domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica | Diários de um Intercâmbio – Larissa Manoela e Thati Lopes se aventuram em divertida comédia jovem

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Boa parte dos jovens nascidos depois dos anos 1990 possui o sonho de viajar para outros países, realizar um intercâmbio e expandir seus horizontes. Essa troca com outras culturas já faz parte do crescimento dos adolescentes e jovens adultos contemporâneos, e é apostando nessa forte vontade de ir para outras terras que estreia hoje na Netflix a nova comédia romântica teen ‘Diários de um Intercâmbio’.



Barbara (Larissa Manoela) tem 23 anos, mora em Niterói e seu maior sonho na vida é viajar por esse mundão. Para tentar realizar seu objetivo, ela dá duro vendendo assinaturas de revista no aeroporto do Rio, porém, seu chefe (Marcos Oliveira) é mau e não permite que ela bata a meta de vendas e conquiste a viagem. Desiludida, porém não desanimada, ela muda os planos quando conhece o comissário de bordo Brad (David James) e decide realizar um au pair em Nova York, que é uma espécie de trabalho como babá numa casa em troca de hospedagem, alimentação e estudos da língua inglesa. Para isso, ela carregará junto sua melhor amiga doidinha Taila (Thati Lopes), mas nenhuma das duas esperava as confusões em que iam se meter nos Estados Unidos.

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Um dos maiores acertos do longa é dividi-lo em dois tempos e dois núcleos: o tempo Brasil (que é bem acelerado, dá um pouco de impressão que quer terminar logo a parte aqui para chegar logo nos EUA) e o tempo invernal em Nova York; e os núcleos Barbara (mais romântico e dramático) e Taila (mais paranoico e engraçado). Isso permite que o clima do filme seja bem balanceado, constantemente sendo levantado pela maravilhosa Thati Lopes, dona das melhores e mais hilárias cenas do filme. A naturalidade da atriz em se entregar num papel de uma moça anti-imperialista que perde a identidade uma vez que chega em território gringo é simplesmente impagável.

O roteiro de Sylvio Gonçalves e Bruno Garotti tece uma boa porém ingênua história, que pede uma dose extra de suspensão da descrença por parte do espectador, como por exemplo a cena em que Barbara tem o visto negado como turista, mas em seguida consegue como intercambista e o processo não é explicado. Considerando que o visto para os EUA é um dos mais difíceis do mundo, seria legal não deixar parecer que é uma coisa simples.

É muito gratificante ver que os roteiristas pegaram essa oportunidade de dialogar diretamente com a garotada e aproveitaram para falar de algumas realidades que não são mencionadas nas ficções sobre intercâmbio: as dificuldades de estar sozinho num país estrangeiro, o medo da deportação, a imigração ilegal, as saudades de casa e da comida, etc. O fato de terem inserido esses elementos num longa para adolescentes e terem-nos diluído na trama como sinal de alerta, mas sem se tornar o foco da produção, é um dos maiores serviços que ‘Diários de um Intercâmbio’ traz para o público. Em se tratando de jovens, toda oportunidade de alertar sobre o mundo é sempre bem-vinda.

Com um ar bem jovial e leve, ‘Diários de um Intercâmbio’ é uma deliciosa comédia romântica que faz sonhar. E é uma ótima estar estreando em agosto na Netflix – em tempo de permitir que jovens brasileiros coloquem o sonho no papel e consigam correr com a documentação para já viajar nesse fim de ano para o seu intercâmbio dos sonhos.

E nós do CinePOP visitamos o set das gravações de ‘Diários de um Intercâmbio’ no Rio antes da pandemia. Confira aqui como foi!

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Boa parte dos jovens nascidos depois dos anos 1990 possui o sonho de viajar para outros países, realizar um intercâmbio e expandir seus horizontes. Essa troca com outras culturas já faz parte do crescimento dos adolescentes e jovens adultos contemporâneos, e é apostando nessa forte vontade de ir para outras terras que estreia hoje na Netflix a nova comédia romântica teen ‘Diários de um Intercâmbio’.

Barbara (Larissa Manoela) tem 23 anos, mora em Niterói e seu maior sonho na vida é viajar por esse mundão. Para tentar realizar seu objetivo, ela dá duro vendendo assinaturas de revista no aeroporto do Rio, porém, seu chefe (Marcos Oliveira) é mau e não permite que ela bata a meta de vendas e conquiste a viagem. Desiludida, porém não desanimada, ela muda os planos quando conhece o comissário de bordo Brad (David James) e decide realizar um au pair em Nova York, que é uma espécie de trabalho como babá numa casa em troca de hospedagem, alimentação e estudos da língua inglesa. Para isso, ela carregará junto sua melhor amiga doidinha Taila (Thati Lopes), mas nenhuma das duas esperava as confusões em que iam se meter nos Estados Unidos.

Um dos maiores acertos do longa é dividi-lo em dois tempos e dois núcleos: o tempo Brasil (que é bem acelerado, dá um pouco de impressão que quer terminar logo a parte aqui para chegar logo nos EUA) e o tempo invernal em Nova York; e os núcleos Barbara (mais romântico e dramático) e Taila (mais paranoico e engraçado). Isso permite que o clima do filme seja bem balanceado, constantemente sendo levantado pela maravilhosa Thati Lopes, dona das melhores e mais hilárias cenas do filme. A naturalidade da atriz em se entregar num papel de uma moça anti-imperialista que perde a identidade uma vez que chega em território gringo é simplesmente impagável.

O roteiro de Sylvio Gonçalves e Bruno Garotti tece uma boa porém ingênua história, que pede uma dose extra de suspensão da descrença por parte do espectador, como por exemplo a cena em que Barbara tem o visto negado como turista, mas em seguida consegue como intercambista e o processo não é explicado. Considerando que o visto para os EUA é um dos mais difíceis do mundo, seria legal não deixar parecer que é uma coisa simples.

É muito gratificante ver que os roteiristas pegaram essa oportunidade de dialogar diretamente com a garotada e aproveitaram para falar de algumas realidades que não são mencionadas nas ficções sobre intercâmbio: as dificuldades de estar sozinho num país estrangeiro, o medo da deportação, a imigração ilegal, as saudades de casa e da comida, etc. O fato de terem inserido esses elementos num longa para adolescentes e terem-nos diluído na trama como sinal de alerta, mas sem se tornar o foco da produção, é um dos maiores serviços que ‘Diários de um Intercâmbio’ traz para o público. Em se tratando de jovens, toda oportunidade de alertar sobre o mundo é sempre bem-vinda.

Com um ar bem jovial e leve, ‘Diários de um Intercâmbio’ é uma deliciosa comédia romântica que faz sonhar. E é uma ótima estar estreando em agosto na Netflix – em tempo de permitir que jovens brasileiros coloquem o sonho no papel e consigam correr com a documentação para já viajar nesse fim de ano para o seu intercâmbio dos sonhos.

E nós do CinePOP visitamos o set das gravações de ‘Diários de um Intercâmbio’ no Rio antes da pandemia. Confira aqui como foi!

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