Na onda do Multiverso, a FIFA apresentou o novo mascote da Copa do Mundo FIFA 2022. La’eeb é um Guthra, aquele tradicional pano branco de algodão que os árabes usam sobre a cabeça. Na cerimônia que sorteou os grupos da Copa, o simpático mascotinho foi revelado para o mundo e levou o público em uma viagem pelo “MascoteVerso”, uma realidade alternativa onde todos os mascotes da Copa, os aprovados e os reprovados, vivem antes e após o maior evento esportivo do mundo.
Imediatamente comparado ao Gasparzinho, o novo mascote fez sucesso nas redes sociais. Seu nome é uma palavra árabe que significa “jogador super-habilidoso” e sua missão é fazer com que as pessoas acreditem nelas mesmas sob o lema “Now Is All”, algo como “Agora é Pra Valer”, enquanto busca trazer ainda mais alegria para quem for assistir aos jogos. Além dele, a viagem pelo “MascoteVerso” trouxe de volta dezenas de mascotes históricos das Copas, como o Fuleco, que voltou a virar meme oito anos depois de se despedir dos estádios no Brasil.
Mas a trajetória dos mascotes na Copa do Mundo é bem mais antiga que isso. Com sua primeira edição sendo disputada em 1930, no Uruguai, a Copa do Mundo foi evoluindo ao longo dos anos, não só no formato esportivo, mas também na questão publicitária. Essa evolução natural permitiu que o torneio se tornasse o principal evento esportivo do planeta. Os mascotes, tão queridos e tradicionais hoje em dia, só estrearam na competição na edição de 1966, disputada na Inglaterra. De lá para cá, toda Copa tem um mascotinho para chamar de seu. Relembre todos eles!
Willie – 1966
Lançado para a Copa do Mundo disputada na Inglaterra, o Willie se tornou um verdadeiro fenômeno no país. Ele era um leãozinho inspirado no animal símbolo do país, cuja juba homenageava o corte de cabelo de Leo, o filho do cartunista que o criou, e vestia uma camisa com a bandeira do Reino Unido com duas versões. Enquanto o Willie ilustrado carregava o nome “Copa do Mundo” no peito, o mascote que desfilava pelos estádios e cidades inglesas ostentava seu próprio nome, Willie. Ele fez tanto sucesso entre as crianças e os adultos, que a tradição do mascote se firmou de vez nos eventos esportivos.
Juanito – 1970
Juanito ou ‘Juanito Maravilla’ é um garotinho de 11 anos que foi acostumado pelo pai a ir para o Estádio Azteca desde miudinho para torcer pela seleção mexicana. Ele é gordinho, com bochechas rosadas, um sorrisão por estar prestes a ver os maiores jogadores de futebol do mundo e um sombrero gigantesco com o logo “Mexico 70” para se proteger do sol escaldante do México. Em outras palavras, é um estereótipo em forma de mascote. Isso causou bastante polêmica, até porque ele começou como um mascote alternativo, que terminou virando o oficial.
Tip e Tap – 1974
Na Copa da Alemanha, em 1974, foi a primeira vez que a Copa teve dois mascotes oficiais: Tip e Tap, dois garotinhos alemães que eram melhores amigos e faziam tudo juntos. Eles estudavam, ajudavam a família e brincavam. Outro interesse em comum era o fascínio pelo futebol, esporte que eles praticavam todos os dias para serem os melhores jogadores do mundo algum dia. Suas roupinhas eram praticamente iguais ao uniforme alemão, com camisa branca, short preto e meiões pretos. A diferença era o logo da Copa estampado nas camisas. A dupla foi escolhida para representar a união das Alemanhas Ocidental e Oriental.
Gauchito – 1978
A polêmica Copa na Argentina, que vivia sob a ditadura militar e contou com a suspeita da idoneidade da arbitragem e combinação de resultados, contou com o simpático Gauchito como mascote. Ele é um garotinho dos pampas argentinos que sempre carrega uma bola para não ficar entediado. O gauchito carrega consigo seu tradicional lencinho amarelo, o chapéu de vaqueiro e uma chibata, além do uniforme da Argentina. Segundo a história do personagem, ele viajou até Buenos Aires a convite da FIFA para ser o grande mascote daquela Copa.
Naranjito – 1982
Traumática para os brasileiros, a Copa do Mundo de 1982, na Espanha trouxe um dos mascotes mais icônicos e meio tosquinhos da história do torneio, o Naranjito. A primeira fruta a ser mascote foi escolhida como homenagem a Andaluzia, uma região da Espanha conhecida por ter as melhores frutas cítricas do mundo. O Naranjito tinha como característica as bochechas vermelhas e o uniforme espanhol.
Pique – 1986
A segunda Copa no México seguiu a tendência da edição de 1982 e trouxe um alimento como mascote. Pique, a Pimenta, era uma pimenta Jalapeño que ostentava as cores do México, além de um bigodão e um sombrero no formato de sua cabeça, além da sempre presente bola de futebol. Ele segue trazendo estereótipos, mas conseguiu ser bem mais criativo que o Juanito.
Ciao – 1990
Quase nunca lembrado quando o assunto é mascote, Ciao – que significa Oi em italiano – quis homenagear a Itália, como dá para ver por suas cores, e sua importância na história da arte. Para isso, eles escolheram esse mascote formado por barras, seguindo a tendência da arte moderna, que formavam um jogador de futebol. Como não dava para colocar uma pessoa para representar esse mascote, fizeram ele como uma obra de arte de verdade.
Striker – 1994
O desafio de fazer uma Copa ser interessante para o público dos EUA teve um forte apelo publicitário. O simpático Striker, que significa “Atacante” em inglês, foi escolhido pela imagem do “Melhor Amigo do Homem” e a sensação de proximidade que esse conceito passava. Além disso, era fácil para os norte-americanos associarem cachorros a bolas. Junto a ele, Pelé, o Rei do Futebol, ilustrou centenas de campanhas publicitárias, promovendo o evento em diversos veículos diferentes. O resultado foi uma Copa de estádios abarrotados de gente e o Striker acabou vendendo milhões de brinquedos, camisas, canecas e chaveiros.
Footix – 1998
Icônico, o galinho Footix, da Copa da França, foi um dos mascotes mais populares de todos os tempos. Simpático e com as cores da bandeira francesa, ele estampou camisetas no mundo todo e virou símbolo desta edição. É simplesmente impossível não olhar pra ele e lembrar da Copa do Mundo de 1998. Seu nome é a junção de “Futebol” com “Asterix“, aquele personagem das histórias em quadrinhos. Ah, ele era descrito como um grande fã de Zidane, que destruiu naquela Copa. Sua popularidade é tão grande que até hoje, nos jogos da Seleção Francesa, alguns torcedores carregam bonequinhos e bandeirinhas com ele. Outra curiosidade é que ele teve uma filha, Ettie, que foi a mascote da Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2019.
Ato, Kaz & Nik – 2002
Disputada no Japão e na Coreia do Sul, a Copa de 2002 teve polêmicas de arbitragem e o primeiro – e único – pentacampeão da história do torneio, o Brasil. Seus mascotes foram os primeiros mascotes 3D da Copa e eram seres espaciais conhecidos com os Spheriks, que jogavam Atomball, e vieram para a Terra para aprender como é o clima de um estádio de futebol. Segundo a FIFA, eles representam a energia e felicidade dos torcedores durante os jogos.
Goleo VI e Pille – 2006
Primeiro mascote animatrônico da história das Copas, Goleo VI foi um leão falante e praticante do futebol criado pela The Jim Henson Company e carregava seu melhor amigo, Pille, uma bola falante. Ele usava uma camisa branca com golas pretas, tal qual a seleção anfitriã, a Alemanha, e foi duramente criticado pelos alemães, já que o leão é o mascote da Inglaterra. Goleo vem de uma família de leões futebolistas, e o nome “Pille” é uma gíria alemã para “Bola”.
Zakumi – 2010
Um dos representantes de uma das Copas mais icônicas de todos os tempos, Zakumi é um leopardo nascido em 1994, mesmo ano da libertação da África do Sul do horror do Apartheid. Seu nome combina “ZA”, a sigla de África do Sul, com “Kumi”, que significa “10” em várias línguas africanas. Seu topete verde, que fez com que ele fosse confundido com um leão, é pintado pelo próprio Zakumi, que escolheu essa cor para se disfarçar na Savana. Ele também iniciou o novo padrão FIFA de colocar seus mascotes com camisas brancas e o nome da edição estampo nela.
Fuleco – 2014
Zoado desde sempre pelo seu nome, que é a junção de “Futebol” e “Ecologia”, o coitado do Fuleco foi o mascote da Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil. Ele é um tatu-bola, que foi escolhido para chamar atenção para a situação crítica de sua espécie, ameaçada de extinção, e por se transformar em uma bolinha. No entanto, ele quase não foi visto durante a própria Copa por conta de uma série de polêmicas. A começar pelo próprio nome do boneco, que virou piada entre os brasileiros por lembrar palavras de cunho negativo, como “fuleiro” e “furico”. Para piorar, a FIFA havia proposto um incentivo à preservação do Tatu-Bola, mas não honrou a proposta, o que gerou uma série de petições contra a entidade. Porém, a repercussão da aparição surpresa do Fuleco no vídeo de ontem não nega: o Brasil adora o mascotinho. Ícone injustiçado.
Zabivaka – 2018
O mascote da Copa da Rússia foi o lobo Zabivaka, que usava também óculos esportivos. Ele venceu uma votação popular que teve mais de um milhão de votos contra um gato vermelho e um tigre vestido de astronauta.
Seu nome significa “Artilheiro” e ele foi bem popular na Rússia, onde vendeu incontáveis bichinhos de pelúcia, moedas, pins, canecas e brinquedos de vinil. No Brasil, seu nome estranho também virou piada, mas o que ficou marcado mesmo foram as interações dele com o mascote da Seleção Brasileira, o Canarinho Pistola, que rendeu diversos memes sobre o temperamento irritado do passarinho.
A Copa do Mundo FIFA 2022 acontece de 21 de novembro a 18 de dezembro de 2022. Essa edição será a primeira disputada no Oriente Médio e precisou ser jogada no último bimestre para aproveitar o inverno do Qatar, já que o tradicional período do meio do ano, quando as Copas costumam ser jogadas, é verão por lá, fazendo com que os termômetros alcancem temperaturas acima de 50ºC, impraticável para jogadores e torcedores.