação e dos anos 80 também viraria “garoto propaganda” da Cannon na época. É claro que falamos do ícone Chuck Norris! Tudo começou, é claro, com ‘Braddock – O Super Comando’ em 1984. Mas a estreia de Norris na Cannon viria envolta em certa polêmica. Acontece que o roteiro do filme foi muito comparado ao de ‘Rambo 2 – A Missão’ (1985). O longa de Stallone foi um fenômeno, e deu início à chamada ‘Rambo-mania’. Acontece que o roteiro escrito por ninguém menos que James Cameron para ‘Rambo 2’ já circulava por Hollywood desde 1983. Assim, ficou provado por um mais um que os picaretas da Cannon “copiaram, mas não fizeram diferente” e correram para lançar seu filme antes.

O brabo Chuck Norris estreava na Cannon com ‘Braddock’, com roteiro copiado de ‘Rambo 2’ na maior cara de pau e tudo!

A cópia de ‘Rambo’ não passaria em branco, com todo mundo percebendo o “plágio”. Assim, além de admitirem a “inspiração”, ainda resolveram dar crédito para James Cameron. Chuck Norris ainda retornaria como Braddock em duas sequências, em 1985 e 1988, fazendo desta uma das franquias mais bem-sucedidas da Cannon. Além destes, o ator / lutador ainda estrelaria outros quatro “blockbusters” de ação para o estúdio nos anos 80: ‘Invasão U.S.A.’ (1985), ‘Comando Delta’ (1986), ‘Os Aventureiros de Fogo’ (1986) e ‘O Herói e o Terror’ (1988).

Outras franquias de relativo sucesso do estúdio incluem a cópia de Indiana Jones utilizando o personagem Allan Quatermain em ‘As Minas do Rei Salomão’ (1985) e ‘A Cidade do Ouro Perdido’ (1986) – com Richard Chamberlain e Sharon Stone -, ‘Hércules’ (1983) e ‘As Aventuras de Hércules’ (1985) – com Lou ‘Incrível Hulk’ Ferrigno -, e os filmes de dança ‘Brekin’’ e ‘Breakin’ 2 – Electric Boogaloo’, ambos lançados em 1984. Aliás, esse segundo filme dá título ao maravilhoso documentário sobre a Cannon Films que todos os fãs precisam assistir: ‘Electric Boogaloo – The Wild, Untold Story of Cannon Films’, de 2014. No mesmo ano sairia ainda outro documentário sobre o estúdio, igualmente imprescindível para compreender o que foi o fenômeno Cannon – ‘The Go-Go Boys – The Inside Story of Cannon Films’.

‘Electric Boogaloo’ é um documentário essencial para todos os fãs de cinema e dos anos 80!

A especialidade da Cannon eram os filmes de ação no estilo “tiro, porrada e bomba”, mas o estúdio mirava também em outros gêneros em sua dominação mundial, como o terror. Assim, apostava alto e assinava contrato com Tobe Hooper, diretor de ‘O Massacre da Serra Elétrica’ (1974), que acabara de sair do sucesso ‘Poltergeist – O Fenômeno’ (1982). No acordo, Hooper faria três filmes com a Cannon, o primeiro deles sendo uma ficção científica espacial que deveria ser o evento cinematográfico de 1985 – com ‘Força Sinistra’. Logo no ano seguinte, o diretor continuava com o remake de ‘Invasores de Marte’ e finalizava com a sequência ‘O Massacre da Serra Elétrica 2’ (1986) – que Hooper tratou quase como paródia do filme original. Nenhum destes filmes se tornou sucesso, desapontando os primos israelenses.

Mas a Cannon também tinha seu lado sofisticado e de prestígio. Por exemplo, na década de 1980, o estúdio batia ponto todo ano no Festival de Cannes, onde arrumava investidores de seus projetos graças ao poder de venda que Globus possuía. Em seu acervo, o estúdio também produzia filmes elogiados pela crítica, e até obras que rendiam indicações ao Oscar – acredite. Esse foi o caso com ‘Expresso para o Inferno’ (1985), indicado a melhor ator (Jon Voight), coadjuvante (Eric Roberts) e edição; ‘Malandros de Rua’ (1987), indicado a melhor coadjuvante (Morgan Freeman); e ‘Um Grito no Escuro’ (1988), indicado para melhor atriz (Meryl Streep) – coproduzido com a Warner. No mesmo ano deste último, ‘Barfly – Condenados pelo Vício’ também rendeu elogios ao estúdio. A Cannon ainda produziria obras de John Cassavetes (‘Amantes’), Franco Zeffirelli (‘Otello’), Roman Polanski (‘Piratas’) e Jean-Luc Godard (‘Rei Lear’).

Expresso para o Inferno’ é constantemente considerado o melhor filme da Cannon – e obteve 3 indicações ao Oscar.

Nos anos 80, a Cannon Films parecia dominar o mundo, fechando inclusive parcerias com grandes estúdios como a Warner, a MGM e até estúdios na Europa. Golan e Globus sem dúvida eram ambiciosos. Foi nesta época que eles decidiram captar um dos maiores astros de Hollywood e bancar dois projetos com ele. Sylvester Stallone também brincaria na caixinha de areia da Cannon em filmes como ‘Cobra’ (1986) e ‘Falcão – O Campeão dos Campeões’ (1987). Aliás, ‘Cobra’, com coprodução da Warner, se tornou o maior sucesso da Cannon, arrecadando US$160 milhões. Mas o investimento em tais filmes também era pesado, já que ter Stallone em suas produções custava caro.

O declínio para o estúdio começaria na segunda metade dos anos 80. Foi quando a Cannon dava um grande passo, bem maior do que suas pernas suportariam. O epicentro da falência da companhia foi o ano de 1987 – quando a Cannon anunciou três grandes “blockbusters”, apostando todas as suas fichas no sucesso deles. Primeiro, como citado, investia mundos e fundos para ter Stallone em ‘Falcão’. Segundo o próprio intérprete de Rocky e Rambo, o motivo que o levou a fazer o filme foi que Menahem Golan (que também é o diretor do longa) “não parava de oferecer dinheiro” a ele, até que o astro concordou por achar que ninguém veria o filme de qualquer forma (já que não havia gostado nem um pouco do roteiro). Assim, metade dos US$25 milhões do orçamento para o longa foi parar no bolso de Stallone. O retorno de bilheteira foi US$16 milhões apenas.

Na época, ter Stallone como protagonista custava caro, e ‘Falcão’ foi um dos responsáveis por falir a Cannon.

No mesmo ano a Cannon investia na adaptação de dois super-heróis muito populares com os fãs. Primeiro, compraria os direitos do maior super-herói de todos, o Superman. Isso mesmo! E junto com a Warner produziria ‘Superman IV – Em Busca da Paz’ – que contou com roteiro do próprio Christopher Reeve (parte do acordo para o ator retornar ao papel). Porém, o maior deslize para o longa foi o orçamento apertado de apenas US$17 milhões – o que pode ser sentido na tela com efeitos especiais mambembes. Por comparação, os dois primeiros filmes ficaram na faixa de US$55 milhões, e o terceiro custou US$40 milhões. Foi uma queda brusca em qualidade. A bilheteria do quarto filme foi de US$15 milhões, com o pretenso blockbuster sequer se pagando.

O prego no caixão viria com a primeira e única adaptação de ‘He-Man’, com ‘Mestres do Universo’ – versão com atores de carne e osso para um dos maiores fenômenos midiáticos dos anos 80. Como sempre, Golan e Globus anunciaram o filme de ‘Mestres do Universo’ como o “Star Wars dos anos 80”. O resultado, porém, não foi nem de perto o mesmo como sabemos. Com orçamento de US$22 milhões, onde a maior parte do filme precisou se passar na Terra, para diminuir os gastos, o filme também não se pagou, arrecadando US$17 milhões.

A tríade da falência! ‘Falcão’, ‘Mestres do Universo’ e ‘Superman 4’ foram responsáveis por fazer a Cannon fechar as portas.

Na mesma época, o saudoso crítico Roger Ebert (um dos mais respeitados de todos os tempos) disse sobre a Cannon: “nenhuma outra produtora no mundo hoje, certamente nenhum dos sete grandes estúdios de Hollywood, se arrisca mais com filmes sérios ou filmes de gênero do que a Cannon”. E foram justamente esses riscos que levaram o estúdio a abrir falência no fim dos anos 80. Muitos creditam ao fatídico ano de 1987, e às grandes apostas que a Cannon fez com esses três longas citados.

Antes de fechar as portas, ou ao menos da era Golan-Globus, a Cannon ainda introduziria um astro das artes marciais vindo de Bruxelas. Jean-Claude Van Damme pode ter sido o último grande produto vendido pela Cannon para o mundo. Mesmo depois do baque de 1987, a Cannon ainda lançaria Van Damme em ‘O Grande Dragão Branco’ (1988), ‘Kickboxer – O Desafio do Dragão’ (1989) – o qual não produziu, mas distribuiu nos EUA – e ‘Cyborg – O Dragão do Futuro’ (1989), que era para ter sido a continuação de ‘Mestres do Universo’, mas foi reaproveitado e remodelado.

Antes de apagar as luzes da era Golan-Globus, a Cannon ainda lançaria Jean-Claude Van Damme em ‘O Grande Dragão Branco’.

Dentre as produções que a Cannon prometeu, mas nunca cumpriu, estavam uma adaptação em live-action de ‘Barbie’ (já que o estúdio havia comprado os direitos de ‘He-Man’ da mesma Mattel), cuja história giraria em torno da boneca mostrando para sua dona que seus sonhos poderiam se realizar – em partes o que vimos em tela no recente blockbuster com Margot Robbie. Outro que por pouco não viu a luz do dia na Cannon foi o filme do ‘Homem-Aranha’. O estúdio adquiriu os direitos do herói da Marvel e chegou a veicular um teaser anunciando seu blockbuster, que teria na direção o mesmo Joseph Zito de ‘Braddock – O Super Comando’. Já imaginou? Por sorte, o estúdio não conseguiu tirar o projeto do papel e os direitos reverteram para a Marvel, que os vendeu para a Sony realizar o filme com Tobey Maguire e Sam Raimi.

O medo é real! A Cannon por pouco não produziu um filme do Homem-Aranha – e chegou até a criar artes promocionais e um teaser.

No fim dos anos 80, ocorreu uma ruptura entre os primos, e Menahem Golan deixava a Cannon para formar uma nova companhia, intitulada 21st Century Film Corporation. Yoram Globus seguiu com a Cannon na década seguinte, aceitando parcerias com empresas Europeias. Mas a era da Cannon em toda a sua glória havia chegado ao fim. O estúdio desligaria todas as operações oficialmente em 1994. Menahem Golan faleceria em 2014 (mesmo ano que a Cannon seria homenageada com os dois documentários) aos 85 anos. Yoram Globus está com 77 anos, e havia retornado para Israel após o fim da Cannon.

Eventualmente através de uma fusão com a MGM, toda a filmoteca do estúdio foi anexada, hoje parte do acervo da Amazon Prime Video – que adquiriu a MGM em um negócio bilionário. Justamente por isso podemos encontrar filmes como ‘Falcão’ e ‘O Grande Dragão Branco’ no acervo do streaming – e em breve outros virão. Uma grande jogada da Amazon para os nostálgicos dos anos 80 e da era da Cannon Films seria disponibilizar em sua plataforma, uma seção dedicada aos filmes inesquecíveis do estúdio, já que a filmografia da empresa é bastante extensa e repleta de longas memoráveis, ou pelo menos divertidos.

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Cannon Films | Relembre o estúdio mais “picareta” de Hollywood – que foi um ícone dos anos 80

Somos a Cannon Films e nossos filmes explodem como dinamite”. Esse era o slogan da saudosa Cannon Films, produtora e distribuidora de Hollywood que marcou a década de 1980 com filmes de ação, terror, suspense, drama e pseudo-blockbusters. Considerado também um dos estúdios mais “picaretas” que já passaram pela maior indústria de cinema do mundo, a Cannon Films fez a alegria de toda uma geração com seus títulos de relativo baixo orçamento, mas que ofereciam tudo o que, principalmente os meninos e homens, gostavam de consumir nas telonas e telinhas. Quem cresceu na época certamente lembra do logo da empresa.

Como dito, a Cannon Films era um estúdio novo, e chegava em cena com muita ambição – prometendo tudo, mas entregando só o que estava dentro de seu orçamento. De filmes de dança, musicais, passando pela febre dos ninjas nos anos 80, a Cannon também teve seus “meninos de ouro” nas formas de Charles Bronson e Chuck Norris, além de bancar a carreira de Jean-Claude Van Damme; e até flertar com Sylvester Stallone (um dos maiores astros da década de 80) em duas produções. A passagem da Cannon foi meteórica e foi puro suco dos anos 80, já que esta foi a melhor fase do estúdio. Assim como os anos 80, a Cannon Films ficaria presa no período, em com o fim de tal década encerraria suas atividades, pedindo falência.

Sempre que víamos o símbolo do C e da seta se juntando era sinal de que ao menos a diversão estava garantida.

A Cannon Films surgiu ainda em 1967, quando a companhia foi fundada por Chris Dewey e Dennis Friedland. A dupla de jovens estava com vinte e poucos anos quando a empresa foi inaugurada, e produzia apenas versões americanas de soft porn (os chamados filmes eróticos) suecos. Ou seja, era uma produtora de segundo escalão. Mas com a chegada dos anos 1970, Dewey e Friedland começaram a alçar voos maiores e decidiram investir em filmes legítimos. Foi quando realizaram seu maior sucesso, ‘Joe – Das Drogas à Morte’ (1970), filme polêmico no qual Peter Boyle interpreta um justiceiro, que contou com a presença de uma jovem Susan Sarandon e direção de John G. Alvidsen antes de ‘Rocky’ e ‘Karatê Kid’. O filme foi indicado ao Oscar de melhor roteiro.

O segredo da Cannon sempre foi investir com sabedoria em seus filmes, e cortar todos os gastos que podiam. Com ‘Joe’, Dewey e Friedland descobriram que deveriam investir apenas US$300 mil em cada filme, e seguiram à risca essa regra. No entanto, com o passar dos anos 1970, uma série de fracassos se amontoaram para a Cannon, somando seus prejuízos e fazendo suas ações no mercado caírem vertiginosamente. Era a hora de fechar as portas pela primeira vez, com Dewey e Friedland dizendo adeus à companhia. Entram em cena os rostos mais conhecidos da Cannon Films, os primos israelenses Menahem Golan e Yoram Globus, empresários que compraram a companhia dos antigos donos por US$500 mil. E assim começava uma nova era para a Cannon Films, a era dos anos 80, na qual o estúdio ficaria para sempre imortalizado no coração dos fãs.

Donos da P%$#a Toda! Os primos israelenses Menahem Golan (à direita) e Yoram Globus (à esquerda) dominaram os anos 80 com a Cannon Films.

Esse grande afeto que a geração dos anos 80 possui pela Cannon Films se deve muito pelo que Golan e Globus fizeram durante sua administração. Em partes, deram continuidade à filosofia dos proprietários anteriores, ou seja, gastar pouco para faturar muito. Assim, a dupla começou a comprar roteiros do tipo B e a transformar lama em ouro. Ou ao menos em prata. Durante a década de 80, a Cannon se especializaria em cinema de gênero, em especial filmes de ação.

O grande segredo da Cannon, todos afirmavam, era a mistura de talentos da dupla. Enquanto Globus era o lado prático e tinha um excelente tino para os negócios, sendo um vendedor talentoso; Golan era o showman, dono de uma lábia invejável, se tornando famoso por seu jeito espalhafatoso na hora de anunciar seus projetos, os promovendo de maneira que nem sempre (ou quase nunca) igualavam a realidade. Ou em alguns casos, sequer saíam do papel.

Desejo de Matar 2’ foi o primeiro grande sucesso da Cannon na era Golan-Globus e transformou Charles Bronson no primeiro “garoto propaganda” do estúdio.

O primeiro grande sucesso da Cannon na era Golan-Globus foi a sequência de um thriller de ação famoso, a qual os primos transformaram numa franquia. A dupla comprou os direitos de ‘Desejo de Matar’ (1974), e achavam que a sede de sangue de Paul Kersey ainda não havia acabado. Assim, tiravam uma continuação do papel em 1982, trazendo de volta o próprio Charles Bronson para o papel. O longa se mostrou um sucesso, já que com orçamento de US$8 milhões, obteve uma bilheteria de US$40 milhões. Assim, era dada a largada para a nova era da Cannon. E sem perder tempo, os primos ainda trariam Bronson no papel mais outras duas vezes, em ‘Desejo de Matar 3’ (1985) e ‘Desejo de Matar 4’ (1987).

Leia também: Conheça a Franquia Desejo de Matar – Um dos primeiros e mais famosos justiceiros do cinema

Aliás, Charles Bronson se tornaria um dos astros da Cannon Films, protagonizando nada menos do que 8 filmes com o estúdio: ‘Dez Minutos para Morrer’ (1983), ‘O Vingador’ (1986), ‘Assassinato nos Estados Unidos’ (1987), ‘Mensageiro da Morte’ (1988) e ‘Kinjite – Desejos Proibidos’ (1989).

Já imaginou como seria um filme de artes marciais misturado com ‘O Exorcista’ e ‘Flashdance’? A Cannon Films sim! Rendendo um dos filmes mais loucos dos anos 80!

Além da parceria garantida com Bronson durante seus tempos áureos, a Cannon Films foi responsável por introduzir a febre dos ninjas que tomou os EUA e o mundo de assalto nos anos 80. Sim, os guerreiros japoneses mascarados e silenciosos dominaram a década, fosse em desenhos animados, videogames, brinquedos, quadrinhos, os ninjas estavam em todo lugar. A Cannon pode se gabar por ter sido uma das responsáveis, já que logo em 1981 tirava da cartola ‘Ninja – A Máquina Assassina’ com o italiano Franco Nero protagonizando. O sucesso de tal filme o transformou numa trilogia para a Cannon, seguindo com ‘A Vingança do Ninja’ (1983) e a conclusão muito louca ‘Ninja 3 – A Dominação’ (1984), que mistura filmes de luta e ‘Flashdance‘ com terror a la ‘O Exorcista’.

A febre dos ninjas na cultura pop que o estúdio ajudou a fomentar ainda seria lucrativa para a Cannon em outra franquia: ‘American Ninja’, que no Brasil ficou conhecido como ‘Guerreiro Americano’. O filme apresentava o “dublê” de ator e lutador Michael Dudikoff em 1985, como Joe, um militar americano treinado por um mestre japonês na arte marcial dos ninja – conhecimento que ele usa para impedir planos terroristas. Não existe sequer um homem que foi garoto nos anos 80 e não lembre de tais filmes. O longa original custou US$1 milhão e rendeu US$10.5 milhões. Tamanho sucesso faria qualquer estúdio investir mais grana na sequência, certo? Não a Cannon, que resolvia investir menos ainda (afinal, já tinham um sucesso em mãos e isso bastava para atrair o público). Assim, o segundo ‘Guerreiro Americano’ contou com orçamento de US$350 mil e arrecadou mais de onze vezes seu valor.

Um clássico das exibições da Globo (que quase gastou a fita com tantas reprises), ‘Guerreiro Americano’ foi um dos baluartes dos anos 80.

Michael Dudikoff também seria um dos “meninos de ouro” da Cannon e nos anos 80 protagonizaria cinco filmes do estúdio. Além dos dois ‘Guerreiro Americano’, também ‘A Vingança de um Predador’ (1986), ‘A Guerra Cruel’ (1988) e ‘O Rio da Morte’ (1989).

Além, de Bronson e Dudikoff, outra lenda da ação e dos anos 80 também viraria “garoto propaganda” da Cannon na época. É claro que falamos do ícone Chuck Norris! Tudo começou, é claro, com ‘Braddock – O Super Comando’ em 1984. Mas a estreia de Norris na Cannon viria envolta em certa polêmica. Acontece que o roteiro do filme foi muito comparado ao de ‘Rambo 2 – A Missão’ (1985). O longa de Stallone foi um fenômeno, e deu início à chamada ‘Rambo-mania’. Acontece que o roteiro escrito por ninguém menos que James Cameron para ‘Rambo 2’ já circulava por Hollywood desde 1983. Assim, ficou provado por um mais um que os picaretas da Cannon “copiaram, mas não fizeram diferente” e correram para lançar seu filme antes.

O brabo Chuck Norris estreava na Cannon com ‘Braddock’, com roteiro copiado de ‘Rambo 2’ na maior cara de pau e tudo!

A cópia de ‘Rambo’ não passaria em branco, com todo mundo percebendo o “plágio”. Assim, além de admitirem a “inspiração”, ainda resolveram dar crédito para James Cameron. Chuck Norris ainda retornaria como Braddock em duas sequências, em 1985 e 1988, fazendo desta uma das franquias mais bem-sucedidas da Cannon. Além destes, o ator / lutador ainda estrelaria outros quatro “blockbusters” de ação para o estúdio nos anos 80: ‘Invasão U.S.A.’ (1985), ‘Comando Delta’ (1986), ‘Os Aventureiros de Fogo’ (1986) e ‘O Herói e o Terror’ (1988).

Outras franquias de relativo sucesso do estúdio incluem a cópia de Indiana Jones utilizando o personagem Allan Quatermain em ‘As Minas do Rei Salomão’ (1985) e ‘A Cidade do Ouro Perdido’ (1986) – com Richard Chamberlain e Sharon Stone -, ‘Hércules’ (1983) e ‘As Aventuras de Hércules’ (1985) – com Lou ‘Incrível Hulk’ Ferrigno -, e os filmes de dança ‘Brekin’’ e ‘Breakin’ 2 – Electric Boogaloo’, ambos lançados em 1984. Aliás, esse segundo filme dá título ao maravilhoso documentário sobre a Cannon Films que todos os fãs precisam assistir: ‘Electric Boogaloo – The Wild, Untold Story of Cannon Films’, de 2014. No mesmo ano sairia ainda outro documentário sobre o estúdio, igualmente imprescindível para compreender o que foi o fenômeno Cannon – ‘The Go-Go Boys – The Inside Story of Cannon Films’.

‘Electric Boogaloo’ é um documentário essencial para todos os fãs de cinema e dos anos 80!

A especialidade da Cannon eram os filmes de ação no estilo “tiro, porrada e bomba”, mas o estúdio mirava também em outros gêneros em sua dominação mundial, como o terror. Assim, apostava alto e assinava contrato com Tobe Hooper, diretor de ‘O Massacre da Serra Elétrica’ (1974), que acabara de sair do sucesso ‘Poltergeist – O Fenômeno’ (1982). No acordo, Hooper faria três filmes com a Cannon, o primeiro deles sendo uma ficção científica espacial que deveria ser o evento cinematográfico de 1985 – com ‘Força Sinistra’. Logo no ano seguinte, o diretor continuava com o remake de ‘Invasores de Marte’ e finalizava com a sequência ‘O Massacre da Serra Elétrica 2’ (1986) – que Hooper tratou quase como paródia do filme original. Nenhum destes filmes se tornou sucesso, desapontando os primos israelenses.

Mas a Cannon também tinha seu lado sofisticado e de prestígio. Por exemplo, na década de 1980, o estúdio batia ponto todo ano no Festival de Cannes, onde arrumava investidores de seus projetos graças ao poder de venda que Globus possuía. Em seu acervo, o estúdio também produzia filmes elogiados pela crítica, e até obras que rendiam indicações ao Oscar – acredite. Esse foi o caso com ‘Expresso para o Inferno’ (1985), indicado a melhor ator (Jon Voight), coadjuvante (Eric Roberts) e edição; ‘Malandros de Rua’ (1987), indicado a melhor coadjuvante (Morgan Freeman); e ‘Um Grito no Escuro’ (1988), indicado para melhor atriz (Meryl Streep) – coproduzido com a Warner. No mesmo ano deste último, ‘Barfly – Condenados pelo Vício’ também rendeu elogios ao estúdio. A Cannon ainda produziria obras de John Cassavetes (‘Amantes’), Franco Zeffirelli (‘Otello’), Roman Polanski (‘Piratas’) e Jean-Luc Godard (‘Rei Lear’).

Expresso para o Inferno’ é constantemente considerado o melhor filme da Cannon – e obteve 3 indicações ao Oscar.

Nos anos 80, a Cannon Films parecia dominar o mundo, fechando inclusive parcerias com grandes estúdios como a Warner, a MGM e até estúdios na Europa. Golan e Globus sem dúvida eram ambiciosos. Foi nesta época que eles decidiram captar um dos maiores astros de Hollywood e bancar dois projetos com ele. Sylvester Stallone também brincaria na caixinha de areia da Cannon em filmes como ‘Cobra’ (1986) e ‘Falcão – O Campeão dos Campeões’ (1987). Aliás, ‘Cobra’, com coprodução da Warner, se tornou o maior sucesso da Cannon, arrecadando US$160 milhões. Mas o investimento em tais filmes também era pesado, já que ter Stallone em suas produções custava caro.

O declínio para o estúdio começaria na segunda metade dos anos 80. Foi quando a Cannon dava um grande passo, bem maior do que suas pernas suportariam. O epicentro da falência da companhia foi o ano de 1987 – quando a Cannon anunciou três grandes “blockbusters”, apostando todas as suas fichas no sucesso deles. Primeiro, como citado, investia mundos e fundos para ter Stallone em ‘Falcão’. Segundo o próprio intérprete de Rocky e Rambo, o motivo que o levou a fazer o filme foi que Menahem Golan (que também é o diretor do longa) “não parava de oferecer dinheiro” a ele, até que o astro concordou por achar que ninguém veria o filme de qualquer forma (já que não havia gostado nem um pouco do roteiro). Assim, metade dos US$25 milhões do orçamento para o longa foi parar no bolso de Stallone. O retorno de bilheteira foi US$16 milhões apenas.

Na época, ter Stallone como protagonista custava caro, e ‘Falcão’ foi um dos responsáveis por falir a Cannon.

No mesmo ano a Cannon investia na adaptação de dois super-heróis muito populares com os fãs. Primeiro, compraria os direitos do maior super-herói de todos, o Superman. Isso mesmo! E junto com a Warner produziria ‘Superman IV – Em Busca da Paz’ – que contou com roteiro do próprio Christopher Reeve (parte do acordo para o ator retornar ao papel). Porém, o maior deslize para o longa foi o orçamento apertado de apenas US$17 milhões – o que pode ser sentido na tela com efeitos especiais mambembes. Por comparação, os dois primeiros filmes ficaram na faixa de US$55 milhões, e o terceiro custou US$40 milhões. Foi uma queda brusca em qualidade. A bilheteria do quarto filme foi de US$15 milhões, com o pretenso blockbuster sequer se pagando.

O prego no caixão viria com a primeira e única adaptação de ‘He-Man’, com ‘Mestres do Universo’ – versão com atores de carne e osso para um dos maiores fenômenos midiáticos dos anos 80. Como sempre, Golan e Globus anunciaram o filme de ‘Mestres do Universo’ como o “Star Wars dos anos 80”. O resultado, porém, não foi nem de perto o mesmo como sabemos. Com orçamento de US$22 milhões, onde a maior parte do filme precisou se passar na Terra, para diminuir os gastos, o filme também não se pagou, arrecadando US$17 milhões.

A tríade da falência! ‘Falcão’, ‘Mestres do Universo’ e ‘Superman 4’ foram responsáveis por fazer a Cannon fechar as portas.

Na mesma época, o saudoso crítico Roger Ebert (um dos mais respeitados de todos os tempos) disse sobre a Cannon: “nenhuma outra produtora no mundo hoje, certamente nenhum dos sete grandes estúdios de Hollywood, se arrisca mais com filmes sérios ou filmes de gênero do que a Cannon”. E foram justamente esses riscos que levaram o estúdio a abrir falência no fim dos anos 80. Muitos creditam ao fatídico ano de 1987, e às grandes apostas que a Cannon fez com esses três longas citados.

Antes de fechar as portas, ou ao menos da era Golan-Globus, a Cannon ainda introduziria um astro das artes marciais vindo de Bruxelas. Jean-Claude Van Damme pode ter sido o último grande produto vendido pela Cannon para o mundo. Mesmo depois do baque de 1987, a Cannon ainda lançaria Van Damme em ‘O Grande Dragão Branco’ (1988), ‘Kickboxer – O Desafio do Dragão’ (1989) – o qual não produziu, mas distribuiu nos EUA – e ‘Cyborg – O Dragão do Futuro’ (1989), que era para ter sido a continuação de ‘Mestres do Universo’, mas foi reaproveitado e remodelado.

Antes de apagar as luzes da era Golan-Globus, a Cannon ainda lançaria Jean-Claude Van Damme em ‘O Grande Dragão Branco’.

Dentre as produções que a Cannon prometeu, mas nunca cumpriu, estavam uma adaptação em live-action de ‘Barbie’ (já que o estúdio havia comprado os direitos de ‘He-Man’ da mesma Mattel), cuja história giraria em torno da boneca mostrando para sua dona que seus sonhos poderiam se realizar – em partes o que vimos em tela no recente blockbuster com Margot Robbie. Outro que por pouco não viu a luz do dia na Cannon foi o filme do ‘Homem-Aranha’. O estúdio adquiriu os direitos do herói da Marvel e chegou a veicular um teaser anunciando seu blockbuster, que teria na direção o mesmo Joseph Zito de ‘Braddock – O Super Comando’. Já imaginou? Por sorte, o estúdio não conseguiu tirar o projeto do papel e os direitos reverteram para a Marvel, que os vendeu para a Sony realizar o filme com Tobey Maguire e Sam Raimi.

O medo é real! A Cannon por pouco não produziu um filme do Homem-Aranha – e chegou até a criar artes promocionais e um teaser.

No fim dos anos 80, ocorreu uma ruptura entre os primos, e Menahem Golan deixava a Cannon para formar uma nova companhia, intitulada 21st Century Film Corporation. Yoram Globus seguiu com a Cannon na década seguinte, aceitando parcerias com empresas Europeias. Mas a era da Cannon em toda a sua glória havia chegado ao fim. O estúdio desligaria todas as operações oficialmente em 1994. Menahem Golan faleceria em 2014 (mesmo ano que a Cannon seria homenageada com os dois documentários) aos 85 anos. Yoram Globus está com 77 anos, e havia retornado para Israel após o fim da Cannon.

Eventualmente através de uma fusão com a MGM, toda a filmoteca do estúdio foi anexada, hoje parte do acervo da Amazon Prime Video – que adquiriu a MGM em um negócio bilionário. Justamente por isso podemos encontrar filmes como ‘Falcão’ e ‘O Grande Dragão Branco’ no acervo do streaming – e em breve outros virão. Uma grande jogada da Amazon para os nostálgicos dos anos 80 e da era da Cannon Films seria disponibilizar em sua plataforma, uma seção dedicada aos filmes inesquecíveis do estúdio, já que a filmografia da empresa é bastante extensa e repleta de longas memoráveis, ou pelo menos divertidos.

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