sábado, dezembro 27, 2025

Crítica | Élite – Liberdade e Libertinagem dão o tom da Pegação na 5ª Temporada

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Las Encinas está pegando fogo!!! Depois do final da última temporada, com mais uma reviravolta chocante que deixou um gancho de “como assim?” no ar, a nova temporada de ‘Élite’ finalmente chegou para os assinantes da Netflix hoje – e já chegou colocando fogo no parquinho.

Phillipe (Pol Granch) está sendo acusado publicamente de ter estuprado uma jovem, e, por isso, sofre com acusações e cancelamentos diários em Las Encinas. Mesmo ainda dividida por conta do que aconteceu na limusine, Cayetana (Georgina Amorós) tenta apoiar o príncipe, incentivando-o a fazer um tratamento, porém, a chegada de uma nova aluna – a influencer digital milionária Isadora (a atriz argentina Valentina Zenere) – fará com que a relação já estremecida deles fique ainda mais frágil. Ao mesmo tempo, Rebe (Claudia Salas) e Samuel (Itzan Escamilla) continuam a acobertar os crimes do passado, enquanto tentam de alguma forma se reaproximarem ou se afastarem de vez das irmãs Ari (Carla Díaz) e Mencía (Martina Cariddi), porém, o irmão delas, Patrick (Manu Ríos) irá se encantar com um novo estudante da turma delas, o brasileiro Iván (André Lamoglia), o que bagunçará ainda mais a relação explosiva de todos eles.

Novamente dividido em oito episódios com cerca de quarenta e oito minutos de duração cada, a quinta temporada de ‘Élite’ oferece o mesmo formato que veio construindo até agora o sucesso da produção: alguns personagens novos que botam pimenta na trama, um ou mais crimes que coloca a polícia e o diretor na cola dos estudantes, regras rígidas que constantemente são quebradas na escola, e muita, mas muuuuita pegação descontrolada como solução para todo e qualquer problema.



Por um lado, para quem é fã, a nova temporada entrega uma proposta segura, e o espectador vai encontrar exatamente o que espera; por outro, a sensação que temos na quinta parte de ‘Élite’ é que a série já esgotou a sua história, e, desde a quarta temporada fica andando em círculos, trocando seis por meia dúzia para fazer render. Se estreitarmos os olhos, enxergamos que o roteiro de Darío Madrona e Carlos Montero se recicla, razão pela qual a certinha Ari, que meio que ocupava o lugar da falecida mãe na família Blanco, nesta temporada está toda soltinha, enquanto sua irmã, Mencía, ocupou o lugar dela ao lado do pai – tudo para que a estrutura seja mantida, mesmo que alternando os personagens, contando, assim, basicamente a mesma história. Ao menos a inserção do personagem brasileiro traz riso ao espectador, pois, malandro, ele fica falando carioquês o tempo todo com os outros.

Entretanto, não é essa a razão do sucesso de ‘Élite’, por isso toda e qualquer restrição de gênero ficou completamente para trás nessa quinta temporada, que exerce atividades sexuais livres independentemente da orientação sexual de seus personagens, gerando quase que uma nova categoria: o sexo por tédio. Basicamente, na nova temporada quem não se pegou até agora, vai se pegar.

Reciclando velhas tramas e soltando a mão na pimenta malagueta, a quinta temporada de ‘Élite’ eleva a temperatura de um enredo em que as relações sexuais são consumidas como fast-food, entregando exatamente o que se espera em sua já em desgaste história, com hormônios salpicados que faz com que a série seja vista a portas fechadas.

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Janda Montenegro
Janda Montenegro é doutora-pesquisadora em Literatura Brasileira no Programa de Pós-Graduação em Letras da UFRJ com ênfase nas literaturas preta e indígenas de autoria brasileira contemporâneas. De origem peruana amazônica, Janda é uma palavra em tupi que significa “voar”. Desde 2018 trabalha como crítica de cinema nos portais CinePOP e Cabine Secreta. É curadora, repórter cultural, assistente de direção e roteirista. Co-proprietária da produtora Cabine Secreta e autora dos romances Antes do 174 (2010), O Incrível Mundo do Senhor da Chuva (2011); Por enquanto, adeus (2013); A Love Tale (2014); Três Dias Para Sempre (2015); Um Coração para o Homem de Lata (2016); Aconteceu Naquele Natal (2018,). O Último Adeus (2023). Cinéfila desde pequena, escreve seus textos sem usar chat GPT e já entrevistou centenas de artistas, dentre os quais Xuxa, Viola Davis, Willem Dafoe, Luca Guadanigno e Dakota Johnson.
Janda Montenegrohttps://cinepop.com.br
Janda Montenegro é doutora-pesquisadora em Literatura Brasileira no Programa de Pós-Graduação em Letras da UFRJ com ênfase nas literaturas preta e indígenas de autoria brasileira contemporâneas. De origem peruana amazônica, Janda é uma palavra em tupi que significa “voar”. Desde 2018 trabalha como crítica de cinema nos portais CinePOP e Cabine Secreta. É curadora, repórter cultural, assistente de direção e roteirista. Co-proprietária da produtora Cabine Secreta e autora dos romances Antes do 174 (2010), O Incrível Mundo do Senhor da Chuva (2011); Por enquanto, adeus (2013); A Love Tale (2014); Três Dias Para Sempre (2015); Um Coração para o Homem de Lata (2016); Aconteceu Naquele Natal (2018,). O Último Adeus (2023). Cinéfila desde pequena, escreve seus textos sem usar chat GPT e já entrevistou centenas de artistas, dentre os quais Xuxa, Viola Davis, Willem Dafoe, Luca Guadanigno e Dakota Johnson.
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