quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica | Brincando com Fogo – John Cena se sai bem em comédia infantil para o Natal

Um Bombeiro no Jardim de Infância

A arte da atuação tem como um de seus mais apreciados sinônimos a versatilidade. Os melhores intérpretes são aqueles que conseguem fazer todo tipo de papel, transitando pelos mais variados gêneros cinematográficos. Mas quando se tem determinada aparência física, fugir do estereotipo pode se mostrar uma tarefa difícil. Assim, galãs vivem a se provar mais do que rostinhos bonitos, beldades querem mostrar que possuem conteúdo e são atrizes de verdade, e quando se é uma montanha de músculos, fica fácil ser associado somente a filmes de ação, por exemplo.

Este é o caso com o aspirante a astro John Cena, que batalha para ter seu nome marcado entre os grandes. E para isso, o lutador de WWE já percebeu que deve se reinventar, e subverter o que todos esperam que ele faça. No passado, este foi o caminho escolhido por grandalhões da ação como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone, e atualmente também é a opção de Dwayne ‘The Rock’ Johnson – um dos astros mais rentáveis hoje em Hollywood.

Sim, John Cena já tentou emplacar como herói de filmes de ação (Busca Explosiva e 12 Rounds), mas também já fez dramas (Legendary) e comédias escrachadas e impróprias (Descompensada e Não Vai Dar). Agora, o empenhado ator protagoniza numa área ainda não tentada por ele anteriormente: comédias para toda a família (também conhecidos como filmes infantis). E o resultado é que o ator se sai perfeitamente bem.

Para a nova tarefa, o grandalhão se une ao diretor Andy Fickman, especialista no gênero – que não por acaso comandou dois dos filmes de The Rock neste segmento (Treinando o Papai e A Montanha Enfeitiçada). E aqui o cineasta faz o mesmo por Cena, o transformando numa figura amistosa e bonachona para a criançada.

No longa, Cena vive o rígido Jake Carson, líder de uma equipe de bombeiros florestais. Assim como no ótimo e subestimado Homens de Coragem (Only the Brave, 2017), de Joseph Kosinski, Brincando com Fogo foca nestes audaciosos heróis que arriscam suas vidas combatendo incêndios na natureza, tão comuns nos EUA – e infelizmente em nosso país também. Até que em uma de suas missões, o protagonista e sua equipe se deparam com um trio de crianças presas numa cabana, e ao resgatá-las precisam cuidar delas durante uma nevasca que se aproxima.

Brincando com Fogo é o encontro de Um Tira no Jardim de Infância e Esqueceram de Mim, mas não promete ficar tão famoso quanto os filmes que referencia. Do primeiro, temos a colisão de um protagonista bruto com crianças – o que se mostra um desafio mais cruel do que derrubar um vilão. E do segundo, apresenta o estilo cômico do splapstick, ou seja, tombos, quedas e todo tipo de humor físico apresentado no filme com Maculay Culkin e Joe Pesci.

Por esta definição você já pode tirar suas conclusões se a comédia é ou não seu tipo de filme. Se tiver filhos, irmãos ou sobrinhos ainda na infância, os leve sem medo. E se tiver que acompanhá-los na sessão, a promessa é a de que não irá sofrer no ato.

Não deixe de assistir:

O roteiro tem boa intenção e o coração no lugar certo, se mostrando um bom exemplar para esta época de fim de ano – já prometendo fazer parte do repertório de exibição na TV aberta daqui a alguns anos. Brincando com Fogo traz boa química do elenco adulto com as crianças, e conta com nomes como Keegan-Michael Key, John Leguizamo, Brianna Hildebrand, Judy Greer, Dennis Haysbert e Tyler Mane em perfeita harmonia, parecendo realmente terem se divertido durante as filmagens.

Brincando com Fogo é inofensivo e ingênuo, mas funciona. Leve como uma pluma, a comédia enfatiza a competência de Fickman  para este tipo de produto, mesmo se tratando de uma produção toda construída nos moldes de sua zona de conforto. O elenco não chega atrás exibindo ótimo timing cômico. Em especial o mestre do improviso e humor, Key – de quem Cena tirou muitos dos ensinamentos. O filme resulta numa opção agradável para os que decidirem entrar no espírito natalino ao lado da garotada. Já os “Grinch” de plantão, é bom passarem bem longe.

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