sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | De Perto Ela Não é Normal: Comédia nacional tem seus momentos, mas é uma farofa

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Em meio a tantos estereótipos e arquétipos de beleza e estilo de vida, as mulheres muitas vezes se veem como marionetes reféns de si mesmas. E essa dificuldade de tentar se encaixar em moldes pequenos demais é o que forma a essência da nova comédia nacional, De Perto Ela Não é Normal. Estrelada por Suzana Pires e dirigida por Cininha de Paula, a produção acompanha uma mulher no auge dos seus 40 anos, que precisará recuperar a simplicidade e inocência da sua infância para poder descobrir como genuinamente é, longe de todas as pressões sociais que lhe foram impostas.



Com uma premissa realmente valiosa, que visa abordar o peso dos arquétipos de beleza na mente e no corpo das mulheres, De Perto Ela Não é Normal se perde em si mesmo, em um roteiro mal escrito e mal executado. Trazendo piadas que extraem boas gargalhadas da audiência, a comédia começa bem, mas é incapaz de se sustentar e de calcar o seu valor, por justamente cambalear demais na parte técnica. Como excelentes piadas soltas que não se perduram de forma concreta ao longo de todo a narrativa, a produção parece uma junção de vários recortes aleatórios de momentos engraçados – que seguram nossa audiência por um determinado momento -, mas não consegue consolidar seus personagens, sequer gerando um genuíno grau de identificação entre a protagonista e o público.

E ainda que Suzana Pires se esforce do começo ao fim, a falta de estrutura narrativa da história prejudica a abordagem de um tema que é tão profundo e que poderia receber o toque ideal de humor – como uma forma de aliviar a pressão de uma discussão sobre identidade e empoderamento feminino. Com uma trama que anda em círculos repetindo os mesmos ciclos erráticos da personagem a fim de alicerçar o seu humor em tela, De Perto Ela Não é Normal é uma comédia boba até demais e perde mais tempo na subversão da protagonista e na sua submissão aos padrões de beleza, do que na genuína busca por sua identidade, que é de fato o tema central do filme.

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Resolvendo seus questionamentos nos 15 minutos finais do filme, a produção não sabe equilibrar sua história da maneira correta e ainda conta com uma montagem que tira a fluidez da narrativa, deixando o longa ainda mais desorganizado. Trazendo Angélica e Ivete Sangalo de volta às telonas, a De Perto Ela Não é Normal até que acerta no tom mais caricato de suas personagens, mas nem isso é capaz de salvar a comédia de um resultado piegas, que ainda flerta com o sentimentalismo cafona.

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Crítica | De Perto Ela Não é Normal: Comédia nacional tem seus momentos, mas é uma farofa

Em meio a tantos estereótipos e arquétipos de beleza e estilo de vida, as mulheres muitas vezes se veem como marionetes reféns de si mesmas. E essa dificuldade de tentar se encaixar em moldes pequenos demais é o que forma a essência da nova comédia nacional, De Perto Ela Não é Normal. Estrelada por Suzana Pires e dirigida por Cininha de Paula, a produção acompanha uma mulher no auge dos seus 40 anos, que precisará recuperar a simplicidade e inocência da sua infância para poder descobrir como genuinamente é, longe de todas as pressões sociais que lhe foram impostas.

Com uma premissa realmente valiosa, que visa abordar o peso dos arquétipos de beleza na mente e no corpo das mulheres, De Perto Ela Não é Normal se perde em si mesmo, em um roteiro mal escrito e mal executado. Trazendo piadas que extraem boas gargalhadas da audiência, a comédia começa bem, mas é incapaz de se sustentar e de calcar o seu valor, por justamente cambalear demais na parte técnica. Como excelentes piadas soltas que não se perduram de forma concreta ao longo de todo a narrativa, a produção parece uma junção de vários recortes aleatórios de momentos engraçados – que seguram nossa audiência por um determinado momento -, mas não consegue consolidar seus personagens, sequer gerando um genuíno grau de identificação entre a protagonista e o público.

E ainda que Suzana Pires se esforce do começo ao fim, a falta de estrutura narrativa da história prejudica a abordagem de um tema que é tão profundo e que poderia receber o toque ideal de humor – como uma forma de aliviar a pressão de uma discussão sobre identidade e empoderamento feminino. Com uma trama que anda em círculos repetindo os mesmos ciclos erráticos da personagem a fim de alicerçar o seu humor em tela, De Perto Ela Não é Normal é uma comédia boba até demais e perde mais tempo na subversão da protagonista e na sua submissão aos padrões de beleza, do que na genuína busca por sua identidade, que é de fato o tema central do filme.

Resolvendo seus questionamentos nos 15 minutos finais do filme, a produção não sabe equilibrar sua história da maneira correta e ainda conta com uma montagem que tira a fluidez da narrativa, deixando o longa ainda mais desorganizado. Trazendo Angélica e Ivete Sangalo de volta às telonas, a De Perto Ela Não é Normal até que acerta no tom mais caricato de suas personagens, mas nem isso é capaz de salvar a comédia de um resultado piegas, que ainda flerta com o sentimentalismo cafona.

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