sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | Grandes Hits – Emocionante Romance Dramático da StarPlus Lembra ‘Evidências do Amor’

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Dizem que nós não ficamos com o grande amor de nossas vidas, mas que sim eles vivem para sempre em nossa memória, daquilo que poderíamos ter vivido juntos, mas não vivemos. Essa ideia permanece adormecida em nossas mentes e vem à tona quando alguma lembrança nos transporta para aquele período bom. É um mote que já foi bastante abordado em diversas produções audiovisuais, e chegou também recentemente no formato do dramaGrandes Hits’, longa lançado há pouco tempo na plataforma da Starplus.



Harriet (Lucy Boynton) está completamente infeliz. Às vésperas de completar dois anos sem seu namorado, ela não faz nenhum esforço para abrir mão das lembranças e seguir em frente com sua vida: ao contrário, desde que sofrera o acidente que matara Max (David Corenswet), ela passara uma semana em coma e, por conta disso, adquirira uma espécie de habilidade em que consegue viajar no tempo – mais precisamente, para o passado – e ir para alguma memória compartilhada com Max. Tudo isso acontece a partir do gatilho de ouvir uma música que estivesse tocando no momento em que a lembrança ocorrera. Assim Harriet vai passando seus dias, ouvindo músicas para voltar a ficar com o amor de sua vida, enquanto procura uma única música específica, que ouviram momentos antes do acidente e que ela acredita ser possível para mudar o futuro dos dois.

Fica difícil conseguir fazer uma boa crítica de ‘Grandes Hits sem dar um grande spoiler do filme – razão pela qual deixamos passar alguns dias. Dado o aviso, o principal problema da produção é ter um roteiro que caminha o tempo todo numa trajetória para, depois, jogar tudo fora e ir por outro caminho. Em outras palavras, o roteiro de Ned Benson passa o tempo todo batendo na tecla de que Harriet ama tanto o seu falecido ex, que não consegue viver o presente e todos os dias volta ao passado só para estar com ele de novo. Ficamos mais de uma hora nisso, dos 94 minutos de duração. Então, a partir da entrada de um novo personagem, David (Justin H. Min), o roteiro joga toda essa uma hora de percorrer para fazer a protagonista lutar pelo novo personagem. Quer dizer, qual o propósito aqui, afinal de contas?

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Mesmo assim, Ned Benson, que também dirigiu o longa, consegue criar lindas cenas de romance do cotidiano, dando ênfase na pós-produção com efeitos toda vez que a protagonista volta ao passado (aquele mesmo efeito de girar a câmera que vemos em ‘Evidências do Amor’). Aliás, muitas evidências lembram a construção do filme brasileiro, pois ambos se engatilham a partir da música, embora o filme da Sandy seja melhor.

Grandes Hits’ tem cenas que provocam a reflexão e emocionam, mas promete uma coisa e entrega outra. Diante da frustração, fica difícil se conectar com as emoções da protagonista, uma vez que ela mesma não sabe o que quer. É um filme interessante, numa vibe meio ‘Loki’ com ‘500 Dias Com Ela’, pois nos faz pensar em valorizar cada momento com o grande amor de nossas vidas, pois nunca sabemos quando poderá ser o último.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Dizem que nós não ficamos com o grande amor de nossas vidas, mas que sim eles vivem para sempre em nossa memória, daquilo que poderíamos ter vivido juntos, mas não vivemos. Essa ideia permanece adormecida em nossas mentes e vem à tona quando alguma lembrança nos transporta para aquele período bom. É um mote que já foi bastante abordado em diversas produções audiovisuais, e chegou também recentemente no formato do dramaGrandes Hits’, longa lançado há pouco tempo na plataforma da Starplus.

Harriet (Lucy Boynton) está completamente infeliz. Às vésperas de completar dois anos sem seu namorado, ela não faz nenhum esforço para abrir mão das lembranças e seguir em frente com sua vida: ao contrário, desde que sofrera o acidente que matara Max (David Corenswet), ela passara uma semana em coma e, por conta disso, adquirira uma espécie de habilidade em que consegue viajar no tempo – mais precisamente, para o passado – e ir para alguma memória compartilhada com Max. Tudo isso acontece a partir do gatilho de ouvir uma música que estivesse tocando no momento em que a lembrança ocorrera. Assim Harriet vai passando seus dias, ouvindo músicas para voltar a ficar com o amor de sua vida, enquanto procura uma única música específica, que ouviram momentos antes do acidente e que ela acredita ser possível para mudar o futuro dos dois.

Fica difícil conseguir fazer uma boa crítica de ‘Grandes Hits sem dar um grande spoiler do filme – razão pela qual deixamos passar alguns dias. Dado o aviso, o principal problema da produção é ter um roteiro que caminha o tempo todo numa trajetória para, depois, jogar tudo fora e ir por outro caminho. Em outras palavras, o roteiro de Ned Benson passa o tempo todo batendo na tecla de que Harriet ama tanto o seu falecido ex, que não consegue viver o presente e todos os dias volta ao passado só para estar com ele de novo. Ficamos mais de uma hora nisso, dos 94 minutos de duração. Então, a partir da entrada de um novo personagem, David (Justin H. Min), o roteiro joga toda essa uma hora de percorrer para fazer a protagonista lutar pelo novo personagem. Quer dizer, qual o propósito aqui, afinal de contas?

Mesmo assim, Ned Benson, que também dirigiu o longa, consegue criar lindas cenas de romance do cotidiano, dando ênfase na pós-produção com efeitos toda vez que a protagonista volta ao passado (aquele mesmo efeito de girar a câmera que vemos em ‘Evidências do Amor’). Aliás, muitas evidências lembram a construção do filme brasileiro, pois ambos se engatilham a partir da música, embora o filme da Sandy seja melhor.

Grandes Hits’ tem cenas que provocam a reflexão e emocionam, mas promete uma coisa e entrega outra. Diante da frustração, fica difícil se conectar com as emoções da protagonista, uma vez que ela mesma não sabe o que quer. É um filme interessante, numa vibe meio ‘Loki’ com ‘500 Dias Com Ela’, pois nos faz pensar em valorizar cada momento com o grande amor de nossas vidas, pois nunca sabemos quando poderá ser o último.

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