quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | A Caçada – TERROR gore lançado na Netflix é debochado e visceral

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Em tempos tão sensíveis, thrillers como A Caçada podem ser desconfortáveis. Considerado absurdamente polêmico por explorar o assassinato em série como uma piada ácida e sangrenta, o longa explora o que a elite branca e ociosa é capaz de fazer com muito tempo livre, milhares de dólares a perder de vista e muita ambição egoísta. Na trama, um grupo de pessoas aleatórias são colocadas algemadas e amordaçadas em um campo aberto, à mercê de uma turma de amigos que desfrutarão do sagaz e diabólico prazer de vê-los tentando se livrar das amarras, à medida que fracassadamente lutam por suas vidas.



Dirigido por Craig Zobel, a produção funciona bem se não for levada tão a sério. Com um aspecto sangrento que permeia a trama do começo ao fim, o longa não poupa o nosso estômago e pode ser doloroso para os olhos e mentes mais sensíveis quanto à apresentação de mortes mais gráficas. Mas em sua essência, A Caçada se apresenta de forma muito mais ambiciosa do que genuinamente é. Se apropriando de uma premissa hedonista, onde o prazer pelo prazer é aqui expresso no “deleite” de matar alguém das formas mais animalescas possíveis, o longa peca por ser fundamentalmente isso. Sem uma trama madura que desabroche a partir de seus personagens, o thriller é raso em sua substância e traz à audiência apenas exatamente aquilo que o título obviamente imprime: uma caçada por sobrevivência.

Mas quando observado por uma ótica muito mais simplista e despretensiosa, ainda que a produção estrelada por Betty Gilpin e Hilary Swank não proporcione o debate social que originalmente parece instigar, seu desenvolvimento sólido é suficiente para conduzir uma trama que – ao final de contas – visa suprir na audiência a mesma necessidade por sanguinolência gratuita que seus protagonistas possuem. Com mortes viscerais unapologetic e um humor ácido que pauta os principais diálogos, o roteiro desenvolvido por Damon Lindelof e Nick Cuse (aquele primeiro responsável pela brilhante série Watchmen) é objetivo e célere do começo ao fim, não frustrando o anseio por gore – natural de um bom fã do subgênero.

Com personagens adjacentes que visam mais encorpar a trama e sustentar a protagonista principal, A Caçada consegue suprir uma parte generosa das expectativas pela excepcional performance de Gilpin, que transforma sua linguagem corporal e timbre a fim de encarar uma personagem clássica redneck, que à medida que esbanja estereótipos, também é capaz de surpreender dentro e fora das telas. Protagonizando algumas cenas de corpo a corpo ao longo da trama, a estrela da aclamada série GLOW envolve nossa atenção do começo ao fim e surpreende a audiência com uma bela cat fight contracenada ao lado de Swank, que agora enferrujada – após uma jornada tão gloriosa nos cinemas, tenta recuperar o vigor da sua carreira.

Perdendo a oportunidade de se aprofundar em questões morais sobre como a sociedade contemporânea está a beira de um colapso em seus princípios, o thriller tem potencial para ser uma genuína crítica de humor sombrio, mas prefere se ater à sua zona de conforto, entregando um roteiro evasivo que se sustenta apenas em seu visual violento. Mas ainda que não vá muito longe em sua abordagem, A Caçada é tão deliciosamente debochado, que se torna um pequeno deleite para um bom e velho amante do formato slasher.

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Dirigido por Craig Zobel, a produção funciona bem se não for levada tão a sério. Com um aspecto sangrento que permeia a trama do começo ao fim, o longa não poupa o nosso estômago e pode ser doloroso para os olhos e mentes mais sensíveis quanto à apresentação de mortes mais gráficas. Mas em sua essência, A Caçada se apresenta de forma muito mais ambiciosa do que genuinamente é. Se apropriando de uma premissa hedonista, onde o prazer pelo prazer é aqui expresso no “deleite” de matar alguém das formas mais animalescas possíveis, o longa peca por ser fundamentalmente isso. Sem uma trama madura que desabroche a partir de seus personagens, o thriller é raso em sua substância e traz à audiência apenas exatamente aquilo que o título obviamente imprime: uma caçada por sobrevivência.

Mas quando observado por uma ótica muito mais simplista e despretensiosa, ainda que a produção estrelada por Betty Gilpin e Hilary Swank não proporcione o debate social que originalmente parece instigar, seu desenvolvimento sólido é suficiente para conduzir uma trama que – ao final de contas – visa suprir na audiência a mesma necessidade por sanguinolência gratuita que seus protagonistas possuem. Com mortes viscerais unapologetic e um humor ácido que pauta os principais diálogos, o roteiro desenvolvido por Damon Lindelof e Nick Cuse (aquele primeiro responsável pela brilhante série Watchmen) é objetivo e célere do começo ao fim, não frustrando o anseio por gore – natural de um bom fã do subgênero.

Com personagens adjacentes que visam mais encorpar a trama e sustentar a protagonista principal, A Caçada consegue suprir uma parte generosa das expectativas pela excepcional performance de Gilpin, que transforma sua linguagem corporal e timbre a fim de encarar uma personagem clássica redneck, que à medida que esbanja estereótipos, também é capaz de surpreender dentro e fora das telas. Protagonizando algumas cenas de corpo a corpo ao longo da trama, a estrela da aclamada série GLOW envolve nossa atenção do começo ao fim e surpreende a audiência com uma bela cat fight contracenada ao lado de Swank, que agora enferrujada – após uma jornada tão gloriosa nos cinemas, tenta recuperar o vigor da sua carreira.

Perdendo a oportunidade de se aprofundar em questões morais sobre como a sociedade contemporânea está a beira de um colapso em seus princípios, o thriller tem potencial para ser uma genuína crítica de humor sombrio, mas prefere se ater à sua zona de conforto, entregando um roteiro evasivo que se sustenta apenas em seu visual violento. Mas ainda que não vá muito longe em sua abordagem, A Caçada é tão deliciosamente debochado, que se torna um pequeno deleite para um bom e velho amante do formato slasher.

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