quarta-feira , 20 novembro , 2024

Crítica | Caminhos da Memória – Ficção com Hugh Jackman tem um início engajador, mas se perde no meio…

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Desde que deixou os ‘X-Men’, o ator australiano Hugh Jackman, que ganhou popularidade mundial interpretando o Wolverine, tem buscado diversificar seus papeis para se afastar cada vez mais da história do mutante da Marvel. De lá para cá, um dos filmes mais marcantes de sua carreira foi ‘O Rei do Show’, onde deu vida a P.T. Barnum, o dono do circo que eventualmente se apaixona pela cantora Jenny Lind, interpretada por Rebecca Ferguson. Agora os dois voltam a contracenar juntos em ‘Caminhos da Memória’, lançamento da semana nos cinemas brasileiros.



Após as batalhas pelas fronteiras, boa parte das cidades foi inundada e/ou ficou debaixo d’água. Com o fim de parte do mundo que se conhecia antes e o aumento da temperatura, as pessoas passaram a realizar suas atividades durante a noite, e, numa dependência nostálgica, buscam recursos como o negócio de Nick (Hugh Jackman) para revisitar suas memórias e reviver lindos momentos do passado, como uma forma de escapismo. O negócio que Nick tem com sua sócia e amiga Watts (Thandiwe Newton) até que vai bem, até o dia em que recebem a visita de Mae (Rebecca Ferguson), uma cantora de cabaré que pede ajuda para visitar sua memória, pois não sabe onde deixou suas chaves. Diante da beleza de Mae, Nick rapidamente se apaixona pela misteriosa e sedutora moça, mesmo sem saber nada sobre ela.

Com quase duas horas de duração, ‘Caminhos da Memória’ começa com uma boa premissa, numa pegada meio ‘A Origem’ e um tom narrativo estilo noir, uma vez que o personagem Nick é uma espécie de investigador da memória, trabalhando com a polícia para recuperar memórias de acusados e descobrir pistas e verdades a partir do que eles não querem contar. Para construir essa ambientação, a produção lança mão em diversos efeitos visuais, elaborando as tais memórias através de hologramas e projeções virtuais bem-feitas, além de inventar uma Miami subaquática bonita de se ver.

O desenvolvimento, entretanto, parece ser o grande entrave de ‘Caminhos da Memória’. Com um começo interessante, o filme escrito e dirigido por Lisa Joy aos poucos vai perdendo o interesse do espectador, seja pelo seu ritmo arrastado, seja pelo excesso de retorno de determinadas cenas para construir o enredo. O segundo arco do longa, em que acompanhamos o mistério da personagem Mae e a resolução deste para se encaminhar ao arco final é bem lento e repetitivo, além de apresentar umas reviravoltas meio forçadas e que podem até nem fazer muito sentido a alguns espectadores. É válido dizer também que em uma produção desse porte causa desconforto ver uma atriz renomada como Thandiwe Newton topando fazer um papel periférico, de uma mulher cuja função única é literalmente ficar só cuidando de Nick. O longa ainda traz Cliff Curtis e Daniel Wu no elenco.

Apresentando-se com uma estética bonita e uma sinopse que desperta o interesse, ‘Caminhos da Memória’ tem um início engajador, só que perde o espectador no meio do caminho. Mas traz Rebecca Ferguson cantando de verdade, vestida como uma Jessica Rabbit, contracenando com o antigo ‘Rei do Show’ em uma Miami distópica bonita e decadente, como as cidades dos filmes noir. Para quem curte esse gênero, é uma dica interessante, pois mescla com ficção científica, thriller e romance.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Após as batalhas pelas fronteiras, boa parte das cidades foi inundada e/ou ficou debaixo d’água. Com o fim de parte do mundo que se conhecia antes e o aumento da temperatura, as pessoas passaram a realizar suas atividades durante a noite, e, numa dependência nostálgica, buscam recursos como o negócio de Nick (Hugh Jackman) para revisitar suas memórias e reviver lindos momentos do passado, como uma forma de escapismo. O negócio que Nick tem com sua sócia e amiga Watts (Thandiwe Newton) até que vai bem, até o dia em que recebem a visita de Mae (Rebecca Ferguson), uma cantora de cabaré que pede ajuda para visitar sua memória, pois não sabe onde deixou suas chaves. Diante da beleza de Mae, Nick rapidamente se apaixona pela misteriosa e sedutora moça, mesmo sem saber nada sobre ela.

Com quase duas horas de duração, ‘Caminhos da Memória’ começa com uma boa premissa, numa pegada meio ‘A Origem’ e um tom narrativo estilo noir, uma vez que o personagem Nick é uma espécie de investigador da memória, trabalhando com a polícia para recuperar memórias de acusados e descobrir pistas e verdades a partir do que eles não querem contar. Para construir essa ambientação, a produção lança mão em diversos efeitos visuais, elaborando as tais memórias através de hologramas e projeções virtuais bem-feitas, além de inventar uma Miami subaquática bonita de se ver.

O desenvolvimento, entretanto, parece ser o grande entrave de ‘Caminhos da Memória’. Com um começo interessante, o filme escrito e dirigido por Lisa Joy aos poucos vai perdendo o interesse do espectador, seja pelo seu ritmo arrastado, seja pelo excesso de retorno de determinadas cenas para construir o enredo. O segundo arco do longa, em que acompanhamos o mistério da personagem Mae e a resolução deste para se encaminhar ao arco final é bem lento e repetitivo, além de apresentar umas reviravoltas meio forçadas e que podem até nem fazer muito sentido a alguns espectadores. É válido dizer também que em uma produção desse porte causa desconforto ver uma atriz renomada como Thandiwe Newton topando fazer um papel periférico, de uma mulher cuja função única é literalmente ficar só cuidando de Nick. O longa ainda traz Cliff Curtis e Daniel Wu no elenco.

Apresentando-se com uma estética bonita e uma sinopse que desperta o interesse, ‘Caminhos da Memória’ tem um início engajador, só que perde o espectador no meio do caminho. Mas traz Rebecca Ferguson cantando de verdade, vestida como uma Jessica Rabbit, contracenando com o antigo ‘Rei do Show’ em uma Miami distópica bonita e decadente, como as cidades dos filmes noir. Para quem curte esse gênero, é uma dica interessante, pois mescla com ficção científica, thriller e romance.

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