quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Crítica ‘Chucky’ | Primeira temporada é uma síntese da própria franquia

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Iniciada no finalzinho da década de 1980, a franquia estrelada por Chucky passou por altos e baixos. Criada como terror, ela acabou se repetindo muito e apostando na autoparódia para se revitalizar na década seguinte e nos anos 2000. Então, em 2013, o criador da franquia, Don Mancini, deu início a um reboot que trouxe o Brinquedo Assassino de volta para o terror, mas sem ignorar a fase cômica do personagem. Então, dando sequência aos eventos do filme de 2017, chegou a série do Star+, cuja primeira temporada chegou ao fim nesta semana trazendo vários elementos dos últimos quarenta anos do boneco possuído para uma produção adolescente que consegue honrar o passado e trilhar um caminho interessante para o futuro.



A trama é bem simples e a chegada desse elenco jovem permite que a gente faça um paralelo com outra franquia oitentista que foi revivida nas séries: Cobra Kai. Seja para o mal, seja para o bem. Assim como a série de Karatê Kid, focada no “vilão” Johnny Lawrence, Chucky começa com o boneco, um dos vilões icônicos do cinema, servindo como mentor de um jovem excluído. Só que aqui, em vez de ensinar o adolescente a descer a porrada nos outros, o “guru” quer transformar seu pupilo em um Serial Killer. Nesse processo, vemos o Chucky interagir com temas mais modernos, como videogames e outros aparelhos eletrônicos, e até mesmo discutir a temática LGBT.

Um dos momentos mais cômicos dessa primeira temporada é quando Chucky chama o jovem Jake Wheeler para conversar e diz que entende o que o garoto está passando porque tem um filho “queer”. Foi inesperado, mas faz sentido dentro da proposta da série. Assim, a relação dos dois se desenvolve, enquanto o garoto hesita em matar, obrigando o brinquedo a fazer o que ele sabe melhor.

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Os personagens novos também cumprem bem suas funções, principalmente o quarteto de protagonistas, que vira e mexe desenvolvem suas relações, indo de amigos para inimigos e vice-versa de acordo com as situações que o Chucky os coloca.

Fato é que conforme a série avança, a veia cômica vai se degradando, dando espaço ao terror e a tensão, que marcaram o início da franquia lá em 1989. Na reta final então, é um momento tenso atrás do outro, principalmente quando os adultos entram na história e personagens clássicos desse universo retornam para resolverem suas questões com o bonecão ruivo, caso do menino Andy, que agora não é mais uma criança, mas sim um adulto focado em destruir o raptor de sua infância.

As mortes também foram evoluindo para algo mais cinematográfico, por assim dizer. Em vez daquela sanguinolência explícita, como visto em O Culto de Chucky (2017), a direção trabalha para matar inocentes de maneiras mais criativas. Então, até temos mortes explícitas, mas também vemos assassinatos acontecerem por meio da sugestão, como o da babá, que é empurrada para cima de um faqueiro sem mostrar a participação do boneco, apenas sugerindo sua presença e depois revelando seu rosto por meio de um reflexo.

A fase em que ele vai para o hospital também é fantástico, explorando diversas formas de matar alguém em um lugar que teoricamente deveria salvar vidas.

Por fim, o grande destaque dessa primeira temporada é Brad Dourif, o intérprete do Chucky desde o início da franquia. Já em sua sexta década de vida, o ator segue dando show à frente do boneco assassino, fazendo dele ameaçador e engraçado, dando muito carisma e personalidade a esse amontoado de plástico. O uso de CGI está na medida, mesclado com os efeitos práticos. Outro destaque, também envolvendo Dourif, são os flashbacks, que contam mais da infância e juventude do assassino Charles Lee Ray, que posteriormente transferiria sua alma para o boneco. Eles foram uma adição maravilhosa, que acrescentou bastante à mitologia do vilão.

Sintetizando bem a essência da franquia, a primeira temporada de Chucky foi um sopro de ar fresco para esse universo, mostrando que ele ainda tem bastante lenha para queimar. No entanto, vale ressaltar que alguns episódios têm um probleminha de ritmo… Tal qual a própria franquia do brinquedo assassino. De qualquer forma, a segunda temporada já foi confirmada e quem tiver assistido a essa primeira temporada vai ficar aguardando ansiosamente para revisitar esse universo e ver quem será a próxima vítima do Good Guy sem noção.

A primeira temporada de Chucky está disponível no Star+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Iniciada no finalzinho da década de 1980, a franquia estrelada por Chucky passou por altos e baixos. Criada como terror, ela acabou se repetindo muito e apostando na autoparódia para se revitalizar na década seguinte e nos anos 2000. Então, em 2013, o criador da franquia, Don Mancini, deu início a um reboot que trouxe o Brinquedo Assassino de volta para o terror, mas sem ignorar a fase cômica do personagem. Então, dando sequência aos eventos do filme de 2017, chegou a série do Star+, cuja primeira temporada chegou ao fim nesta semana trazendo vários elementos dos últimos quarenta anos do boneco possuído para uma produção adolescente que consegue honrar o passado e trilhar um caminho interessante para o futuro.

A trama é bem simples e a chegada desse elenco jovem permite que a gente faça um paralelo com outra franquia oitentista que foi revivida nas séries: Cobra Kai. Seja para o mal, seja para o bem. Assim como a série de Karatê Kid, focada no “vilão” Johnny Lawrence, Chucky começa com o boneco, um dos vilões icônicos do cinema, servindo como mentor de um jovem excluído. Só que aqui, em vez de ensinar o adolescente a descer a porrada nos outros, o “guru” quer transformar seu pupilo em um Serial Killer. Nesse processo, vemos o Chucky interagir com temas mais modernos, como videogames e outros aparelhos eletrônicos, e até mesmo discutir a temática LGBT.

Um dos momentos mais cômicos dessa primeira temporada é quando Chucky chama o jovem Jake Wheeler para conversar e diz que entende o que o garoto está passando porque tem um filho “queer”. Foi inesperado, mas faz sentido dentro da proposta da série. Assim, a relação dos dois se desenvolve, enquanto o garoto hesita em matar, obrigando o brinquedo a fazer o que ele sabe melhor.

Os personagens novos também cumprem bem suas funções, principalmente o quarteto de protagonistas, que vira e mexe desenvolvem suas relações, indo de amigos para inimigos e vice-versa de acordo com as situações que o Chucky os coloca.

Fato é que conforme a série avança, a veia cômica vai se degradando, dando espaço ao terror e a tensão, que marcaram o início da franquia lá em 1989. Na reta final então, é um momento tenso atrás do outro, principalmente quando os adultos entram na história e personagens clássicos desse universo retornam para resolverem suas questões com o bonecão ruivo, caso do menino Andy, que agora não é mais uma criança, mas sim um adulto focado em destruir o raptor de sua infância.

As mortes também foram evoluindo para algo mais cinematográfico, por assim dizer. Em vez daquela sanguinolência explícita, como visto em O Culto de Chucky (2017), a direção trabalha para matar inocentes de maneiras mais criativas. Então, até temos mortes explícitas, mas também vemos assassinatos acontecerem por meio da sugestão, como o da babá, que é empurrada para cima de um faqueiro sem mostrar a participação do boneco, apenas sugerindo sua presença e depois revelando seu rosto por meio de um reflexo.

A fase em que ele vai para o hospital também é fantástico, explorando diversas formas de matar alguém em um lugar que teoricamente deveria salvar vidas.

Por fim, o grande destaque dessa primeira temporada é Brad Dourif, o intérprete do Chucky desde o início da franquia. Já em sua sexta década de vida, o ator segue dando show à frente do boneco assassino, fazendo dele ameaçador e engraçado, dando muito carisma e personalidade a esse amontoado de plástico. O uso de CGI está na medida, mesclado com os efeitos práticos. Outro destaque, também envolvendo Dourif, são os flashbacks, que contam mais da infância e juventude do assassino Charles Lee Ray, que posteriormente transferiria sua alma para o boneco. Eles foram uma adição maravilhosa, que acrescentou bastante à mitologia do vilão.

Sintetizando bem a essência da franquia, a primeira temporada de Chucky foi um sopro de ar fresco para esse universo, mostrando que ele ainda tem bastante lenha para queimar. No entanto, vale ressaltar que alguns episódios têm um probleminha de ritmo… Tal qual a própria franquia do brinquedo assassino. De qualquer forma, a segunda temporada já foi confirmada e quem tiver assistido a essa primeira temporada vai ficar aguardando ansiosamente para revisitar esse universo e ver quem será a próxima vítima do Good Guy sem noção.

A primeira temporada de Chucky está disponível no Star+.

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