domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | A Luz Entre Oceanos

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Romance dentro e fora das telas

Baseado no romance homônimo de M. L. Stedman, publicado em 2012, A Luz Entre Oceanos é a nova superprodução da Dreamworks mirada ao público adulto, que a Paris Filmes estreia hoje no Brasil todo. Na direção, um verdadeiro especialista em relacionamentos difíceis e dramáticos no cinema, o americano Derek Cianfrance, cineasta que tem no currículo o dilacerante Namorados para Sempre (Blue Valentine, 2010) e o épico criminal O Lugar Onde Tudo Termina (The Place Beyond the Pines, 2012).

Desta vez, nada de Ryan Gosling no elenco, mas a ênfase continua a ser dada aos protagonistas e suas escolhas difíceis – o que muitas vezes termina por prejudicar a vida a dois. Como de costume, o autoral Cianfrance assina também o roteiro, aqui adaptando o best-seller para a telona, e se apropriando da história com seus contornos únicos. A Luz Entre Oceanos pode ser o filme mais tradicional do diretor e o menos subversivo, mas nem por isso é uma obra unilateral , de escolhas e respostas fáceis.



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Na trama, Tom Sherbourne (Michael Fassbender) é um homem traumatizado pela guerra, procurando paz de espírito. Ele viaja para uma pequena cidade na costa da Austrália Ocidental e lá arruma emprego temporário de seis meses como faroleiro. O isolamento é requerido no trabalho e para ele isso é o melhor. No local também, um interesse mútuo nasce entre ele e Isabel Graysmark (Alicia Vikander), filha de um dos cidadãos ilustres da cidade. Logo, o emprego temporário se torna definitivo, quando o protagonista aceita a proposta de ficar três anos no cargo, e assim o casamento com Isabel também pode ser consumado.

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Um amor mais inocente e, de certa forma, sincero, provido pela época (o filme se passa por volta de 1920) na qual os seres humanos possuíam costumes e ideais mais honrados, irá se abalar pelo acaso do destino. Isabel, tragicamente, aborta de forma espontânea o primeiro rebento do casal numa noite de tempestade. Algum tempo depois, e o estarrecedor fato volta a se repetir. Até que a intervenção divina entra em jogo (ou será?) e o casal encontra um barco à deriva chegando até sua ilha. Dentro da embarcação, um homem morto e seu recém-nascido. É posto diante dos protagonistas seu primeiro grande dilema: o que fazer com a criança?

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As atitudes dos personagens vão determinando aos poucos seus destinos, anunciando caminhos irreparáveis, do qual não há retorno. A Luz Entre Oceanos mostra que uma história rica não necessita de vilões ou ocorrências grandiloquentes, para isso já basta a vida e as decisões diárias que nos afastam ou aproximam uns dos outros. A produção é uma obra de arte no melhor sentido da palavra, dona de uma parte técnica invejável (direção de arte, fotografia, trilha sonora). Cianfrance, provido de um cinema indie, mais cru e real, realiza aqui sua homenagem aos antigos filmes da era de ouro de Hollywood, nos quais ideias eram o suficiente.

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No elenco, o casal da vida real Michael Fassbender (indicado ao Oscar por Steve Jobs e 12 Anos de Escravidão) e Alicia Vikander (vencedora do Oscar por A Garota Dinamarquesa) são quem comandam o show com fortes performances. Fassbender faz de seu calado personagem um homem digno e destroçado igualmente, enquanto a companheira Vikander acerta o tom entre a doçura, graciosidade e desespero de uma mulher que perdeu parte de sua vida. A química exala das telas e ficamos desejando mais filmes com os atores juntos. A dupla está no auge. A brincadeira é como seria o filho mecânico dos androides David, de Prometheus (2012), e Ava, de Ex Machina (2015).

A Luz Entre Oceanos faz tudo o que precisava, entregando um tipo de cinema cada vez mais raro atualmente. Alguns o acusarão de ser excessivamente dramático, beirando o melodrama e se aproximando de folhetins. O fato é que a obra questiona com temas universais e atemporais, mas utilizados ao longo dos tempos de forma exaustiva. Apesar de temas requentados, o filme entrega resoluções imprevisíveis, criando grande conexão de sua jornada com o público – nos sentimos investidos o suficiente para acompanhar de perto aonde a fatídica história chegará. O novo filme de Cianfrance é antiquado, redondinho e sem grandes novidades, seja na estética ou no conteúdo de seu roteiro. É um filme fora de seu tempo, com gosto nostálgico, feito sob medida para todos com tais características. Ah, o amor…

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Baseado no romance homônimo de M. L. Stedman, publicado em 2012, A Luz Entre Oceanos é a nova superprodução da Dreamworks mirada ao público adulto, que a Paris Filmes estreia hoje no Brasil todo. Na direção, um verdadeiro especialista em relacionamentos difíceis e dramáticos no cinema, o americano Derek Cianfrance, cineasta que tem no currículo o dilacerante Namorados para Sempre (Blue Valentine, 2010) e o épico criminal O Lugar Onde Tudo Termina (The Place Beyond the Pines, 2012).

Desta vez, nada de Ryan Gosling no elenco, mas a ênfase continua a ser dada aos protagonistas e suas escolhas difíceis – o que muitas vezes termina por prejudicar a vida a dois. Como de costume, o autoral Cianfrance assina também o roteiro, aqui adaptando o best-seller para a telona, e se apropriando da história com seus contornos únicos. A Luz Entre Oceanos pode ser o filme mais tradicional do diretor e o menos subversivo, mas nem por isso é uma obra unilateral , de escolhas e respostas fáceis.

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Na trama, Tom Sherbourne (Michael Fassbender) é um homem traumatizado pela guerra, procurando paz de espírito. Ele viaja para uma pequena cidade na costa da Austrália Ocidental e lá arruma emprego temporário de seis meses como faroleiro. O isolamento é requerido no trabalho e para ele isso é o melhor. No local também, um interesse mútuo nasce entre ele e Isabel Graysmark (Alicia Vikander), filha de um dos cidadãos ilustres da cidade. Logo, o emprego temporário se torna definitivo, quando o protagonista aceita a proposta de ficar três anos no cargo, e assim o casamento com Isabel também pode ser consumado.

Um amor mais inocente e, de certa forma, sincero, provido pela época (o filme se passa por volta de 1920) na qual os seres humanos possuíam costumes e ideais mais honrados, irá se abalar pelo acaso do destino. Isabel, tragicamente, aborta de forma espontânea o primeiro rebento do casal numa noite de tempestade. Algum tempo depois, e o estarrecedor fato volta a se repetir. Até que a intervenção divina entra em jogo (ou será?) e o casal encontra um barco à deriva chegando até sua ilha. Dentro da embarcação, um homem morto e seu recém-nascido. É posto diante dos protagonistas seu primeiro grande dilema: o que fazer com a criança?

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As atitudes dos personagens vão determinando aos poucos seus destinos, anunciando caminhos irreparáveis, do qual não há retorno. A Luz Entre Oceanos mostra que uma história rica não necessita de vilões ou ocorrências grandiloquentes, para isso já basta a vida e as decisões diárias que nos afastam ou aproximam uns dos outros. A produção é uma obra de arte no melhor sentido da palavra, dona de uma parte técnica invejável (direção de arte, fotografia, trilha sonora). Cianfrance, provido de um cinema indie, mais cru e real, realiza aqui sua homenagem aos antigos filmes da era de ouro de Hollywood, nos quais ideias eram o suficiente.

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No elenco, o casal da vida real Michael Fassbender (indicado ao Oscar por Steve Jobs e 12 Anos de Escravidão) e Alicia Vikander (vencedora do Oscar por A Garota Dinamarquesa) são quem comandam o show com fortes performances. Fassbender faz de seu calado personagem um homem digno e destroçado igualmente, enquanto a companheira Vikander acerta o tom entre a doçura, graciosidade e desespero de uma mulher que perdeu parte de sua vida. A química exala das telas e ficamos desejando mais filmes com os atores juntos. A dupla está no auge. A brincadeira é como seria o filho mecânico dos androides David, de Prometheus (2012), e Ava, de Ex Machina (2015).

A Luz Entre Oceanos faz tudo o que precisava, entregando um tipo de cinema cada vez mais raro atualmente. Alguns o acusarão de ser excessivamente dramático, beirando o melodrama e se aproximando de folhetins. O fato é que a obra questiona com temas universais e atemporais, mas utilizados ao longo dos tempos de forma exaustiva. Apesar de temas requentados, o filme entrega resoluções imprevisíveis, criando grande conexão de sua jornada com o público – nos sentimos investidos o suficiente para acompanhar de perto aonde a fatídica história chegará. O novo filme de Cianfrance é antiquado, redondinho e sem grandes novidades, seja na estética ou no conteúdo de seu roteiro. É um filme fora de seu tempo, com gosto nostálgico, feito sob medida para todos com tais características. Ah, o amor…

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