quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Upgraded: As Cores do Amor – Camila Mendes em ÓTIMA comédia do Prime Video com toques de ‘O Diabo Veste Prada’

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Tudo começa com uma mentira.

Upgraded: As Cores do Amor’ é a mais nova comédia romântica do Prime Video e, conhecendo os clássicos convencionalismos desse gênero que tanto povos o cenário do entretenimento, o longa-metragem dirigido por Carlson Young consegue acertar as notas certas para transformar uma história que tinha tudo para ser clichê em uma divertida e inspiradora narrativa de amadurecimento que entrega exatamente o que promete – e que é guiada pela incrível performance de Camila Mendes (cuja carreira pós ‘Riverdale’ vem se mostrando bastante frutífera, ainda mais considerando sua recente participação no ótimo ‘Justiceiras’, ao lado de Maya Hawke).



A trama acompanha uma jovem estagiária de uma casa de leilões chamada Ana Santos (Mendes), que se graduou em História da Arte e que parece não ter muita confiança em si mesma: apesar de ter um mestrado em sua carreira, ela está completamente endividada e vive com a irmã e seu noivo em um pequeno apartamento, onde é obrigada a dormir em um futon enquanto decide o que fazer. Sentindo-se um peso e lutando dia após dia para conseguir a chance de decolar no complexo mundo da arte, ela agarra uma oportunidade única quando encontra um erro crítico em um catálogo, levando sua chefe, a impiedosa Claire Dupont (Marisa Tomei), a chamá-la para Londres– ficando responsável por tarefas absurdas enquanto tenta impressioná-la ainda mais, além de lidar com as odiosas mean girls Amy (Saoirse-Monica Jackson) e Suzette (Rachel Matthews), as duas assistentes principais de Claire.

Amy e Suzette fazem de tudo para importuná-la, inclusive colocando-a na classe econômica de um voo de longas horas para deixá-la cansada e inapta a fazer seu trabalho. Porém, ela ganha um upgrade para a primeira classe e conhece o charmoso William Laroche (Archie Renaux), um rico publicitário inglês que acredita que ela é a chefe da casa de leilões – e, pensando que poderia aproveitar esse honesto equívoco, ela finge ser Claire e navega por um turbilhão de mentiras para garantir que tudo saia como o planejado. Em outras palavras, temos todos os elementos clássicos das rom-coms unidos em um universo envolvente, que traz elementos de ‘Cinderela’ a ‘O Diabo Veste Prada’, no romântico cenário londrino que aproveita a química dos atores para nos levar nessa singela viagem de pouco mais de cem minutos.

Young, que ficou mundialmente conhecida por seu trabalho como Brooke Maddox na série ‘Scream’ (e que faz uma breve participação especial em uma das cenas), volta à cadeira de direção depois de ter comandado o terror ‘The Blazing World’ – diminuindo as ambições artísticas para jogar em território familiar e navegar com solidez por um gênero já explorado ad nauseam na sétima arte. O resultado é bastante positivo, principalmente ao se aliar com o roteiro de Christine Lenig, Justin Matthews e Luke Spencer Roberts, guiando-nos por uma clássica história de amor que, apesar de formulaica, é prática e convincente. É claro que temos tomadas conhecidas dentro desse escopo artístico, mas Young as abraça com tamanho carinho que podemos varrê-las para debaixo do tapete frente a uma íntegra investida que, em momento algum, quer dar um passo maior que consegue.

Todavia, é Mendes quem rouba a nossa atenção. Depois de ter dominado as telinhas ao interpretar Veronica em ‘Riverdale’ (um dos poucos pontos positivos dessa novelesca e canastrona série), ela vem demonstrando uma versatilidade invejável sem se render a exageros cansativos; pelo contrário, a atriz mostra que consegue fluir e dar originalidade a um enredo que não tem muito a nos contar – e faz isso dividindo os holofotes com a presença magnética de Renaux, com quem desfruta de um entrosamento apaixonante e que dá o gostinho de paixão de que precisávamos. Além disso, é preciso mencionar a forte presença de Tomei como uma releitura mais suave de Meryl Streep como Miranda Priestly, bem como a adição espetacular de Lena Olin como a excêntrica Catherine, mãe de Will.

Como é de costume, rom-coms partem de uma premissa bem clara e que não costuma fugir de obviedades. Temos o momento em que Ana se vê enclausurada em um ambiente de trabalho tóxico à medida que desenvolve um relacionamento com Will; pouco depois, ela começa a ter sucesso nas coisas que faz e, pela primeira vez, está feliz com a vida que outrora não aguentava ter; e, como parte de uma breve conclusão pré-terceiro ato em que tudo dá errado, Ana é desmascarada, perde o emprego, perde Will (e até mesmo senta em tinta fresca). Mas é claro que as coisas dariam certo e o desenlace final seria num tom positivo e esperançoso.

Upgraded: As Cores do Amor’ pode não ter muita profundidade ou ousar ir além do que consegue, mas cumpre com o que promete e explode em uma química apaixonante e envolvente que nos faz esquecer dos problemas estruturais. O filme é a pedida certa para assistir numa noite caseira – a não ser que você definitivamente não seja fã de comédias românticas.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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A trama acompanha uma jovem estagiária de uma casa de leilões chamada Ana Santos (Mendes), que se graduou em História da Arte e que parece não ter muita confiança em si mesma: apesar de ter um mestrado em sua carreira, ela está completamente endividada e vive com a irmã e seu noivo em um pequeno apartamento, onde é obrigada a dormir em um futon enquanto decide o que fazer. Sentindo-se um peso e lutando dia após dia para conseguir a chance de decolar no complexo mundo da arte, ela agarra uma oportunidade única quando encontra um erro crítico em um catálogo, levando sua chefe, a impiedosa Claire Dupont (Marisa Tomei), a chamá-la para Londres– ficando responsável por tarefas absurdas enquanto tenta impressioná-la ainda mais, além de lidar com as odiosas mean girls Amy (Saoirse-Monica Jackson) e Suzette (Rachel Matthews), as duas assistentes principais de Claire.

Amy e Suzette fazem de tudo para importuná-la, inclusive colocando-a na classe econômica de um voo de longas horas para deixá-la cansada e inapta a fazer seu trabalho. Porém, ela ganha um upgrade para a primeira classe e conhece o charmoso William Laroche (Archie Renaux), um rico publicitário inglês que acredita que ela é a chefe da casa de leilões – e, pensando que poderia aproveitar esse honesto equívoco, ela finge ser Claire e navega por um turbilhão de mentiras para garantir que tudo saia como o planejado. Em outras palavras, temos todos os elementos clássicos das rom-coms unidos em um universo envolvente, que traz elementos de ‘Cinderela’ a ‘O Diabo Veste Prada’, no romântico cenário londrino que aproveita a química dos atores para nos levar nessa singela viagem de pouco mais de cem minutos.

Young, que ficou mundialmente conhecida por seu trabalho como Brooke Maddox na série ‘Scream’ (e que faz uma breve participação especial em uma das cenas), volta à cadeira de direção depois de ter comandado o terror ‘The Blazing World’ – diminuindo as ambições artísticas para jogar em território familiar e navegar com solidez por um gênero já explorado ad nauseam na sétima arte. O resultado é bastante positivo, principalmente ao se aliar com o roteiro de Christine Lenig, Justin Matthews e Luke Spencer Roberts, guiando-nos por uma clássica história de amor que, apesar de formulaica, é prática e convincente. É claro que temos tomadas conhecidas dentro desse escopo artístico, mas Young as abraça com tamanho carinho que podemos varrê-las para debaixo do tapete frente a uma íntegra investida que, em momento algum, quer dar um passo maior que consegue.

Todavia, é Mendes quem rouba a nossa atenção. Depois de ter dominado as telinhas ao interpretar Veronica em ‘Riverdale’ (um dos poucos pontos positivos dessa novelesca e canastrona série), ela vem demonstrando uma versatilidade invejável sem se render a exageros cansativos; pelo contrário, a atriz mostra que consegue fluir e dar originalidade a um enredo que não tem muito a nos contar – e faz isso dividindo os holofotes com a presença magnética de Renaux, com quem desfruta de um entrosamento apaixonante e que dá o gostinho de paixão de que precisávamos. Além disso, é preciso mencionar a forte presença de Tomei como uma releitura mais suave de Meryl Streep como Miranda Priestly, bem como a adição espetacular de Lena Olin como a excêntrica Catherine, mãe de Will.

Como é de costume, rom-coms partem de uma premissa bem clara e que não costuma fugir de obviedades. Temos o momento em que Ana se vê enclausurada em um ambiente de trabalho tóxico à medida que desenvolve um relacionamento com Will; pouco depois, ela começa a ter sucesso nas coisas que faz e, pela primeira vez, está feliz com a vida que outrora não aguentava ter; e, como parte de uma breve conclusão pré-terceiro ato em que tudo dá errado, Ana é desmascarada, perde o emprego, perde Will (e até mesmo senta em tinta fresca). Mas é claro que as coisas dariam certo e o desenlace final seria num tom positivo e esperançoso.

Upgraded: As Cores do Amor’ pode não ter muita profundidade ou ousar ir além do que consegue, mas cumpre com o que promete e explode em uma química apaixonante e envolvente que nos faz esquecer dos problemas estruturais. O filme é a pedida certa para assistir numa noite caseira – a não ser que você definitivamente não seja fã de comédias românticas.

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Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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