domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Algum Lugar Especial: Ator da série ‘The Nevers’ estrela tocante drama baseado em fatos reais

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A vida materna em meio às adversidades sempre foi um prato cheio identificável para a indústria cinematográfica. Em meio às lutas de se criar um filho sozinha, existem histórias dolorosas, perdas irreparáveis e sacrifícios pouco celebrados. A paternidade solo – tantas vezes deixada de lado dos cinemas – também tem dessas e Algum Lugar Especial projeta os holofotes para um jovem homem que, mesmo com uma vida vivida pela metade, vai gastar o pouco de tempo que lhe resta para garantir que o seu pequeno garoto tenha as chances que as circunstâncias lhe furtaram.

Enfrentando um câncer em estágio avançado, John (James Norton) é um limpador de janelas que vive à mercê das circunstâncias. Abandonado por seus pais e futuramente pela mãe de seu filho, ele leva uma vida simples, ganha pouco, mas tenta educar seu filho para além de suas limitações. Mas um diagnóstico terrível e o relógio na contra mão dos seus planos intervém e ele precisará tomar a difícil decisão de escolher um novo lar adotivo para a sua criança, antes de morrer. Diante do inevitável e eterno adeus, este homem de 33 anos tomará a pior decisão do mundo: Abrir mão de seu filho, antes que seja tarde demais.



Embora tenha uma direção básica, que não explora muito os sentidos da audiência, tão pouco a complexidade de seus personagens, Algum Lugar Especial é um filme belo, que cresce diante dos nossos olhos – à medida em que somos tomados pela imensidão do dilema familiar de John -, e que se desabrocha genuinamente em seus instantes finais. Com uma história essencial e originalmente poderosa, o drama possui as características necessárias que até lhe garantiriam um status de “cult”. Mas sua simplicidade técnica e a escolha de um elenco simplório demais comprometem o desenvolvimento do filme para além de uma história emocionante. Com aspectos que tornariam a narrativa absurdamente sensorial e palpável, o diretor Uberto Pasolini opta por um caminho seguro e se esquiva de tocar em uma ferida aberta que poderia ser usada como instrumento de cura diante da audiência.

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Ainda assim, Norton se entrega ao personagem e expressa a dolorosa vida de um pai solteiro com naturalidade e tenta trazer uma certa profundidade em suas características e particularidades. E embora isso nem sempre seja o bastante, o longa é capaz de nos cativar e até consegue nos colocar em um ponto de reflexão doloroso e sem conclusões fáceis. Se desviando dos arquétipos piegas e que poderiam tornar a história enfadonha e exageradamente dramática, o longa tem seu valor, ainda que esteja longe demais para se tornar memorável.

Inspirador por essência, mas esquecível por ser básico demais e por se desviar de uma abordagem mais impactante e chocante, Algum Lugar Especial até poderia ser considerado uma oportunidade perdida e às vezes até parece realmente ser. Mas ao nos apresentar a um delicado e sofrido contexto familiar impossível de se prever, o drama acende uma fagulha na audiência, embarga a voz e pode fazer descer aquela lágrima amarga – ainda que isso tudo só aconteça nos instantes finais.

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A vida materna em meio às adversidades sempre foi um prato cheio identificável para a indústria cinematográfica. Em meio às lutas de se criar um filho sozinha, existem histórias dolorosas, perdas irreparáveis e sacrifícios pouco celebrados. A paternidade solo – tantas vezes deixada de lado dos cinemas – também tem dessas e Algum Lugar Especial projeta os holofotes para um jovem homem que, mesmo com uma vida vivida pela metade, vai gastar o pouco de tempo que lhe resta para garantir que o seu pequeno garoto tenha as chances que as circunstâncias lhe furtaram.

Enfrentando um câncer em estágio avançado, John (James Norton) é um limpador de janelas que vive à mercê das circunstâncias. Abandonado por seus pais e futuramente pela mãe de seu filho, ele leva uma vida simples, ganha pouco, mas tenta educar seu filho para além de suas limitações. Mas um diagnóstico terrível e o relógio na contra mão dos seus planos intervém e ele precisará tomar a difícil decisão de escolher um novo lar adotivo para a sua criança, antes de morrer. Diante do inevitável e eterno adeus, este homem de 33 anos tomará a pior decisão do mundo: Abrir mão de seu filho, antes que seja tarde demais.

Embora tenha uma direção básica, que não explora muito os sentidos da audiência, tão pouco a complexidade de seus personagens, Algum Lugar Especial é um filme belo, que cresce diante dos nossos olhos – à medida em que somos tomados pela imensidão do dilema familiar de John -, e que se desabrocha genuinamente em seus instantes finais. Com uma história essencial e originalmente poderosa, o drama possui as características necessárias que até lhe garantiriam um status de “cult”. Mas sua simplicidade técnica e a escolha de um elenco simplório demais comprometem o desenvolvimento do filme para além de uma história emocionante. Com aspectos que tornariam a narrativa absurdamente sensorial e palpável, o diretor Uberto Pasolini opta por um caminho seguro e se esquiva de tocar em uma ferida aberta que poderia ser usada como instrumento de cura diante da audiência.

Ainda assim, Norton se entrega ao personagem e expressa a dolorosa vida de um pai solteiro com naturalidade e tenta trazer uma certa profundidade em suas características e particularidades. E embora isso nem sempre seja o bastante, o longa é capaz de nos cativar e até consegue nos colocar em um ponto de reflexão doloroso e sem conclusões fáceis. Se desviando dos arquétipos piegas e que poderiam tornar a história enfadonha e exageradamente dramática, o longa tem seu valor, ainda que esteja longe demais para se tornar memorável.

Inspirador por essência, mas esquecível por ser básico demais e por se desviar de uma abordagem mais impactante e chocante, Algum Lugar Especial até poderia ser considerado uma oportunidade perdida e às vezes até parece realmente ser. Mas ao nos apresentar a um delicado e sofrido contexto familiar impossível de se prever, o drama acende uma fagulha na audiência, embarga a voz e pode fazer descer aquela lágrima amarga – ainda que isso tudo só aconteça nos instantes finais.

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