quarta-feira , 20 novembro , 2024

Carrie – A Estranha (3)

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Carrie – A Super-heroína

O que existia de errado com Carrie –A Estranha, filme de 1976? Para falar a verdade, nada! A onda de refilmagens que assola Hollywood se tornou uma doença, e ela se chama falta de boas e novas ideias. Pensem, o desespero é tão grande que em breve não existirá mais nenhum filme que não tenha sido refeito. Nunca havia pensado de tal forma, de maneira tão contrária a refilmagens até assistir a essa. Filmes mais queridos já haviam sido repaginados antes, então por que será que o remake de Carrie incomoda tanto?

Talvez seja um pouco pela importância de sua história. Carrie original foi o primeiro filme de destaque na carreira do diretor Brian De Palma (Passion), que o alçou de certa forma ao estrelato. Foi também o primeiro romance do escritor Stephen King adaptado para o cinema, e também o primeiro livro de King. O curioso é que sabemos que é difícil uma refilmagem ficar boa, e não ser associado e comparado ao filme original. Raros são os casos. Carrie é um filme que não precisava de refilmagem. Já marcado no consciente popular, o original de 1976 ganhou uma continuação malfadada em 1999, e uma refilmagem feita para a TV em 2002.



21

Agora a Sony tenta mais uma vez, trazendo a trama (passada originalmente tanto no livro quanto no filme, na década de 1970) para os dias atuais. Porém, só a modernidade de veículos e apetrechos tecnológicos evoluem, e não os conceitos. E talvez esse seja o seu maior erro. É difícil, por exemplo, pensar que numa época tão informatizada, e que qualquer criança tem acesso as mais altas tecnologias e informações, uma jovem mulher não saberia o que é uma menstruação.

Tudo bem que o mote aqui era vender Carrie para outro público, mais jovem, desses que lotam os cinemas de shopping. E talvez sendo assim a refilmagem tenha atingido seu objetivo e feito um bom trabalho, afinal quanto mais efeitos e barulho melhor para uma geração hiperativa e dispersa. O Carrie original, por outro lado, era mais calmo. E embora usasse jovens em sua trama principal, não era tão indicado para eles, por cenas de nudez e violência. Virou Cult. O novo Carrie capricha na violência (digital), mas nenhuma nudez, afinal a hipocrisia da censura não permite.

23

A história todos já conhecem: Ao entrar na vida adulta e ficar menstruada pela primeira vez, Carrie, uma menina solitária e sem amigos, também descobre poderes telecinéticos fortíssimos. A obra original de King servia como uma analogia da entrada na vida adolescente, quando descobrimos grandes mudanças em nossa fisiologia. Ela é criada pela mãe, uma fanática religiosa, que já passou bastante da linha da sanidade. Outro erro do remake é a escolha do elenco. Se no original tínhamos excelentes performances de Sissy Spacek (Histórias Cruzadas) como Carrie, e Piper Laurie (Juventude em Fúria) como sua mãe fanática religiosa, no novo Chloe Grace Moretz (Kick-Ass 2) não convence muito como adolescente reprimida e ao final enfurecida, e a talentosíssima Julianne Moore (Como Não Perder Essa Mulher) também não é ideal para o papel da desequilibrada mãe.

22

Não acreditamos nos personagens, que parecem sempre serem interpretados sem pertencerem ao mundo real. O relacionamento de Carrie com o rapaz que decide levá-la ao baile é perfeito no original, e funciona ao ponto de percebermos que existe algo ali, na sinceridade e entrega dos dois. O mesmo não pode ser dito aqui. Mesmo sem ser um filme muito curto, as coisas soam apressadas na refilmagem. Essa história deveria ter evoluído para acompanhar o mundo moderno. Do jeito que está, a solução era ter novamente centrado a trama na década de 1970. Carrie, por ter sido escrito em tal época, não combina muito com os dias atuais.

Quando Carrie começa a dominar seus poderes sobrenaturais, nunca sentimos a ameaça de uma obra que deveria ser de suspense e terror, mas somos logo lembrados de algum filme de super-herói. Afinal, qual jovem hoje não faria tal associação. Quando Carrie levanta voo então, e começa a flutuar é que a coisa descarrila de vez. Não que a sutileza já não tivesse ido embora muitas cenas atrás. Talvez o novo Carrie acerte seu público alvo (embora tenha passado em branco nos Estados Unidos), mas com a existência do original, ou quem sabe até mesmo sem ele, não posso dar o meu aval.

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Talvez seja um pouco pela importância de sua história. Carrie original foi o primeiro filme de destaque na carreira do diretor Brian De Palma (Passion), que o alçou de certa forma ao estrelato. Foi também o primeiro romance do escritor Stephen King adaptado para o cinema, e também o primeiro livro de King. O curioso é que sabemos que é difícil uma refilmagem ficar boa, e não ser associado e comparado ao filme original. Raros são os casos. Carrie é um filme que não precisava de refilmagem. Já marcado no consciente popular, o original de 1976 ganhou uma continuação malfadada em 1999, e uma refilmagem feita para a TV em 2002.

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Agora a Sony tenta mais uma vez, trazendo a trama (passada originalmente tanto no livro quanto no filme, na década de 1970) para os dias atuais. Porém, só a modernidade de veículos e apetrechos tecnológicos evoluem, e não os conceitos. E talvez esse seja o seu maior erro. É difícil, por exemplo, pensar que numa época tão informatizada, e que qualquer criança tem acesso as mais altas tecnologias e informações, uma jovem mulher não saberia o que é uma menstruação.

Tudo bem que o mote aqui era vender Carrie para outro público, mais jovem, desses que lotam os cinemas de shopping. E talvez sendo assim a refilmagem tenha atingido seu objetivo e feito um bom trabalho, afinal quanto mais efeitos e barulho melhor para uma geração hiperativa e dispersa. O Carrie original, por outro lado, era mais calmo. E embora usasse jovens em sua trama principal, não era tão indicado para eles, por cenas de nudez e violência. Virou Cult. O novo Carrie capricha na violência (digital), mas nenhuma nudez, afinal a hipocrisia da censura não permite.

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A história todos já conhecem: Ao entrar na vida adulta e ficar menstruada pela primeira vez, Carrie, uma menina solitária e sem amigos, também descobre poderes telecinéticos fortíssimos. A obra original de King servia como uma analogia da entrada na vida adolescente, quando descobrimos grandes mudanças em nossa fisiologia. Ela é criada pela mãe, uma fanática religiosa, que já passou bastante da linha da sanidade. Outro erro do remake é a escolha do elenco. Se no original tínhamos excelentes performances de Sissy Spacek (Histórias Cruzadas) como Carrie, e Piper Laurie (Juventude em Fúria) como sua mãe fanática religiosa, no novo Chloe Grace Moretz (Kick-Ass 2) não convence muito como adolescente reprimida e ao final enfurecida, e a talentosíssima Julianne Moore (Como Não Perder Essa Mulher) também não é ideal para o papel da desequilibrada mãe.

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Não acreditamos nos personagens, que parecem sempre serem interpretados sem pertencerem ao mundo real. O relacionamento de Carrie com o rapaz que decide levá-la ao baile é perfeito no original, e funciona ao ponto de percebermos que existe algo ali, na sinceridade e entrega dos dois. O mesmo não pode ser dito aqui. Mesmo sem ser um filme muito curto, as coisas soam apressadas na refilmagem. Essa história deveria ter evoluído para acompanhar o mundo moderno. Do jeito que está, a solução era ter novamente centrado a trama na década de 1970. Carrie, por ter sido escrito em tal época, não combina muito com os dias atuais.

Quando Carrie começa a dominar seus poderes sobrenaturais, nunca sentimos a ameaça de uma obra que deveria ser de suspense e terror, mas somos logo lembrados de algum filme de super-herói. Afinal, qual jovem hoje não faria tal associação. Quando Carrie levanta voo então, e começa a flutuar é que a coisa descarrila de vez. Não que a sutileza já não tivesse ido embora muitas cenas atrás. Talvez o novo Carrie acerte seu público alvo (embora tenha passado em branco nos Estados Unidos), mas com a existência do original, ou quem sabe até mesmo sem ele, não posso dar o meu aval.

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