domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | A Barraca do Beijo 3 é tão cringe, que quase fica bom

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Transformando os clichês mais cafonas em um delicioso prazer culposo, A Barraca do Beijo se consagrou em 2018 como aquela divertida galhofa teen que, mesmo cercada de falhas, consegue cumprir o seu papel. Mas se perdendo em um roteiro cheio de recortes aleatórios e reflexões de banheiro bem piegas, a terceira e última sequência se perde, fica exaustiva e melodramática, com pseudos questionamentos infantiloides que transformam as duas horas de filme em uma constrangedora e interminável sentada no sofá.



O que fazia da franquia de Vince Marcello aquele prazer culposo tão divertido era justamente a sua habilidade de rir de si mesma, se apropriando de uma fórmula batida de comédia teen, com um elenco bem dinâmico e entrosado. Mas hoje exausta, ela se desfalece em A Barraca do Beijo 3, uma colcha de retalhos que se molda a partir de uma série de momentos alegóricos e aleatórios, que só servem como recortes engraçadinhos, mas pouco contribuem para a trama. Aqui, Joey King retorna mais caricata do que de costume e mesmo com sua atuação over, consegue sustentar seu carisma.

Mas enquanto Jacob Elordi demonstra um evidente cansaço em uma atuação que gradativamente aparenta estar mais preguiçosa conforme a primeira hora do filme se estende, Joel Courtney faz as vezes de Maria do Barro e consome uma parcela generosa da comédia com choros incessantes, exagerados e bem…cringe. Mas tentando manter a mesma atmosfera de humor pastelão que vimos no primeiro filme, a sequência final se enfraquece por se perder em si mesma. Por tentar demais rejuvenescer o brilho cafona (e ótimo!) de 2018, ela se perde em 30 minutos completamente repetitivos, que só tornam o filme profundamente longo. Para uma comédia teen – cuja média corresponde à 1h40 de duração -, as duas horas de A Barraca do Beijo 3 parecem não ter fim.

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Mas em meio a tantos problemas, o filme até tenta passar a sua mensagem, mas demora demais para chegar até ela. Buscando fazer uma reflexão sobre como as escolhas de Elle (King) sempre foram pautadas a partir das expectativas alheias, a sequência tenta abordar a independência emocional da personagem, o que – teoricamente – é bem legal. Mas sua jornada até esse breve instante é tão exagerada e farofada, que aquele aspecto que poderia fechar a trilogia de forma tão simbólica acaba se perdendo como um hiato aleatório e sem a mínima fundamentação para nos fazer se quer se identificar com os dilemas da protagonista.

De todo modo, a comédia teen ainda pode agradar os inveterados apaixonados pela franquia. Com um final um tanto dúbio, que entrega as conclusões nas mãos da audiência, A Barraca do Beijo 3 é a definição de cinema cringe, tem seus breves instantes divertidos, mas se encerra como um filme longo demais para uma história tão rasa e tão brega como essa.

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Transformando os clichês mais cafonas em um delicioso prazer culposo, A Barraca do Beijo se consagrou em 2018 como aquela divertida galhofa teen que, mesmo cercada de falhas, consegue cumprir o seu papel. Mas se perdendo em um roteiro cheio de recortes aleatórios e reflexões de banheiro bem piegas, a terceira e última sequência se perde, fica exaustiva e melodramática, com pseudos questionamentos infantiloides que transformam as duas horas de filme em uma constrangedora e interminável sentada no sofá.

O que fazia da franquia de Vince Marcello aquele prazer culposo tão divertido era justamente a sua habilidade de rir de si mesma, se apropriando de uma fórmula batida de comédia teen, com um elenco bem dinâmico e entrosado. Mas hoje exausta, ela se desfalece em A Barraca do Beijo 3, uma colcha de retalhos que se molda a partir de uma série de momentos alegóricos e aleatórios, que só servem como recortes engraçadinhos, mas pouco contribuem para a trama. Aqui, Joey King retorna mais caricata do que de costume e mesmo com sua atuação over, consegue sustentar seu carisma.

Mas enquanto Jacob Elordi demonstra um evidente cansaço em uma atuação que gradativamente aparenta estar mais preguiçosa conforme a primeira hora do filme se estende, Joel Courtney faz as vezes de Maria do Barro e consome uma parcela generosa da comédia com choros incessantes, exagerados e bem…cringe. Mas tentando manter a mesma atmosfera de humor pastelão que vimos no primeiro filme, a sequência final se enfraquece por se perder em si mesma. Por tentar demais rejuvenescer o brilho cafona (e ótimo!) de 2018, ela se perde em 30 minutos completamente repetitivos, que só tornam o filme profundamente longo. Para uma comédia teen – cuja média corresponde à 1h40 de duração -, as duas horas de A Barraca do Beijo 3 parecem não ter fim.

Mas em meio a tantos problemas, o filme até tenta passar a sua mensagem, mas demora demais para chegar até ela. Buscando fazer uma reflexão sobre como as escolhas de Elle (King) sempre foram pautadas a partir das expectativas alheias, a sequência tenta abordar a independência emocional da personagem, o que – teoricamente – é bem legal. Mas sua jornada até esse breve instante é tão exagerada e farofada, que aquele aspecto que poderia fechar a trilogia de forma tão simbólica acaba se perdendo como um hiato aleatório e sem a mínima fundamentação para nos fazer se quer se identificar com os dilemas da protagonista.

De todo modo, a comédia teen ainda pode agradar os inveterados apaixonados pela franquia. Com um final um tanto dúbio, que entrega as conclusões nas mãos da audiência, A Barraca do Beijo 3 é a definição de cinema cringe, tem seus breves instantes divertidos, mas se encerra como um filme longo demais para uma história tão rasa e tão brega como essa.

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