sábado , 5 abril , 2025
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Arraste-me para o Inferno

 

Sinopse: Christine negou um empréstimo bancário para uma idosa, o que a levou a entregar sua casa. A mulher lança uma maldição sobre Christine, que se vê perseguida por um demônio que recolherá sua alma em três dias.

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Os fãs de terror têm o que comemorar com a volta do diretor Sam Raimi para o gênero. Desde 2000, com O Dom da Premonição, Sam estava ocupado demais com a trilogia do Homem-Aranha e afastou-se dos sustos e espíritos malignos. Sua fama nesse meio nasceu na década de 1980 com A Morte do Demônio, para relembrar seu início de carreira o logotipo da Universal Pictures e a forma de apresentação dos créditos iniciais de Arraste-me para o Inferno (Drag Me to Hell) remetem a essa época.

Depois de tanto tempo sem se envolver com suspense e terror, Raimi mostra-se muito em forma e os sustos são abundantes. Outra reação garantida nas salas de cinema será o riso, já que o roteiro não se contém para exagerar nas situações nojentas que a protagonista se submeterá em sua desesperada jornada e para criar cenas que não se levam a sério.

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A história é bem montada e criativa, trazendo elementos novos na medida exata para o filme não ficar parado ou repetitivo. A recorrente imagem da vilã é explorada ao máximo para criar ódio no público e, ao mesmo tempo, tornar-se mais uma oportunidade para a comédia.

Mesmo tendo à disposição a beleza de Alison Lohman (Coisas que Perdemos pelo Caminho), o diretor não apela para cenas eróticas, como muitos outros realizadores do gênero tendem a decair. Assim, o que poderia ser apenas um filme para garotos não ofende as moças que se aventurarem a assisti-lo.

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Quem realmente gosta de terror à moda antiga não pode perder Arraste-me para o Inferno.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

Arranca-me a Vida

 

 
Sinopse: Quando tinha apenas 16 anos, Catalina casou-se com Andres, um militar de carreira. Conforme passam-se os anos, ela percebe que seu marido é um homem envolvido com crimes políticos.

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O cinema mexicano ganhou muita importância ao redor do mundo por causa da qualidade do trabalho de profissionais como Alfonso Cuarón (Filhos da Esperança) e Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno), entre outros. Em Arranca-me a Vida (Arrancame la Vida), o diretor Roberto Sneider (produtor de Frida) traz uma aula da História do país sob o ponto de vista de uma mulher.

Só por essas duas características já valeria a pena assistir ao filme, principalmente por não se ter muitas oportunidades de conhecer fatos históricos que não sejam protagonizados por países desenvolvidos. Passado nas décadas de 30 e 40, as manobras políticas mexicanas lembram muito os atos do Estado Novo, regime vigente no Brasil dessa época.

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O lado feminista do filme é o mais forte, com Catalina – interpretada por Ana Claudia Talancón (Uma Chamada Perdida) – narrando sua jornada e suas descobertas. Nesse sentido, a primeira fase do enredo é mais interessante, quando é discutida a sexualidade de uma mulher vivendo em um cenário em que há tanta repressão nesse assunto. Mais adiante, as lutas da heroina são mais sociais e polítcas, já que seu marido assume cargos públicos.

Considerando a história como um todo, ela sofre altos e baixos, com momentos em que as coisas poderiam acontecer com mais agilidade. Uma saída possível seria investir mais nas diferenças sociais para que o sentimento de justiça do espectador seja incitado e o envolvimento com as causas crie uma maior interação com a narrativa. Outro ponto baixo é a falta do elemento surpresa, sendo possível prever o que vai acontecer em mais de uma oportunidade.

Arranca-me a Vida é o maior orçamento do cinema mexicano, muito por causa da caracterização da época, com destaque para os cenários. Seus atributos técnicos fizeram desse filme o candidato mexicano ao Oscar no último ano.

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Para ver o trailer, clique aqui.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

Arquivo X 2: Eu Quero Acreditar

 

 

Quando o seriado ‘Arquivo X’ acabou, vários fãs ficaram desolados. Mas logo surgiu o competente filme da série e, exatos 10 anos depois, surge este segundo.

Quando um grupo de mulheres é abduzido na região rural de Virgínia, as únicas evidências do desaparecimento são os restos humanos encontrados no local.

Com policiais desesperados por uma diga, um padre desesperado tem uma visão e manda os oficiais para um lugar onde eram feitos experimentos médicos que podem ou não estar conectados ao sumiço. É um caso certo para o Arquivo X. Mas o FBI fechou o departamento que investigava tais casos paranormais anos atrás. E a melhor equipe para esse trabalho, os ex-agentes Mulder e Scully, que não têm qualquer desejo de revisitar seus passados.

Neste filme, o suspense psicológico é quem manda. Nada de muitas sequências de ação, nada de histórias bizarras ou aliênigenas. ‘Arquivo X 2: Eu Quero Acreditar’ nada mais é que um suspense, feito para vermos novamente os atores David Duchovny e Gillian Anderson imortalizados em seus papéis de maior sucesso. David Duchovny continua ótimo e bem à vontade em seu papel, enquanto Gillian Anderson parece um pouco enferrujada e deslocada.

A química entre os protagonistas continua ótima, e é o ponto mais forte do filme. Fox Mulder e Dana Scully finalmente haviam conseguido a paz em seu relacionamento.

Os novos personagens Dakota Whitney (Amanda Peet) e Mosley Drummy (Xzibit) também se mostram eficazes no longa, que peca por um roteiro que tem um ótimo início, mas acaba se perdendo no meio de sua trama, com passagens fracas e furos.

Outro ponto positivo em ‘Arquivo X 2: Eu Quero Acreditar’ é a excelente atuação de Billy Connolly como padre Joe, um personagem bastante interessante.

Arquivo X 2: Eu Quero Acreditar’ é uma mera desculpa para vermos novamente os personagens aclamados da série de TV. Para os fãs, será um deleite. Para quem nunca conferiu, vale a pena conhecer o universo, neste filme que segue carreira solo e não tem muitas ligações com o seriado e o primeiro filme.

 


Crítica por:
Renato Marafon

 

 

Armageddon

 

 

Armageddon foi um prenúncio de Michael Bay à bomba-pseudo-obra-prima “Pearl Harbor”. Em Armageddon também temos um romance besta e retardado e um grupo de pessoas tentando salvar a Terra (ou EUA, tanto faz !) de uma ameaça mortal (ou Pilotos Japoneses, tanto faz !). Michael Bay não deve se importar com esses “detalhes”.

Aqui, temos Bruce Willis num papel ridículo (como se ele já não tivesse papéis ridículos o bastante): o de um explorador de jazidas de petróleo que é contatado pela NASA (!!) para perfurar um asteróide em rota de colisão com a Terra (!!!) e inserir ogivas nucleares nele (!!!!!!!!!!!!!!!). Dá pra chorar (de tanto rir ou de raiva mesmo) depois dessa bobeira de roteiro.

Como já disse, há o romancezinho sem-graça, que Bay também usou em Pearl Harbor. Até o canastrão-preferido-das-adolescentes-leitoras-da-revista-Capricho (Ben Affleck) está aqui. Só posso lamentar pela presença da gata Liv Tyler, sub-aproveitada (e fria). Ela merecia algo melhor.

Sim, os efeitos são ótimos (assim como seriam os efeitos de Pearl Harbor), mas não seguram o filme. Há poucas (boas) cenas de ação, como a destruição de um prédio em Nova York e a destruição de Paris, desperdiçadas por um roteiro feito às pressas, que tenta emocionar e segurar o público na cadeira do cinema, mas não consegue.

O começo é de uma lentidão tremenda. Depois, há uma cena de ação aqui, outra acolá e um porre de dramalhão. E termina com aquele final meloso, que só vai emocionar fãs de novela mexicana. Se fosse possível editar Armageddon, deixaria o filme com uns 15 minutos (2 horas a menos), poupando algumas cenas de ação e um pouco de humor.

É muito pouco para o filme que foi a maior bilheteria de 1998.


Crítica por:
Diego Sapia Maia

 

 

Armadilha

 

O que você faria se estivesse em um caixa eletrônico, em uma madrugada deserta, prestes a sofrer uma violência de um maluco encapuzado parado em frente à uma porta eletrônica? Dirigido pelo estreante em longas metragens, David Brooks, “Amadilha” (‘ATM’, como são chamados os “Caixas Eletrônicos 24 horas” nos EUA) tenta criar uma atmosfera de suspense que não surpreende nem gera medo em nenhum dos 90 minutos de filme.
Muito difícil saber quem está pior em cena, Josh Peck ou Alice Eve. Brian Geraghty ao menos se esforça ao seu máximo para tentar dar algum sentido ao seu medroso personagem.

Na trama, um amigo convence um outro de ir à uma festa de confraternização onde estará a garota de seus sonhos. Após um lance de sorte (bastante forçado, diga-se de passagem), o jovem apaixonado tem a chance de dar uma ‘carona amorosa’ à sua eminente conquista, porém, um amigo também embarca nessa viagem e o trio, após um pedido inusitado por comida, dá uma parada em um caixa eletrônico onde acabam em uma luta desesperada para salvar suas vidas quando ficam “presos” no local por um homem misterioso vestido com uma roupa de frio.

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Quem assina o roteiro é Chris Sparling (que também fez o roteiro do ótimo “Enterrado Vivo”), pena que não consegue acertar com esse, como em trabalhos anteriores. Tudo é muito sem sentido e o material humano também não ajuda. Muitas das situações que vemos nas sequências são extremamente forçadas e sem um pingo de criatividade, deixa muito à desejar. É uma verdadeira maratona ir até o fim da fita.

Tem coisas que não dá para entender: 1) Porque eles decidiram ir até o “ATM” mais escuro, isolado e sombrio da cidade? 2) Porque o carro foi estacionado a muitos metros de distância da entrada do “ATM” ? 3) Qual o motivo do Serial “ATM”? Essas são apenas algumas, muitas outras vocês indagarão se forem ver esse longa que prometia ser ao menos interessante mas se perde do início ao fim.

Esse não vale nem levar aquela paquera para ver, o filme não dá medo! Se você quer pulos nas cadeiras ou uma trama intrigante corra para ver outra fita! Muito abaixo da média entre os filmes do gênero!

 

Crítica por: Raphael Camacho (Blog)

 

 

Argo

 

O que pensar de um filme que verdadeiramente salva pessoas? Baseado em fatos reais, “Argo”, é uma história inacreditável que mistura piadinhas hollywoodianas à uma tensão política que ocorreu entre Irã e EUA no final da década de 70 e início dos anos 80.
Dirigido pelo ator e também diretor (graças a Deus) Ben Affleck, o drama consegue prender a atenção do público, do início ao fim, nos poucos mais de 110 minutos de fita e tem tudo para ganhar muitos Oscars na próxima cerimônia dessa grande festa.

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Na trama, somos guiados para o dia 4 de novembro de 1979 quando a embaixada americana no Irã foi atacada por militantes, fazendo inúmeros reféns. No meio desse caos, seis americanos conseguiram fugir por uma saída secreta e se refugiaram na casa do então embaixador canadense. Após acharem fotos de todos que estavam na embaixada, os militantes descobrem que faltam 6 pessoas e vão à caça dos mesmos. A CIA, sabendo disso, chama o especialista em “exfiltração” Tony Mendez (Ben Affleck) que arruma um plano incrível, inventar a gravação de um filme (uma ficção científica, à la “Duna”, talvez) e fazer os seis se passarem por parte dessa produção e assim retirar todos dessa zona de perigo.

Quem diria que um filme dentro de uma guerra gerasse uma trama tão inteligente inserido dentro dessa revolta mundial. O país todo dependia daquele ato, só alguns sabiam. O roteiro é bem amarrado, consegue utilizar clichês mas de maneira superficial, o que ajudará o longa a ter muita aceitação do mundo cinéfilo. O público não tira os olhos da telona, torce a cada instante para um desfecho positivo sempre guiados, dentro dessa tensão, pela fabulosa trilha sonora do genial Alexandre Desplat. Entre partidas de xadrez, cigarros e discussões a tensão aumenta a cada dia na vida daquelas seis pessoas. Os dramas individuais vão se unificando, totalmente reféns daquela situação que não tem fim. Destinam suas vidas a um homem com uma ideia mirabolante, fato que os deixam preocupados e em saber que decisão tomar (também, não era pra menos , né?).

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Além de problemas políticos, vidas em risco, Cia, Governos, Eua e Irã, o filme tem um grande espaço para falar sobre cinema. Nessa ótica temos que aplaudir esse terceiro filme dirigido por Affleck e toda sua produção que fora impecável na retratação dessa grande história, principalmente o lado em que bate nessa grande indústria e seus envolvidos. Falando nisso, precisamos destacar os excelentes John Goodman e Alan Arkin. O primeiro interpreta o lendário John Chambers, artista famoso no mundo do cinema (ganhador do Oscar de melhor maquiagem por “Planeta dos Macacos” em 1968) que tem papel primordial para que a missão aconteça. Goodman consegue dar uma veracidade impressionante ao personagem sempre com ótimas sacadas. Já o segundo interpreta Lester Siegel, produtor famoso de décadas atrás, que junto com Chambers eram os únicos civis que sabiam de todo o plano. Arkin dá um show, humor, tensão e excelentes diálogos, merece todos os prêmios de coadjuvante no ano que vem. As duas atuações, marcantes, junto com o roteiro e a direção são os grandes pilares do filme.

Com tantos elogios, está feito o convite. O cinema salva vidas! Você duvida? Vá conferir nos cinemas!

Crítica por: Raphael Camacho (Blog)

 

 

Aqui é o Meu Lugar

 

Todos nós precisamos encontrar um rumo para nossas vidas. Com esse pensamento, a nova ‘dramédia’ dirigida pelo cineasta italiano Paolo Sorrentino, “Aqui é o meu Lugar”, mostra a história de um ex-roqueiro interpretado brilhantemente pelo ator californiano Sean Penn rumo à descoberta de novas diretrizes para sua tediosa vida.
A trilha muito agradável, assinada por David Byrne e Will Oldham, coloca o tempero certo para acompanharmos essa interessante trajetória.

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Na trama assinada por Paolo Sorrentino e Umberto Contarello um deprimido ex-astro do rock, com uma vasta cabeleira preservada daqueles tempos, vai para os Estados Unidos em busca do carrasco de seu pai (com o qual não falava à 30 anos), um criminoso de guerra dos tempos do holocausto.

O personagem principal é um ex-roqueiro famoso que tem muitas peculiaridades, passando uma empatia fora do comum em cena. Conhecemos Cheyenne em seu casarão na Europa, onde mora com sua mulher Jane e vive uma vida pacata longe das badalações. Hoje em dia o ex-roqueiro vive uma vida limitada e monótona praticando esporte em uma piscina desativada ou indo ao shopping (sempre com sua mala de alça) conversar com uma vizinha, por quem tem um grande carinho. Começamos a entender melhor as aflições e conturbações que pairam naquela mente após Cheyenne saber do estado de saúde de seu pai. Nessa rota de fuga e liberdade, para achar um homem que fez mal ao seu velho, encontra a grande oportunidade que esperava há tempos: encontrar um novo sentido para sua vida.

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Um fator muito interessante e que encaixa como uma luva na história é a excentricidade da esposa do roqueiro, Jane, interpretada pela ganhadora do Oscar Frances McDormand. Casada a mais de 30 anos com Cheyenne, a profissional do corpo de bombeiros tem cenas hilárias, às vezes praticando Tai Chi Chuan, outras vezes, praticando esporte com o marido.

O final da fita é bem emblemático e fecha bem todo o ciclo de descobertas que acompanhamos aos olhos do protagonista.

Curte filme Cult? Esse longa é uma grande pedida!

 

Crítica por: Raphael Camacho (Blog)

 

 

Aquarela – As Cores de uma Paixão

 

Sinopse: O pai de Carter o deixa passando um final de semana na casa de uma amiga. Ele se aproxima do filho dela, Danny. Entre os dois nasce um amor proibido.

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As câmeras cinematográficas – aquelas que usam filme de celuloide – sempre fizeram um barulho tremendo. Como desde 1928 a maioria dos filmes são sonoros e os microfones captam o ruído, foram inventadas as chamadas câmeras blimpadas para solucionar a questão acústica. O aluguel desses equipamentos é mais caro do que das máquinas mais antigas e mais barulhentas. Por isso, muitas produções de baixo orçamento recorriam às câmeras sem proteção contra ruído.

Atualmente, com possibilidades mais baratas de captar as cenas em vídeo de alta-resolução, qualquer produção que teime em alugar câmeras que não são blimpadas mostra total descaso com o projeto de som. Infelizmente esse é o caso de Aquarelas – As Cores de uma Paixão (Watercolors).

Além do som da câmera ser audível em alguns momentos, há evidências de que todas as fases de construção sonora foram desleixadas (captação, edição e mixagem). Não há um ambiente sonoro pensado e em algumas cenas os microfones estão claramente mal posicionados, captando ruídos que se sobrepõem às falas dos atores.

Se o leitor conseguir eliminar os crimes contra a audição, poderá aproveitar uma bonita história de amor. As motivações dos personagens são bem autênticas, com destaque para a forma como Carter não assume para si mesmo sua homossexualidade, um drama comum em algumas pessoas.

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O roteiro é bem inocente em certos sentidos e poderia tirar grande proveito de uma revisão para dar mais destaque para os elementos realmente importantes. Em mais de uma oportunidade Carter teme as reações de Henry ao descobrir a relação dos dois personagens principais, mas o espectador pode ficar se perguntando quem é o sujeito. Confesso que achei que se tratasse do pai de Carter, ou até do treinador de natação. Nem uma coisa nem outra, Henry não tinha ganhado uma apresentação decente.

O título é cheio de sentidos. O arco-íris é o símbolo do orgulho gay, Carter é nadador e a água remete a pureza do amor entre ele e Danny. Tudo isso faz sentido; no entanto, Danny é pintor e usa algumas técnicas durante o filme, sem nunca tocar em uma aquarela!

 

Crítica por: Edu Fernandes (CineDude)

 

 

Aquamarine

 

 

De tempos em tempos, Hollywood produz uma comédia adolescente que vai além da já sem graça batalha entre “winners” e “losers” da sociedade norte-americana. É o caso deste simpático “Aquamarine”, em que duas adolescentes encontram uma sereia dentro de uma piscina e precisam ajudá-la a conquistar um amor de verdade em apenas três dias – caso contrário, o belo ser mitológico terá de encarar um casamento forçado no fundo do mar.

Leve e bem humorada, a fita tem todos os ingredientes das melhores sessões da tarde: personagens carismáticos, em especial as amigas com 13 anos Claire (Emma Roberts, da série de TV do canal Nickelodeon “Unfabulous”) e Halley (a cantora e atriz Joanna ´Jojo´ Levesque), uma belíssima e convincente sereia (interpretada pela também cantora e atriz Sara Paxton, da série da rede NBC “Darcy”), divertidas batalhas entre a turma do bem e do mal, além de várias técnicas “infalíveis” de conquista.

Quando a sereia apaixona-se à primeira vista pelo salva-vidas boa pinta Raymont (Jake McDorman), por exemplo, rolam soltas na tela os valorosos e hilários conselhos de revistas femininas para chamar a atenção do ser amado, coisas do tipo “dê gargalhadas ao caminhar” e “elogie e suma”. O resultado deve garantir ao filme um generoso time de fãs adolescentes. Aquamarine é baseado no elogiado livro de Alice Hoffman, que, entre outras obras, escreveu “Da Magia à Sedução”, filmado com Nicole Kidman e Sandra
Bullock, e “Seu Amor, Meu Destino”. A direção foi entregue a Elizabeth Allen, que até então tinha dirigido apenas um curta, o premiado “Eyeball Eddie”.

 


Crítica por:
Edson Barros

 

 

Aproximação

 

Sinopse: O pai de Ana falece e lhe faz um pedido inusitado no testamento. Ela deve ir até a Faixa de Gaza conhecer a filha que teve na adolescência.

O cineasta Amos Gitai é nascido em Israel e em seu mais novo trabalho, o filme Aproximação (Disengagement), a história a ser contada se passa na desocupação da Faixa de Gaza. Para almejar certa imparcialidade, ele faz uma opção inteligente na dinâmica das câmeras. A todo o momento o que se vê são planos bem abertos e sem grandes movimentações, fugindo da câmera documental tão em voga no cinema contemporâneo. Se optasse por cortes e closes, haveria espaço para especular quais detalhes o diretor quer ressaltar e orientar o olhar do espectador.

Com isso, o filme acaba assumindo algumas características teatrais, para o bem ou para o mal. A atuação de Juliette Binoche (Paris), por exemplo, pode irritar quem não curte peças de teatro, mas pode ser bem recebida pelos fãs do tablado. Já o que foge da questão de gosto pessoal é a figura do rabino. Ele atravanca o desenvolvimento do enredo de tal forma, que algumas pessoas vão torcer para que haja uma cena de violência policial.

Outra tática nessa estratégia da neutralidade é a falta de trilha musical. Há cenas interessantes com uma cantora de ópera, mas a trilha clássica que toca ao coração é deixada de lado para não ficar apontando os momentos em que mais emoção deve ser investida.

O efeito colateral de tal escolha é deixar filme muito frio. Tanto que, na cena final, quando finalmente se tem a trilha a todo vapor, fica praticamente impossível resgatar a emotividade.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)