De acordo com o Estadão, a Netflix adquiriu os direitos de exibição do filme brasileiro ‘Cidade Pássaro‘, que já está disponível em 190 países desde a última quarta-feira (29).
No entanto, o longa ainda não foi adicionado ao catálogo da plataforma aqui no Brasil por questões contratuais.
Em entrevista ao portal, o diretor Matias Mariani explicou que o longa precisa ser exibido nos cinemas brasileiros antes de chegar ao streming devido ao acordo com a Agência Nacional de Cinema, a Ancine.
“Foi a Netflix África que propôs a compra para distribuição. Infelizmente, quando assinamos o acordo, a Ancine ainda não havia ajustado suas normas à era da COVID-19. Vamos ter de esperar pela reabertura das salas e brigar pelo nosso espaço, o que com certeza não será fácil. E, embora o filme esteja entrando no streaming, já temos convite para o Festival de Lagos, na Nigéria.”
Elogiado no Festival de Berlim, ‘Cidade Pássaro‘ conta a história de um nigeriano que chega a São Paulo em busca do irmão, mas começa a se sentir deslocado em meio à nova realidade.
Em contraste ao drama, o longa mostra que o nigeriano é um matemático envolvido com uma máquina que antecipa resultados de jogos, o que garante um bom suspense.
“[A ideia] começou a surgir quando eu era jovem e estudava no exterior. Vivi esse sentimento de me sentir um estranho, sem vínculo com a comunidade. O filme nasceu com um personagem estrangeiro, só depois ele virou nigeriano.”, conta o cineasta.
Para compor a trama, Mariani pesquisou a cultura dos nigerianos e se profundou na imigração deles para o Brasil, especificamente para a cidade de São Paulo.
Além disso, ele e a roteirista Francine Barbosa já deram aulas de português para nigerianos, e aprenderam um pouco mais de sua cultura, como a oralidade e musicalidade dos igbos, um dos maiores grupos étnicos africanos espalhados pela Nigéria, Camarões e Guiné Equatorial.
Por conta da pandemia, ainda não previsão de estreia nos cinemas nacionais.