sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | Ghosted: Sem Resposta: Comédia romântica com Ana de Armas e Chris Evans é uma enorme vergonha alheia

A habilidosa combinação entre comédia e ação fizeram da inseparável dupla criativa Rhett Reese e Paul Wernick um chamariz para grandes projetos em Hollywood. Ascendendo na indústria com o excepcional Zumbilândia, os roteiristas cravaram sua identidade narrativa com a icônica franquia de Deadpool, que faz do humor ácido e sombrio a cartada certeira para definir um dos personagens mais controversos dos quadrinhos de maneira tão emblemática. Mas em se tratando de Ghosted: Sem Resposta, nem esse glorioso e recente passado é capaz de apagar a grandiosa vergonha alheia que esse filme de fato é.

Com cara de dívida de jogo, o longa é uma comédia romântica com ação incapaz de acertar em qualquer um desses gêneros. Trazendo dois dos atores mais populares da atualidade, Ana de Armas e Chris Evans, a produção peca por se apoiar em grande parte no fator “star quality” que ambos possuem – em virtude de suas carreiras. Mas atuando de forma preguiçosa, com uma química meia boca e em papéis tão blasé e estereotípicos, nem os dois conseguem garantir o mínimo de carisma necessário para essa mistura de gêneros.

E dirigindo um roteiro mal escrito, cheio de buracos e feito a base de recortes de momentos piegas super batidos no subgênero de comédia romântica, Dexter Fletcher assume o controle do longa de forma tão preguiçosa quanto o material que possui em mãos. Com uma montagem porcamente elaborada, erros de continuidade de cena e transições ruins, ele não consegue conduzir o projeto, tornando Ghosted uma experiência ainda mais sofrida para a audiência. Exaustivo e prolixo, o filme ainda nos furta quase duas horas que jamais serão recuperadas, em um compilado de vários nadas. Nada é realmente substancial, identificável ou genuíno.

E com Evans vivendo a “donzela em perigo”, o popular ator conhecido por sua virilidade e forma física é reduzido a um estereótipo emasculado, que supõe que a melhor forma de empoderar uma mulher nas telas seja diminuindo os aspectos viris de um homem. Construindo o personagem de forma bastante apelativa e distante da realidade, Ghosted não nos permite sequer comprar a melosa sensibilidade de Cole, tornando-o tão desagradável como Sadie, uma agente da CIA aparentemente imigrante, mas que não possui absolutamente nenhum traço que lhe associe a isso. Afinal de contas, que tipo de mãe latina boomer pensaria em nomear sua filha de Sadie? Fica essa pensata.

Trazendo efeitos visuais precários, embora ostente um certo valor de produção nas principais cenas de ação, a comédia romântica ainda peca em seus diálogos mal costurados, que mais ecoam como frases soltas e manjadas. E mesmo que tente se espelhar em longas como Par Perfeito (2010), Ghosted: Sem Respostas é uma frustrada combinação de gêneros que não se comunicam entre si. Repetindo um leque de repertórios criativos exaustivamente usados no passado, a produção não funciona nem como um prazer culposo para um dia chuvoso. Mas vale deixar esse rolê no vácuo mesmo.

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