quinta-feira , 21 novembro , 2024

Crítica | Apenas Diga Sim – Comédia holandesa da Netflix diverte como um novelão mexicano

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Você curte umas histórias romântico-dramáticas fundamentadas no clichê, com atuações exageradas, um bocado de forçação de barra e gatinhos românticos pra fazer suspirar? Bom, então ‘Apenas Diga Sim’ é o filme certo para você assistir na Netflix.



Lotte (Yolanthe Cabau) é assistente de produção numa renomada rede de televisão. Sempre longe dos holofotes, namora com Alex (Juvat Westendorp), famoso apresentador e com quem sonha em se casar. Porém, quando alcança esse sonho, tudo começa a desandar em sua vida, e a chegada de Chris (Jim Bakkum) para ajudar na empresa confunde ainda mais os sentimentos da moça, que ainda tem que lidar com o fato de sua irmã, Estelle (Noortje Herlaar) estar prestes a se casar com seu próprio chefe.

Apenas Diga Sim’ é uma comédia bem-intencionada, mas que vai com muita sede ao pote. Com pouco mais de uma hora e quarenta de duração, o conceito do filme tenta abraçar mais temas do que um longa-metragem consegue comportar, e o resultado é um monte de ponta solta, assuntos mal resolvidos ou simplesmente deixados de lado para melhor conveniência do roteiro de Jill Waas e Michiel Peereboom. Literalmente quase todos os temas relacionados ao mundo da mulher cosmopolita contemporânea aparecem no longa – alguns são abordados, outros ficam apenas na menção mesmo. Temos o chefe machista-babacão, o namorado aproveitador sem-noção, o mocinho-sonho, competição entre mulheres, transformação do amor próprio estilo programa de reality show e por aí vai.

Embora boa parte dos elementos de ‘Apenas Diga Sim’ simplesmente reforce estereótipos (na tentativa superficial de combatê-los), a comédia de Appie Boudellah e Aram van de Rest tem uma construção legalzinha: o filme começa algo como ‘Noiva em Fuga’ e rapidamente se transforma numa noiva ‘Forrest Gump’, que, sentada num banco da praça, conta as mazelas de sua vida a um total desconhecido. Além disso, se constrói trazendo elementos que fazem muito sucesso entre seu público-alvo: as cenas musicais das comédias românticas, com danças no meio da rua e um príncipe no cavalo branco; as bonecas de Barbie e Ken, que muitas meninas cresceram tendo como ideal de relacionamento; o planejamento do pedido de casamento dos sonhos, etc.

Mas, na real, o filme tem um bocado de problema, que o espectador de visão mais crítica irá de fato ficar incomodado. O primeiro arco do longa nos conduz a pensar que o embate da trama será a libertação de Lotte de seu então namorado oportunista para enxergar o verdadeiro amor no melhor amigo, mas, então, lá pela metade o filme enverga para uma disputa não existente previamente entre a protagonista e sua irmã, recaindo na velha construção (combatida atualmente) de que as mulheres estão sempre competindo entre si. E o primeiro assunto não é retomado.

Por outro lado, se você não busca ficar analisando profundamente uma comédia romântica e se joga num novelão mexicano, então delicie-se com esta comédia leve, boba, bem estilo ‘Maria do Bairro. ‘Apenas Diga Sim’ diverte, apesar da construção problemática, e é uma opção de entretenimento para quem curte o gênero.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Lotte (Yolanthe Cabau) é assistente de produção numa renomada rede de televisão. Sempre longe dos holofotes, namora com Alex (Juvat Westendorp), famoso apresentador e com quem sonha em se casar. Porém, quando alcança esse sonho, tudo começa a desandar em sua vida, e a chegada de Chris (Jim Bakkum) para ajudar na empresa confunde ainda mais os sentimentos da moça, que ainda tem que lidar com o fato de sua irmã, Estelle (Noortje Herlaar) estar prestes a se casar com seu próprio chefe.

Apenas Diga Sim’ é uma comédia bem-intencionada, mas que vai com muita sede ao pote. Com pouco mais de uma hora e quarenta de duração, o conceito do filme tenta abraçar mais temas do que um longa-metragem consegue comportar, e o resultado é um monte de ponta solta, assuntos mal resolvidos ou simplesmente deixados de lado para melhor conveniência do roteiro de Jill Waas e Michiel Peereboom. Literalmente quase todos os temas relacionados ao mundo da mulher cosmopolita contemporânea aparecem no longa – alguns são abordados, outros ficam apenas na menção mesmo. Temos o chefe machista-babacão, o namorado aproveitador sem-noção, o mocinho-sonho, competição entre mulheres, transformação do amor próprio estilo programa de reality show e por aí vai.

Embora boa parte dos elementos de ‘Apenas Diga Sim’ simplesmente reforce estereótipos (na tentativa superficial de combatê-los), a comédia de Appie Boudellah e Aram van de Rest tem uma construção legalzinha: o filme começa algo como ‘Noiva em Fuga’ e rapidamente se transforma numa noiva ‘Forrest Gump’, que, sentada num banco da praça, conta as mazelas de sua vida a um total desconhecido. Além disso, se constrói trazendo elementos que fazem muito sucesso entre seu público-alvo: as cenas musicais das comédias românticas, com danças no meio da rua e um príncipe no cavalo branco; as bonecas de Barbie e Ken, que muitas meninas cresceram tendo como ideal de relacionamento; o planejamento do pedido de casamento dos sonhos, etc.

Mas, na real, o filme tem um bocado de problema, que o espectador de visão mais crítica irá de fato ficar incomodado. O primeiro arco do longa nos conduz a pensar que o embate da trama será a libertação de Lotte de seu então namorado oportunista para enxergar o verdadeiro amor no melhor amigo, mas, então, lá pela metade o filme enverga para uma disputa não existente previamente entre a protagonista e sua irmã, recaindo na velha construção (combatida atualmente) de que as mulheres estão sempre competindo entre si. E o primeiro assunto não é retomado.

Por outro lado, se você não busca ficar analisando profundamente uma comédia romântica e se joga num novelão mexicano, então delicie-se com esta comédia leve, boba, bem estilo ‘Maria do Bairro. ‘Apenas Diga Sim’ diverte, apesar da construção problemática, e é uma opção de entretenimento para quem curte o gênero.

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