O mais novo e aguardado filme do já cultuado diretor Eli Roth é um banquete de sangue, vísceras e – por incrível que pareça – de um humor altamente imprevisível. ‘Green Inferno‘, que aqui no Brasil, recebeu o genérico título de ‘Canibais‘ (seria tão legal se tivessem mantido o Inferno Verde, já que tem tudo a ver com o filme), é um verdadeiro slasher que agradará em cheio o seu público mais fiel: aqueles que esperam exatamente os elementos que consagraram o diretor.
Iniciando como um típico filme adolescente, somos já apresentados ao grupo de jovens ativistas que farão uma viagem para a América do Sul com o objetivo de promover uma ação contra empresas que querem explorar matas indígenas. Mas vão acabar se deparando com uma tribo canibal que promoverá o terror em todos aqueles adolescentes.
Dentro do grupo, já temos aqueles estereótipos clássicos: o gordinho legal amigo de todos, um mais centrado e inteligente, uma loira ciumenta, um casal de lésbicas, um maconheiro ruivo, um líder arrogante e, claro, a mocinha bonita e ingênua que fará com que o espectador se simpatize, e consequentemente, torça por ela. Aliás, a bela Lorenza Izzo, que faz a protagonista Justine, e que também está em ‘Bata Antes de Entrar‘ (um outro trabalho de Roth, desse mesmo ano, com Keanu Reeves), se torna uma heroína bem bacana no ato final, quase podendo ser comparada com uma Pocahontas mais sexy.
Diálogos debochados, violência alegórica, personagens divertidamente tacanhos e situações mirabolantes que poderão chocar e fazer rir ao mesmo, são as marcas do cínico Eli Roth, que exibe todo o seu gore no estilo mais brincalhão e “tarantinesco” possível; inclusive, Roth é um dos amigos pessoais de Quentin Tarantino e isso, particularmente, deve tê-lo influenciado em muitas coisas. Principalmente numa direção que por mais agressiva que seja, pontualmente faz com que o espectador perceba um clima de diversão em vários momentos.
Mas não se engane: desmembramentos, tripas esticadas, olhos saltitando, empalamentos, estão em toda a narrativa de ‘Canibais‘, e é o que faz desse filme uma espécie de ‘Canibal Holocausto‘ para a irônica geração wi-fi.