sábado, abril 20, 2024

Crítica | Cavaleiros do Zodíaco – Reboot do Anime Não Empolga, Mas É Recheado de Memes

Estamos na era em que nada se cria, tudo se refaz. Isso tem acontecido com quase todas as franquias, e não demorou para chegar ao clássico anime japonês ‘Os Cavaleiros do Zodíaco’, que tanto sucesso fizera nos países ocidentais durante os anos 1990. A história escrita e ilustrada por Masami Kurumada, publicada originalmente no formato de mangás, contava as aventuras de cinco jovens japoneses que se aperfeiçoavam em técnicas de lutas ao ponto de se tornarem cavaleiros, designados para proteger a deusa Atena em todas as circunstâncias – e isso significava viajar para a Grécia e travar batalhas com homens muito mais fortes e experientes que eles, ao mesmo tempo em que cada um ia amadurecendo emocional e fisicamente a cada golpe recebido, construindo laços de amizade que iam se solidificando a cada episódio. Porém, no reboot trazido pela Dona Netflix, tudo isso se perde.

A bem da verdade, os 6 episódios curtinhos tem diversos pontos insatisfatórios, a começar pelo traço – tão característico dos animes japoneses, com linhas retas, cabelos espetados e olhos grandes -, que desapareceu completamente ao ganhar um ar mais ocidental, apresentando os jovens com rostos mais redondos, em estilo 3D (o que seria bacana, nada contra) e movimentos duros e lentos, característicos dos jogos de videogame. A ocidentalização (ou deveríamos dizer americanização?) da história vai além, desconstruindo o tempo da narrativa (na história original o espectador não tinha noção de em que época a história ocorria, por causa dos cenários e da temática de Grécia Antiga, que davam uma ideia de passado), fazendo coexistir os cavaleiros de Atena com armas de fogo. Sério. Para os fãs, fica difícil ver o Seya se defendendo de tiros de metralhadora ou andando de skate e olhando um celular.

Mesmo se tudo isso for deixado de lado e assistirmos ao reboot como quem entra nessa história pela primeira vez, os problemas continuam. O roteiro dá inúmeros saltos na narrativa, confundindo o espectador. Hora Seya está saindo da ilha onde realiza seu treinamento, e, no capítulo seguinte, está sendo expulso de um local que você nem entende onde ele está ou como foi parar lá (até ser explicado, daí você entende que houve um salto de tempo que não foi adereçado na história). Sem contar o laço de amizade eterna entre Seya, Shiryu, Hyoga e Shun que, literalmente, é criado em meia hora. Eu hein.

Apesar de tuuuuudo isso, é legal rever a história que tanto amamos no passado reaparecer para as novas gerações. Isso possibilitou, por exemplo, uma certa aliviada nos diálogos (quem viu a versão anterior lembra do tom dramático constante das falas, quase sempre terminando em tragédia). Em outras palavras: a nova tradução optou por construir as falas inserindo memes que o espectador facilmente reconhecerá (“sabe de nada, inocente!”), e isso aumenta o tom de comicidade dos diálogos (afinal, gente, é só um desenho né?). Destaque para o novo Hyoga (dublado por Francisco Bretas), completamente sem paciência e, justamente por isso, se tornando o alívio cômico do grupo.

Para quem acompanhou o retorno da série em 2003 pelos estúdios Álamo, a boa notícia é que o mesmo time de dubladores que emprestou suas vozes aos personagens naquela época volta a dublar o reboot da série, com exceção de Shun, dessa vez com a voz de Ursula Bezerra, por motivos óbvios (explicado no segundo episódio).

De um modo geral o reboot é bacaninha, apesar de tudo. Serve bastante para relembrar a saga e despertar o interesse pela versão em 2D. Até porque, nem a música tema original está mais presente. Ou seja, o reboot traz a mesma história, porém, completamente diferente.

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